quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ciro, Dilma, Aécio, Serra, FH e Itamar









Apesar de tudo, prevalece o debate. Assinante do jornal, de Salinas, no Norte de Minas, terra da cachaça Havana e outras tantas, leitor assíduo da Coluna Carlos Lindenberg, João Paulo Medrado gostou de um texto deste interino e enviou e-mail para comentar um artigo a respeito da sucessão e das negociações entre os governadores Aécio Neves e José Serra, intitulado “A volta é que endireita o anzol”. Para um bom entendedor, o título já diz tudo.
Medrado é neto do lendário coronel Idalino, personagem de muitas histórias políticas contadas em livro pelo ex-deputado e ex-prefeito de Salinas Geraldo Santana, que abordei em reportagem de página inteira neste HOJE EM DIA, em 2003, com o título “O jogo bruto da política, dos burgos podres ao Palácio, segundo Santana”. O leitor defende as prévias entre Aécio e Serra por ser “a fórmula mais democrática para escolher o candidato”.

Mas observa que o momento de Aécio é um, e o de Serra, outro. Serra teria pressa por temer que outras lideranças, como Ciro Gomes, possam anunciar apoio a Aécio. “Ciro disse com todas as palavras que se o Aécio for candidato, ele retira sua candidatura para apoia-lo. É por isso que, na minha opinião, o Aécio não tem pressa. Por outro lado, discordo que eles (Aécio e Serra) não estejam preocupados com a antecipação da campanha eleitoral do Lula. É claro que estão. Tanto que o Aécio convidou o Serra para percorrerem juntos o país”.Sobre a ministra Dilma Rousseff, ele não hesita: “Se depender dos tucanos de São Paulo, o poder se perpetuará na Avenida Paulista. O pior é que o mesmo podemos afirmar em relação aos petistas.

A Dilma só é mineira na certidão de nascimento. O Milton Nascimento, que nasceu no Estado do Rio de Janeiro, é muito mais mineiro do que ela. A Jô Moraes nasceu no Nordeste, mas é muito mais mineira do que a Dilma. Até o lateral argentino Juan Pablo Sorín é mais mineiro do que a superministra do PAC”.


Vale a pena conferir o Artigo de Adriano Souto na integra Jornal Hoje em Dia.

Um comentário:

  1. Reinaldinho,

    A minha mãe é neta do Idalino Ribeiro. Eu sou neto do ex-deputado federal Clemente Medrado Fernandes. Segue um texto sobre meu bisavô, escrito pelo ex-deputado Sylo Costa:

    “Falar de nossas histórias, do tempo de nossa juventude, ou de nossas férias, será sempre assunto prazeroso. Mais importante ainda, penso eu, é lembrar Salinas e seus vultos maiores. E dentre eles, um que teve participação direta, na história política-administrativa, não só de Minas, mas, da própria nacionalidade.

    Em julho de 1950, realizou-se na sede do Partido Social Democratico (PSD) no antigo palacete da família Carvalho de Brito, Rua Tupis com Espírito Santo, em Belo Horizonte, a reunião da Comissão Executiva do Partido, para escolha do candidato a governador do Estado. Os pretendentes eram Bias Fortes e Juscelino Kubitschek.

    A Comissão Executiva, composta por trinta e cinco membros, fora convocada para se reunir às dez horas, para esse importante mister. Compareceram e votaram 34 convencionais.

    Apurados os votos, surge o impasse: Dezessete votos para cada um. Faltou um voto, do convencional Idalino Ribeiro, um dos Vice-Presidentes do Partido, pai do Deputado Estadual José Chaves Ribeiro e sogro do Deputado Federal Clemente Medrado. Resolveram então, mandar um avião a Salinas e buscar o Coronel para votar. Às duas horas da tarde chega à reunião o esperado e importante chefe político.

    Advertido por um companheiro pelo atraso, mais ou menos assim: “ô Idalino, você não sabia que a convenção estava marcada para as 10 horas... Você se acha melhor que nós, que chegamos na hora?” Ao que teria respondido o Coronel: “Sabia do horário. Sabia também que a votação seria muito apertada, que poderia inclusive empatar, como empatou. Sei que não sou melhor que ninguém...

    Talvez tenha mais noção de oportunidade que todos vocês, tanto assim, que vocês votaram e estão esperando por mim, porque sabem, que tenho aqui nas mãos, o futuro Governador do Estado.

    Reaberto os trabalhos, sob imensa curiosidade, ele vota: “ Desempato para Juscelino, que é novo e tem carreira comprida. E desde já, voto em Bias para suceder a Juscelino daqui a quatro anos quando ele, Juscelino, deverá estar disputando a Presidência da República. Obrigado pela espera que lhes causei e até mais ver...

    E assim foi. Isso é visão de estadista. A história do país cumpriu o destino que o Coronel Idalino Ribeiro anteviu. Eu não vi, mas, sei quem está de posse dessa ata...”

    Grato,
    João Paulo Medrado

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