sexta-feira, 24 de junho de 2011

Anastasia e consórcio anunciam que gás natural em Minas é estimado em 25% do Brasil-Bolívia

Gás em MG é estimado em 25% do Brasil-Bolívia

Fonte: Eduardo Kattah – O Estado de S.Paulo

Gás natural na bacia do rio São Francisco pode atingir 194 bilhões de metros cúbicos

O primeiro estudo sobre a viabilidade econômica do gás natural na bacia sedimentar do rio São Francisco revelou uma reserva bastante significativa, que abre perspectivas para uma nova fronteira exploratória terrestre no País, anunciou ontem o consórcio responsável pela exploração na área.

O consórcio Cobasf – que reúne a estatal Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas (Codemig), a Orteng, a Delp e a Imetame – informou que estudos conduzidos pela Schlumberger, gigante internacional prestadora de serviços na área petrolífera, apontaram para um volume estimado entre 17,5 bilhões e 194,6 bilhões de metros cúbicos de gás natural.

O consórcio Cobasf foi responsável pelo primeiro poço perfurado na região, no ano passado, no município de Morada Nova de Minas, na região do Alto São Francisco, a 280 quilômetros de Belo Horizonte.

A reserva está localizada em uma área pesquisada de 400 quilômetros quadrados, de um total de 2,9 mil quilômetros quadrados do Bloco 132. O volume de gás encontrado representa uma capacidade de produção para aproximadamente 25 anos.

Ricardo Vinhas, diretor comercial da Orteng – empresa operadora do empreendimento -, calcula que a produção diária poderá ser de 7 a 8 milhões de metros cúbicos, o que representa entre 20% e 25% da capacidade de transporte do Gasoduto Brasil-Bolívia (30 milhões de metros cúbicos/dia).

A expectativa do Cobasf é que a produção comece em dois ou três anos. Não há definição sobre a utilização do gás, mas são vários os aproveitamentos possíveis, segundo o subsecretário de Estado de Política Mineral e Energética, Paulo Sérgio Machado Ribeiro: combustível, aplicações térmicas, insumo petroquímico, produção de fertilizantes agrícolas (amônia e ureia) e como redutor nas aciarias de ferro da região norte do Estado.

Para Robson Braga Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Orteng, o estudo revela uma nova fronteira de exploração no País. “Há grande potencial de exploração de gás natural, com uma nova fronteira e muitas perspectivas boas tanto para Minas Gerais como para a região”, afirmou ao Estado.

Atualmente, segundo a ANP, existem 39 blocos exploratórios sob concessão na bacia do São Francisco, em Minas, que foram arrematados em três rodadas de licitação em 2002, 2005 e 2008. A perfuração do poço de Morada Nova foi iniciada há quase um ano, em julho de 2010. O furo chegou a 2,3 mil metros de profundidade.

O anúncio foi feito em conjunto pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) e por representantes do consórcio no Palácio Tiradentes. “É uma verdadeira revolução econômica”, afirmou o governador. “Passamos a ter a confirmação absoluta que a reserva de gás da bacia do São Francisco é economicamente viável”, disse Anastasia. Segundo ele, a descoberta sinaliza que Minas Gerais terá outra grande indústria, de gás, numa região do Estado que ainda sofre com muitos fatores de desigualdade.

A Codemig possui 49% de participação no consórcio. O governo do Estado, que também participa de outros blocos por meio da própria Codemig e da Companhia Energética (Cemig), em conjunto com outros parceiros privados, diz que entrou nas disputas das rodadas de licitação da ANP para fomentar a exploração na região. O governador disse que o Estado não tem a intenção de participar do leilão da ANP previsto para 2012, de mais 09 blocos para a exploração na Bacia do São Francisco.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Comunidades agrícolas reduzem o êxodo rural no Norte de Minas e já são responsáveis por 73% da produção de hortifrutigranjeiros da região


Produção de comunidades gera renda e reduz êxodo rural no Norte de Minas Gerais

Agricultor João Cimael Ferreira da Silva

MONTES CLAROS (20/06/11) – Com produção anual estimada em 2,5 mil toneladas de hortifrutigranjeiros, o que gera uma receita aproximada de R$ 1 milhão, 85 produtores de Montes Claros, no Norte de Minas, estão contribuindo com a redução do êxodo rural. Há 33 anos, os agricultores recebem assistência do Governo de Minas, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Os produtores integram oito comunidades rurais da região de Planalto, Lagoinha e Pentáurea e, atualmente, garantem o fornecimento de 73% da produção de hortifrutigranjeiros para a Central de Abastecimento do Norte de Minas (Ceanorte). Além de municípios do entorno de Montes Claros, dependendo da época do ano, os produtos são comercializados em grandes centros urbanos do país, entre eles São Paulo.

Além de uma permanente geração de renda, visto que o plantio de lavouras acontece durante todo o ano, a produção de hortifrutigranjeiros envolve cerca de 280 trabalhadores rurais, principalmente mão de obra familiar. Nas comunidades envolvidas nas ações implementadas pela Emater-MG, em parceria com outros órgãos governamentais, o que não falta é oportunidade de trabalho. Além disso, praticamente não existe inadimplência quanto ao pagamento de financiamentos para a produção agrícola, pois toda a produção colhida é imediatamente comercializada nas centrais de abastecimento ou em sacolões.

Tradição

Partindo do fato da região constituída por oito comunidades rurais terem se consolidado, a partir da década de 1970, como uma das áreas mais tradicionais na produção de hortaliças, olerícolas e de alguns tipos de frutas, técnicos da Emater-MG investiram na organização dos produtores, tanto no aspecto de produção agrícola quanto de orientação social. Em parceria com o Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Secretaria Municipal de Agricultura e, mais recentemente, por meio do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), bem como do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 1995 os agricultores fundaram a Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros da Região do Pentáurea.

Com assistência técnica da Emater-MG e apoio financeiro do Governo de Minas, por meio do Projeto de Combate à Pobreza Rural do Estado de Minas Gerais (PCPR/MG), implementado pelo Idene e dos Bancos do Nordeste e do Brasil, os produtores consolidaram e aumentaram a produção agrícola, principalmente de frutas, chuchu, vagem, tomate, pimentão, abóbora italiana, couve, alface, coentro e berinjela. Paralelo à produção de alimentos, a floricultura também está sendo incrementada, principalmente em áreas onde predomina a mão de obra feminina.

O engenheiro agrônomo da Emater de Montes Claros, Robson Ferreira, e o técnico agrícola Adailton Alves Figueiredo destacam que o empenho dos produtores rurais tem sido fundamental para o êxito da produção agrícola na região do Pentáurea. Devido à predominância de solo arenoso, existem várias nascentes de importantes cursos d’água que formam a bacia do rio Verde Grande, um dos principais afluentes do rio São Francisco no Norte de Minas. Com assistência técnica da Emater-MG e introdução de modernos sistemas de irrigação, sobretudo micro aspersão e gotejamento, os produtores reduziram em cerca de 50% o consumo de água e aumentaram a produção de alimentos.

Atualmente, a título de exemplo, numa área de apenas um hectare, os produtores rurais colhem 75 toneladas de chuchu, 20 toneladas a mais do que a verificada há cerca de seis anos, quando os sistemas de irrigação foram substituídos por tecnologias mais modernas.

Bons resultados

Além de fornecerem produtos para merenda escolar municipal e para o Programa de Aquisição de Alimentos, gerenciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os produtores estão em vias de fornecer produtos para escolas estaduais, por meio de entendimentos que vêm sendo conduzidos pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). “Isso abre novas perspectivas para a agricultura familiar, além de valorizar o trabalho dos agricultores”, observa o agrônomo Robson Ferreira.

Com recursos do Governo do Estado repassados pelo Idene, atualmente a Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros da Região do Pentáurea já conta com boa infraestrutura, além de galpão comunitário e uma fábrica de embalagens. A Emater-MG é a responsável pela elaboração de vários projetos para captação de recursos financeiros, por meio dos quais os produtores incrementam a produção agrícola. Os recursos repassados pelos Bancos do Nordeste e do Brasil são oriundos do Proger Rural e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

“Estou entusiasmado em prestar assistência técnica aos produtores da região do Pentáurea porque vemos, na prática, o resultado de cada ação implementada pelo Governo de Minas no apoio às famílias. Na região não se vê falar em êxodo rural. Pelo contrário, muitos filhos de produtores estão retornando para suas comunidades, porque existem muitas oportunidades de trabalho”, destaca o técnico agrícola da Emater-MG, Adailton Figueiredo.

Valorização da terra

Em virtude do sucesso do trabalho na zona rural de Montes Claros, o preço do hectare foi valorizado na região do Planalto, Pentáurea e Lagoinha. Segundo a Emater-MG, além da dificuldade em se encontrar propriedades à venda, o preço médio de mil metros quadrados de área é oferecido a cerca de R$ 6 mil, enquanto o valor normal seria em torno de R$ 2 mil.

“Para mim, morar na zona rural é uma grande satisfação, pois tenho qualidade de vida. Moro a dez minutos da zona urbana de Montes Claros e, aqui na roça, desfruto de tranquilidade e conforto. Não falta nada para minha família. Tenho casa boa, luz, televisão, telefone e até internet. Estou muito feliz aqui”, confessa o produtor da comunidade de Lagoinha, José Maria Ferreira de Souza, popularmente conhecido como “Cheiro”. Ele trabalha na roça com dois filhos e, além disso, gera outros oito empregos diretos. Numa área de 16 hectares, se dedica à produção de chuchu, vagem, jiló, abóbora e berinjela, que lhe proporcionam comercialização mensal de 800 caixas de alimentos.

Além de garantir o sustento da família e emprego para os filhos, José Maria salienta que o trabalho dos produtores rurais tem sido valorizado. “O apoio da Emater é fundamental para o incremento da produção agrícola na região. Não tenho nada que reclamar. Atualmente, sou um dos fornecedores de produtos para a merenda escolar e, apesar de ter uma área pequena, estou conseguindo garantir o sustento da família”, destaca o produtor.

O agricultor João Cimael Ferreira da Silva também está satisfeito com o apoio da Emater-MG. Numa área de 20 hectares, ele produz dez diferentes produtos, entre eles abacaxi, laranja e maracujá. Ao todo, Cimael garante trabalho para dez pessoas, com as quais divide receitas e despesas. Juntos, por semana, eles comercializam 200 caixas de produtos agrícolas. “Estou feliz, pois me sinto útil para a sociedade. Estou produzindo alimentos, atendendo uma necessidade básica da população. Vejo que o produtor rural tem valor na sociedade”, conclui, orgulhoso, João Cimael.

Flores

Outros dois agricultores também revelam que não têm do que reclamar com a vida que levam na zona rural: o casal Francisca Margarete Dias e José Maria Vieira Ramos, o “Bahia”. Há seis anos, Margarete se dedica à produção de flores tropicais numa área de mil metros quadrados. Já o marido, comercializa 500 quilos de couve por semana, além de centenas de molhos de espinafre, cebolinha e coentro. Mesmo sem revelar a renda mensal que obtêm na área de 9,5 mil metros quadrados na localidade de Lagoinha, o casal ressalta que está “satisfeito”. “Tudo o que produzimos, é vendido. Muitas vezes, não temos condições de atender à procura”, finaliza Bahia.

Mesmo avessa a fotografias, Margarete Dias se sente orgulhosa de ser uma das principais fornecedoras de flores para igrejas, floriculturas e empresas organizadoras de casamentos e festas em Montes Claros. “Tudo o que consigo colher na semana é vendido. Não sobra para quem quer”, comemora.

domingo, 19 de junho de 2011

Após queda, Aécio ficará dez dias afastado do Senado

Senador chegou a ser internado, mas já teve alta após quebrar costelas e a clavícula

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) deve ficar dez dias afastado do Senado após cair de um cavalo na sexta-feira (17). Aécio deve seguir orientações médicas e ficar em repouso nos próximos dias. O senador vai ficar com o braço imobilizado por um período de seis a oito semanas.

Segundo a assessoria de Aécio, o mineiro estava nas proximidades da fazenda de seus familiares no município de Cláudio, centro-oeste mineiro, quando caiu do cavalo.

Após a queda, o senador foi submetido a atendimento médico e realizou exames de imagem em Belo Horizonte. Ele foi atendido pelo ortopedista Rodrigo Lasmar. Os exames médicos indicaram fraturas em costelas e na clavícula direita.

Aécio chegou a ficar internado 24 horas para observação, no Hospital Mater Dei, e recebeu alta no final da tarde do sábado (18).