sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Culpar Raio por Apagão é Piada


Fonte: Portal O Tempo

Irritada com os últimos apagões ocorridos no país, a presidente Dilma Rousseff contestou as explicações dadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e até por técnicos do Ministério de Minas e Energia e disse que os cortes de luz são provocados por falha humana, nunca por raios.

"No dia em que falarem para vocês que caiu um raio, gargalhem", afirmou Dilma, ontem, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.

"Raio cai todo dia neste país, a toda hora. Raio não pode desligar sistema. Se desligou, é falha humana. Raio é derivado de uma coisa chamada chuva, crucial para o sistema funcionar. Não posso querer que tenha chuva e não tenha raio. A nossa briga é para impedir que, quando o raio cai, o sistema pare".

Para o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, o corte de abastecimento que deixou consumidores de 12 Estados sem energia, no último dia 15, pode ter sido causado por um raio.

Dilma admitiu haver outros riscos de interrupção de energia, mas rejeitou o termo apagão, alegando que a palavra foi usada quando "o Brasil inteiro ficou às escuras", em 2001, porque não havia linhas de transmissão suficientes.

 "Sem que vocês saibam, deve ter umas 3.000 quedas de energia por ano", afirmou. Para ela, é preciso ser "implacável" com a falta de luz. "Não podemos aceitar conviver com isso", disse.

Ridículo. A presidente desdenhou de comentários dando conta de que o Brasil pode ser obrigado a economizar novamente energia, como em 2001, e chegou a falar em má-fé. "Acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento"

Com planilhas sobre "descargas elétricas" na mão, Dilma se levantou e, diante dos repórteres, começou a dar uma aula sobre raios e a necessidade de proteção do sistema. "No caso de transmissão, somos vítimas eternas e temos de nos preparar", insistiu.

Ex-ministra das Minas e Energia, Dilma também atribuiu a uma falha humana a falta de luz que atingiu o aeroporto do Galeão anteontem. "O sistema elétrico do Galeão terá de ser trocado. No Rio, sempre que a temperatura passa de 40 graus, a Light tem problema", disse.

Juros vão cair mais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou ontem, em entrevista ao portal G1, que o Banco do Brasil e a Caixa continuarão a reduzir taxas de juros. "Em 2013, a economia vai começar muito melhor do que começou em 2011. Em 2011, os juros estavam altos. Tínhamos algum tributo que estamos tirando. Não tinha redução de energia elétrica e o câmbio estava desfavorável".

Brasil Espiona Manifestantes

Fonte: Reuters Brasil

As forças de segurança brasileiras estão usando agentes à paisana, interceptando e-mails e monitorando rigorosamente a mídia social para tentar garantir que protestos violentos contra o governo não arruínem a Copa do Mundo, disseram autoridades à Reuters.

As manifestações realizadas nos últimos meses têm sido muito menores do que as de junho passado, quando o Brasil sediou a Copa das Confederações - torneio de preparação para a Copa -, o que abalou o governo da presidente Dilma Rousseff e contribuiu para a desaceleração da economia.

Mas os protestos ainda desencadeiam atos de vandalismo contra bancos e a paralisação de partes de grandes cidades porque um grupo mais duro, de talvez alguns milhares de manifestantes em todo o país, se confronta com a polícia, incluindo alguns usando máscaras e autodenominados "black blocs".

O governo de Dilma teme que os protestos, dos quais os mais recentes vêm adotando o slogan ‘Não vai ter Copa', possam prejudicar gravemente a competição, que começa em 12 de junho em São Paulo e termina com a partida final em 13 de julho, no Rio de Janeiro.

Imagens frequentes de vitrines estilhaçadas de lojas, turistas assustados e policiais e manifestantes feridos - fatos já ocorridos - poderiam manchar um evento que vai atrair um número estimado em 600.000 visitantes estrangeiros e tem a meta de mostrar a ascensão do Brasil como potência mundial. Estão sendo organizadas manifestações em todas as 12 cidades nas quais haverá partidas.

A recente fragilidade da economia brasileira, mais a eleição presidencial de outubro, na qual Dilma concorrerá a um segundo mandato, aumentam ainda mais os riscos.

A assessoria de imprensa da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), uma divisão do Ministério da Justiça encarregada da segurança na Copa do Mundo, encaminhou perguntas sobre iniciativas de vigilância para o Ministério da Defesa, que não quis fazer comentários.

Mas autoridades descreveram, sob condição de manterem o anonimato, uma vigilância crescente e generalizada a pessoas que integram o Black Bloc, cuja extensão ainda não tinha sido divulgada pela imprensa.

Além de monitorar as comunicações do grupo no Facebook e outras mídias sociais, agentes da inteligência se infiltraram no movimento e passaram informações para a polícia antes e durante recentes manifestações, disseram dois funcionários.

As autoridades também vêm usando tecnologia avançada para localizar os computadores de manifestantes violentos e ter acesso às suas comunicações, com a finalidade de identificar líderes e monitorar suas atividades, afirmou um funcionário.

Os funcionários enfatizaram que tais esforços não estão sendo direcionados à população brasileira em geral, mas aos membros de grupos violentos. Eles não quiseram especificar quais agências ou forças policiais estão realizando a vigilância nem dar mais detalhes sobre como a informação está sendo usada.

As táticas refletem a crença do governo Dilma de que, ao contrário das manifestações em grande parte pacíficas do ano passado, os black blocs são um problema criminal e devem ser tratados como tal.

"No ano passado todo mundo pensou que isto era os anos 1960. Mas agora é apenas Seattle", disse um alto funcionário, referindo-se aos famosos protestos que se tornaram violentos na reunião da Organização Mundial do Comércio em 1999.


Origem Internacional

A vigilância corre o risco de provocar um mal-estar em um país com más lembranças da ditadura militar de 1964-1985, que espionava intensamente esquerdistas suspeitos, incluindo a própria Dilma, na época, integrante de um grupo guerrilheiro marxista.

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, não quis fazer comentários sobre os procedimentos da área de inteligência, mas disse que as forças de segurança "respeitam completamente o direito das pessoas protestarem em paz".

"Nós estamos agindo para garantir a segurança das pessoas contra aqueles que buscam a violência", afirmou Grella. Um protesto em São Paulo em 25 de janeiro foi um vívido exemplo do tipo de desordem que poderia potencialmente estragar a Copa do Mundo.

Depois de um protesto pacífico de cerca de 1.500 pessoas, algumas dezenas de manifestantes se separaram e bloquearam grandes avenidas, provocaram incêndios e tentaram virar um carro de polícia.

Quando a polícia perseguiu um grupo de manifestantes dentro do saguão de um hotel, houve pânico entre os hóspedes, dos quais alguns receberam ordens para se sentar no chão enquanto os agentes tentavam identificar os manifestantes e prendê-los, de acordo com a mídia local. Outros hóspedes, amedrontados, se refugiaram em seus quartos.

Os manifestantes, e aqueles que os estudam, dizem que tais incidentes têm sido agravados pela resposta do governo - que, segundo eles, não entende fundamentalmente do que se trata o movimento.

Os black blocs são um fenômeno internacional, tendo aparecido pela primeira vez na Europa nos anos 1980 durante protestos contra a energia nuclear e outras questões. Alguns acadêmicos os comparam aos anarquistas do início do século 20, observando o papel-chave que tiveram nas manifestações antiglobalização, como a de 1999, em Seattle.

Em alguns casos, os grupos não têm líderes e são desprovidos de qualquer organização, unindo-se somente pelas táticas e a maneira de se vestir - em geral, inteiramente de preto. Em outros há alguma coordenação.

Em São Paulo, os black blocs têm um tempero local. Os aderentes são predominantemente homens com idades entre 15 e 23 anos, egressos da nova classe média baixa que floresceu quando a economia do Brasil cresceu na década passada, disse o professor Rafael Alcadipani, da escola de negócios da Fundação Getúlio Vargas, que estuda o grupo e entrevistou seus membros.

Esse grupo demográfico deu grandes saltos em consumo e pôde pela primeira vez adquirir máquinas de lavar, TVs de tela plana e outras mercadorias. Mas a maioria deles sofre com a má qualidade do sistema de saúde, escolas públicas ruins e longas jornadas no transporte, já que o governo não foi capaz de equilibrar a renda crescente deles - e as expectativas - com serviços melhores.

Os black blocs "acreditam que o sistema político brasileiro está quebrado e não os representa", disse Alcadipani.

Esperando Novos Protestos

Uma black bloc que disse apenas chamar-se Ana afirmou que muitos membros acreditam que o vandalismo é o único meio de atrair a atenção da mídia para os seus pontos de vista.

"É um grupo extremamente diverso, mas a única coisa que nos une é a crença em que não podemos aceitar silenciosamente o que os políticos estão fazendo conosco", disse ela.

Em outubro, black blocs espancaram gravemente um coronel da polícia, quebraram sua clavícula e roubaram sua pistola. Os manifestantes alegam que a polícia de São Paulo também usa táticas brutais e citam os tiros dados em um manifestante em 25 de janeiro. A polícia diz ter agido em autodefesa.

O maior medo do governo é que o tamanho e a violência dos protestos explodam novamente quando a Copa do Mundo começar.

Se isso vai acontecer é uma incógnita, já que depende de fatores que variam da situação da economia ao desempenho da seleção brasileira. Muitos acreditam que, se o Brasil for eliminado cedo, os brasileiros ficarão menos ligados nos jogos e mais propensos a sair às ruas.

As táticas dos black blocs assustaram muita gente na classe média, principal motivo que fez as manifestações encolherem e não conseguirem reunir mais do que alguns milhares desde julho.

No entanto, se a polícia for muito longe na repressão, o efeito poderá ser o oposto. Uma reação com mão pesada a pequenas manifestações em junho passado enfureceu muita gente e foi um importante fator para que o número de participantes nos protestos se multiplicasse na época.

Esse difícil equilíbrio ajuda a explicar por que as autoridades estão ansiosas por abraçar ações de inteligência e outras novas táticas.

Grella disse que a polícia estuda como outros países lidaram com o Black Bloc. As próximas semanas verão a estreia de uma nova "Brigada de Captura" da polícia uniformizada, sem armas de fogo, que será encarregada de deter manifestantes violentos, disse ele.

Os esforços da polícia para prender manifestantes e registrar seus nomes, e em alguns casos, indiciá-los, também produziram resultados. A maioria dos cerca de 200 black blocs identificados pela polícia em São Paulo não participou do protesto de 25 de janeiro por medo de ser processada, disse Esther Solano, uma outra acadêmica que estuda o grupo.

No entanto, novos membros surgiram para tomar o seu lugar - um mau presságio para os meses mais à frente.

"Enquanto o governo não enfrentar as principais questões, as pessoas vão continuar protestando", disse Alcadapini, o professor da FGV. "Nada mudou desde junho."

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

MST diz que Governo Dilma foi o Pior para a Reforma Agrária

O governo Dilma Rousseff é apontado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como o pior da história para a reforma agrária. Para a coordenação nacional do movimento, o atual governo não assenta famílias, disponibiliza pouca terra e se aliou preferencialmente ao agronegócio.

— O governo Dilma foi o pior para reforma agrária. Assentou pouco, ou quase nada, e foi tomado pelo agronegócio, a quem se aliou. Os cem decretos de desapropriação de Dilma (assinados no final do ano passado), não representa nada. Assinar decreto não é criar assentamento. São apenas áreas decretadas. Ainda falta muito. E esse volume de terra não serve para assentar nem 4.700 famílias. É uma vergonha — disse Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST.

Pelas contas do MST, há hoje 186 mil famílias acampadas no país, das quais 100 mil ligadas ao movimento. Conceição afirma que o governo Lula foi o que assentou o maior número de famílias e o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) o que mais destinou terras para essa política.

— O negócio do Fernando Henrique era jogar (sem-terras) na terra - disse Conceição.

Às vésperas de seu 6º Congresso Nacional, que ocorre semana que vem, em Brasília, o MST anuncia que precisa rever ações e que fará seu primeiro balanço crítico. Sob críticas de que se afastou da luta pela reforma agrária e de que já não representa a mesma ameaça de tempos atrás, sua coordenação anuncia uma defesa da reforma agrária popular e combate ao que batizaram de privatização dos assentamentos. 

Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, afirmou na manhã desta terça-feira que o descaso do governo com os assentamentos está fazendo com que parte dos assentados, sem acesso a políticas públicas, estão repassando suas terras para o setor privado.

— O mercado está tomando conta dos assentamentos, que estão sendo privatizados. Não há dinheiro público nos assentamentos. O investimento público fugiu. É preciso haver a titulação real da terra, onde a família tem o título mas não é dona da terra, é beneficiária.

Serão quatro dias de congresso e são aguardadas, pelo menos, 15 mil pessoas. Todos ficarão em alojamentos na proximidade do ginásio Nilson Nelson, onde ocorrerá o encontro. O evento terá espaço para feiras e até orientadores apontando as entradas para os participantes. O último congresso do MST ocorreu em 2007. A palavra de ordem "Reforma agrária por justiça social e segurança alimentar" será substituída por "Lutar, construir, reforma agrária popular".

O coordenador do MST reconheceu que é preciso fazer uma análise crítica do movimento e avaliar como "massificar as formas de luta". Conceição reconheceu que os sem-terra estão trocando a luta pela terra por empregos gerados pelas obras do governo.

— A classe trabalhadora tem mais acesso a emprego. Muitas pessoas do campo estão indo para as cidades para trabalhar em obras que devastam o meio ambiente, como as hidrelétricas. E ninguém aguenta mais esperar terra. Tem gente acampada há quase quinze anos. Eles preferem ir mesmo abrir estradas nas obras do PAC 1 e do PAC 2 — afirmou Conceição.

O líder do MST disse que as táticas de ação estão se modificando e que ocupar terras não é mais a única forma de luta.


— A ocupação de terra diminuiu mas há outros elementos de mobilização. Precisamos combinar na tática. Em abril do ano passado foram fechadas 95 BRs (estradas federais). Mas ninguém noticiou.

Gilmar Mendes Suspeita de Lavagem de Dinheiro em Doação para Multas de Petistas

Fonte: Portal O Globo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta terça-feira que o Ministério Público investigue a arrecadação financeira feita por condenados no processo do mensalão para pagar multas que lhe foram impostas. Para o ministro, há indícios de lavagem de dinheiro. 

Para pagar as multas, o ex-deputado José Genoino (PT-SP) e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pediram dinheiro a militantes e simpatizantes por meio de páginas na internet. O primeiro arrecadou quase R$ 700 mil. 

As cifras de Delúbio ultrapassaram R$ 1 milhão. Ambos foram condenados por participar do esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de mesada à base aliada no governo Lula.

— Arrecadar R$ 600 mil num dia. São coisas que precisam ser refletidas. A sociedade precisa discutir isso. Tem elementos para uma investigação (pelo Ministério Público). Se for um fenômeno de lavagem? De dinheiro mesmo de corrupção? Quer dizer: as pessoas são condenadas por corrupção e estão agora festejando coleta de dinheiro. É algo estranho — afirmou.

O GLOBO mostrou no último sábado que em 9 dias, Delúbio arrecadou mais dinheiro que ONGs importantes, como a Pastoral da Criança e o Greenpeace.

Gilmar lembrou que os políticos acusados no processo foram condenados por corrupção, não por crime político. Por isso, ele considera grave a forma de arrecadação do dinheiro para pagar as multas.

— Agora, vem essa massa de dinheiro. Será que vão também fazer uma arrecadação para devolver todo o dinheiro que foi desviado? Tudo estranho. É interessante que todos nós estamos noticiando isso como se fosse só um fato corriqueiro. Não, não é um fato corriqueiro, há algo de grave nisso. E precisa ser investigado. E essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e está sendo condenado por isso. São políticos presos por corrupção — declarou.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PSDB Pede Apuração de Doações a Condenados do Mensalão

Fonte: Portal O Tempo

A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados protocolou, nesta terça-feira (4), na Procuradoria-Geral da República, pedido de apuração dos supostos crimes de apologia a crime ou a criminoso e lavagem de dinheiro no processo de arrecadação de doações para petistas condenados no esquema do mensalão.

Os tucanos questionam ato de desagravo realizado no 5º Congresso do PT, em dezembro passado, e o volume de recursos encaminhado ao ex-deputado José Genoino e ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.


Na representação, o atual líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), que nesta tarde passa a função ao deputado da Bahia Antônio Imbassahy, questiona não só o volume de recursos doado aos petistas como o curto tempo em que a soma foi conseguida.

Com o apoio de familiares, amigos, apoiadores e militantes petistas, José Genoino arrecadou mais de R$ 700 mil em doações por meio de um site criado exclusivamente para a "vaquinha eletrônica".

Com o recurso, obtido em aproximadamente 10 dias, o petista conseguiu pagar multa de R$ 667,5 mil, decorrente da condenação no processo do mensalão. Delúbio Soares usou a mesma estratégia e conseguiu arrecadar R$ 1 milhão. A multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal a Delúbio foi de R$ 466,8 mil.

Novidades na Volta às Aulas

Fonte: Agência Minas

Nesta segunda-feira (3), os 2,2 milhões de alunos da rede estadual voltaram às salas de aula. Em todo o Estado, estudantes deixaram para trás os dias de férias e retomaram suas atenções para livros didáticos e cadernos nas 3.670 escolas da rede.

Algumas escolas prepararam novidades para recebê-los. A Escola Estadual Professor Francisco Brant, de Belo Horizonte, por exemplo, tem uma nova área de convivência para seus alunos. Construída em janeiro, a arena pedagógica foi feita para ser um espaço para os professores lecionarem seus conteúdos fora da sala de aula.

“Trata-se de uma iniciativa pedagógica da nossa escola tendo em vista o Reinventando o Ensino Médio, que chega à nossa escola e vai começar bem com esse novo espaço que estamos oferecendo aos nossos alunos”, afirma a diretora da instituição, Arlene Borges da Cunha.

A obra da escola, feita com recursos do Ministério da Educação (MEC), através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), e do fundo de manutenção da escola, da Secretaria de Estado de Educação (SEE), tem investimentos que somam aproximadamente R$ 15 mil, que incluem também a revitalização de outra área de lazer dos alunos e da entrada da escola.

Arlene está empolgada com o Reinventando. "O grande foco é o Reinventando, com o sexto horário para os alunos e a proposta de um ensino médio revitalizado", diz. Além do seminário de percurso organizado por todas as escolas da rede, a escola vai ainda fazer oficinas com seus alunos para apresentar as três áreas de empregabilidade escolhidas inicialmente: Comunicação Aplicada, Meio Ambiente e Recursos Naturais e Empreendedorismo e Gestão.

Dos 1.080 alunos da escola, cerca de 320 entram em 2014 inseridos nessa nova proposta de ensino médio. Patricia de Fátima Favato de Abreu é um deles. "Vai ser bem melhor com o Reinventando, para nos preparar para lá fora, para quando sairmos da escola", afirma a estudante, oriunda da rede municipal que encontrou a novidade na nova escola.

Já Bárbara Lisboa termina o ensino médio esse ano. A aluna do 3º ano tem planos para 2014. “Vou fazer medicina em uma universidade federal. Vou fazer de tudo para poder conseguir, é meu sonho. Tenho certeza que vou passar esse ano”, afirma a jovem, que está na Escola Estadual Professor Francisco Brant desde o 6º ano do ensino fundamental.


Primeiro Dia de Escola

Enquanto Bárbara e outros alunos do 3º ano do ensino médio se preparam para deixar a escola para trás e começar um novo ciclo, alunos do 1º ano do ensino fundamental estão apenas começando sua história escolar, muitos deles acompanhados pelos pais nesse primeiro dia.

Rudá Penha Fernandes é um desses estudantes. Aluno da Escola Estadual Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, Rudá tem hoje seu primeiro dia de aula na escola. “O 1º ano vai ser bom. Vai ser diferente”. A avó, Rita de Cássia Nascimento, acompanhou o menino de seis anos no seu primeiro dia.

“Estamos apreensivos, mas sabemos que essa é uma boa escola, a diretora é maravilhosa e todo mundo lá em casa estudou aqui. Então fico mais tranqüila e a gente procura passar essa energia positiva para ele”.

A mãe de Júlia Vitória Silva da Cruz, Alexandra Conceição Silva da Cruz, levou a filha para a mesma escola por um razão diferente. Pensando no futuro da filha, Alexandra trocou a escola particular, onde Júlia fez a pré-escola, por uma da rede estadual.

“Além de morar perto da escola, acho que para entrar em uma universidade ela vai ter mais oportunidades se vier de uma escola pública”. Mas, enquanto Júlia está tranqüila com a troca de escola, a mãe fica um pouco nervosa com a entrada da filha no ensino fundamental e as mudanças que vêm em sua nova fase.

“É uma mudança, é totalmente diferente. Agora ela está em uma escola com mais alunos, tem dever de casa. Agora tem que pensar em coisas mais sérias”, ressalta.

Daniel Pires também levou o filho para seu primeiro dia, mas está bem mais tranqüilo que Alexandra. E ele tem motivos de sobra para isso: Daniel estudou na mesma escola onde seu filho, Diego dos Santos Pires, estuda a partir de hoje. “A gente tem a confiança, fica seguro de trazer, porque já passei aqui e sei o que ele vai passar”, afirma Daniel.

Pelo que a diretora, Maria Leonor Cardoso Ferreira, e sua equipe planejam para 2014, os pais podem contar com a escola. Segundo ela, o Programa de Intervenção Pedagógica (PIP), da Secretaria de Estado de Educação, continuará com um trabalho mais intenso.

“A ideia esse ano é que todos os profissionais em fora de sala vamos fazer um sistema de apadrinhamento dos alunos. Então cada funcionário vai ficar responsável por um quantitativo de alunos e com o desafio de desenvolver e acabar com a defasagem desses estudantes”.  A Escola Estadual Padre Eustáquio começou o ano letivo com 975 alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental.

Interior de Minas

Na Escola Estadual Afonso Arinos, no Noroeste do Estado, a volta às aulas contou com uma programação especial. Além de uma gincana, atividades com música e contação de histórias, marcaram as primeiras atividades de 2014 com os estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental.  “Hoje é dia de receber os alunos, por isso tem que ser com mais alegria, mais energia”, explica a professora do quinto ano, Denilva Souza Dias.

A educadora ainda explicou que as primeiras ações do planejamento pedagógico estão definidas. “Vamos começar o ano com uma revisão dos conteúdos estudados no ano passado. Ainda estre mês faremos uma avaliação diagnóstica de Português e Matemática. Na quarta-feira, nós faremos o planejamento no módulo II para traçar o roteiro de estudos para o semestre com base na matriz curricular”, detalha Denilva. 

Com o objetivo de aproveitar o tempo do calendário escolar, o passeio pelos diversos temas da História já começam esta semana com os alunos da Escola Estadual Henrique Diniz, em Barbacena, na Zona da Mata.

A escola atende cerca de 740 alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio. Nas aulas com o 3º ano do ensino médio, um dos primeiro temas a serem abordados é o período republicano no Brasil. Para o último ano da educação básica ainda estão previstos simulados e outras atividades com foco no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

De acordo com o professor de História, Felipe Souza Soares, o primeiro dia de aula também é uma oportunidade para alunos e professores firmarem algumas regras de convivência.

Tudo para que o ano letivo ocorra sem problemas.  “Eu sempre planejo conversar com os alunos para ‘sentir’ como é a turma. Nós também estabelecemos algumas regras de convivência e as formas de avaliação”, adianta o professor.