O
presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, em visita a Campo Novo de
Parecis (MT), concedeu entrevista coletiva em que respondeu a perguntas sobre o
Mato Grosso, o setor de agronegócios, a CPI da Petrobras e as eleições 2014.
A seguir, a entrevista
coletiva. Sobre a viagem ao Mato
Grosso e visita a Parecis SuperAgro.
É
um reconhecimento ao Brasil que produz e que contribui de forma definitiva para
o nosso crescimento. E para fazer aqui
uma profissão de fé. Tenho dito sempre que o Estado, o governo, se não
atrapalhar quem produz já está fazendo um grande favor. Queremos um Estado que
possa ser parceiro.
Parceiro
no planejamento da mobilidade, portanto, da infraestrutura. Parceiro para
simplificar a questão tributária. Parceiro do ponto de vista de dar
tranquilidade a quem produz no campo, com respeito a regras absolutamente
claras.
Temos
uma visão de Brasil que se aproxima muito daqueles que aqui nessa região têm
desbravado fronteiras e feito o Brasil crescer. Não fosse o agronegócio
brasileiro, e o Mato Grosso tem um papel vital nisso, estaríamos praticamente
com um crescimento nulo.
Então,
é hora de termos um governo que possa compreender a importância do trabalho que
se faz no campo, onde somos os mais produtivos do mundo. Disse quando estive em
Sorriso, pouco tempo atrás, que da porteira para dentro não há ninguém mais
produtivo e eficiente do que o brasileiro, sobretudo aqueles que estão nesta
região.
O
problema é da porteira para fora, quando falta tudo, falta ferrovia, falta
hidrovia, faltam portos e falta, principalmente, planejamento. Vamos falar aqui
hoje de um choque de planejamento para que possamos desbravar outras
fronteiras, produzir cada vez mais e ter um retorno, uma renda cada vez maior.
Sobre a CPI da Petrobras
O
Brasil está acompanhando com indignação aquilo que vem acontecendo com as
nossas empresas. A Petrobras, talvez por ser o patrimônio mais afetivo de todos
nós brasileiros, pela luta na sua construção, pelo que ela representou para o
Brasil, até pela nossa autoestima, além da importância para a economia
brasileira, para o crescimento do país, éramos há quatro anos, a 12ª maior
empresa do mundo.
Hoje,
somos a 120ª. A Petrobras, apenas neste período da atual presidente da
República, perdeu mais de 50% do seu valor de mercado. Somos a empresa não
financeira mais endividada do mundo. O governo do PT permitiu que este
patrimônio de todos os brasileiros fosse embora. E o que é mais grave, permitiu
uma governança pouco respeitosa a padrões éticos.
O
que aconteceu na Petrobras, a partir do aparelhamento do governo federal, e
infelizmente isso não acontece apenas na Petrobras – Eletrobras é outra empresa
também que perdeu mais da metade do seu valor –, esse aparelhamento absurdo da
máquina pública leva a desvios, à corrupção, é diretor preso, eu diria que o
que aconteceu na Petrobras é uma vergonha.
Por
isso, estamos, ao lado do senador Pedro Taques, uma das vozes mais corajosas,
hoje, do Congresso Nacional, esperando que, na próxima terça-feira, possamos
ter, por parte do Supremo Tribunal Federal, a autorização ou a determinação
para que a CPI da Petrobras possa ser instalada.
E
vamos investigar. Quem não tiver culpa no cartório não tem o que temer. Mas
quem cometeu irregularidades à frente da Petrobras ou de qualquer outra empresa
tem que pagar, e pagar exemplarmente. Essa é a questão fundamental.
Sobre aproximação com
setores do PMDB
Hoje,
sou condutor de uma proposta. A proposta moderna de Brasil, onde a eficiência e
a ética possam caminhar juntas. Sou portador de uma nova visão de mundo, que
fuja desse alinhamento ideológico com alguns vizinhos que benefício algum traz
ao Brasil.
Acredito
na meritocracia da gestão pública. Acredito na parceria com o setor privado
como algo essencial ao crescimento do país. O maior avanço social, a medida
mais efetiva e de maior impacto social que podemos ter em qualquer país – e no
Brasil não é diferente – é a boa aplicação do dinheiro público, com
planejamento e com metas.
Estou
muito feliz de ver que, quanto mais eu ando, mais apoio viemos recebendo. Apoios
naturais, porque as coisas naturais, tanto na vida quanto na política, são as
que dão certo. O que vejo é a convergência de pensamentos, não apenas de
companheiros de partido, ou de partidos aliados, mas de pessoas que querem
encerrar esse ciclo que tem nos legado, deixado como herança, um crescimento
pífio da economia e uma inflação crescente com aguda perda de credibilidade,
para iniciarmos um novo ciclo onde o crescimento sustentável e o
desenvolvimento sejam a nossa principal marca.
Fonte: Portal PSDB