terça-feira, 5 de abril de 2011

Iveco produzirá blindados Guarani em Sete Lagoas e Antonio Anastasia diz que Minas se consolida vocação na área de defesa

Iveco faz blindado para Exército

Fonte: O Tempo

Indústria bélica. Empresa do Grupo Fiat vai produzir 2.044 unidades em Sete Lagoas por R$ 6 bilhões
Serão gerados 350 empregos e investidos R$ 75 milhões

A Iveco vai produzir veículos militares blindados em parceria com o Exército Brasileiro, na fábrica de Sete Lagoas, região Central de Minas Gerais. O modelo, batizado de Guarani, é um Veículo Blindado para Transporte de Pessoas (VBTP) e já tem 2.044 unidades encomendadas pelo próprio Exército, que pensa em exportar posteriormente. Segundo o presidente da Iveco para a América Latina, Marco Mazzu, o contrato inicial é de R$ 6 bilhões, o que dá em média R$ 2,9 milhões por unidade.

Esse será o primeiro produto da divisão de veículos de defesa que a Iveco acaba de lançar. Para comportar a produção, a fábrica de Sete Lagoas receberá R$ 75 milhões em investimentos e, quando estiver em pleno funcionamento, 350 empregos diretos serão gerados. “Essa nova divisão da Iveco representa impulso para a indústria de defesa nacional e maior crescimento para o Estado de Minas Gerais”, destaca Mazzu, que participou ontem da apresentação do Guarani, na Cidade Administrativa.

http://www.otempo.com.br/otempo/fotos/20110405/foto_04042011232623.jpg

A produção em série vai começar em 2012. Por enquanto, já está sendo produzido um lote inicial com 16 unidades. “A intenção é chegarmos a 60% de nacionalização”, anuncia Mazzu. O executivo lembra ainda que o condomínio de fornecedores da Iveco, anunciado no ano passado, também vai abrigar fornecedores do Guarani.

O comandante do Exército Brasileiro, general Enzo Martins Peri, explica que a ideia é atender a todo o Brasil e, posteriormente, exportar para países da América do Sul, África e Europa. Antes, os blindados usados no Brasil eram fabricados pela já extinta Engesa, que produzia o Urutu e o Cascavel. Recentemente, conta Peri, o Brasil importou alguns da Alemanha. “O interessante para a estratégia da defesa nacional é ter a capacidade de fabricar no próprio país”, afirma Peri.

Vocação. O governador Antonio Anastasia destacou que a escolha da Iveco para a produção dos novos blindados do Brasil é o início de uma nova atividade econômica no Estado na área da defesa.”Já temos participação importante com a fábrica da Helibras, em Itajubá, que fornecerá helicópteros para as Forças Armadas, e sabemos da potencialidade que temos para a expansão da família de blindados e, eventualmente, para exportação”, ressalta. O Guarani será oficialmente apresentado na Latin America Air & Defence (LAAD), maior feira militar da América Latina, que começa no dia 12 no Rio de Janeiro.

R$ 10 bilhões
Fiat deve detalhar investimentos nos próximos 90 dias

O presidente da Fiat para a América Latina – da qual a Iveco faz parte -, Cledorvino Belini, afirmou ontem que o detalhamento dos planos de investimentos de R$ 10 bilhões até 2015 será divulgado em aproximadamente 90 dias. Por enquanto, sabe-se apenas que 70% estão garantidos para Minas Gerais, mas não se sabe a divisão dos valores por áreas.

http://www.otempo.com.br/capa/scripts/diminuator.php?arquivo=/otempo/fotos/20110405/foto2_04042011232729.jpg&w=244

O que já foi divulgado pela empresa é que a meta é ampliar a produção anual de veículos da planta de Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, de 800 mil para 950 mil carros por ano.

Sobre o terreno que a montadora precisa para aumentar a produção, Belini diz que não há novidades. A questão é polêmica. A Prefeitura de Betim quer doar uma área perto da fábrica para viabilizar a expansão, mas o proprietário briga na Justiça.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Dorothea Werneck, a ampliação da Fiat depende desse terreno em Betim e o Estado está se esforçando para resolver a situação.

Os outros R$ 3 bilhões do total de R$ 10 bilhões a serem investidos pela Fiat no Brasil vão para a fábrica no Complexo de Suape, em Pernambuco, que vai fabricar 200 mil carros por ano. (QA)

MG não desiste do polo acrílico

O governador Antonio Anastasia disse ontem que Minas Gerais ainda não desistiu de trazer para o Estado o polo acrílico prometido pela Petrobras.

Recentemente, a Braskem, braço da Petrobras que cuida dos investimentos petroquímicos, optou por construir um pólo acrílico em Camaçari, na Bahia. “Nós não nos conformamos em não termos em Minas um polo acrílico e vamos fazer todo empenho junto à Braskem para termos esse investimento”, anunciou o governador

Hélio Costa e Patrus Ananias podem ficar inelegíveis – Procuradoria segue parecer da auditoria do TRE-MG a favor da reprovação das contas e campanha

Procuradoria Regional Eleitoral de Minas é favorável à reprovação das contas da campanha de Hélio Costa

Fonte: Minas Transparente – Bloco Parlamentar Transparência e Resultados

Erros na prestação de contas ultrapassaram mais de 30% do total arrecadado pela coligação

A Procuradoria Regional Eleitoral se manifestou pela desaprovação das contas do ex-senador Hélio Costa (PMDB-MG), candidato ao Governo de Minas, nas eleições de 2010 e do vice Patrus Ananias (PT-MG). A Procuradoria confirmou o parecer da auditoria realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas, que encontrou indícios de fraude na prestação de contas da coligação “Todos Juntos por Minas”.

O parecer da Procuradoria Regional Eleitoral foi encaminhado à juíza relatora do processo Luciana Nepomuceno que poderá tornar Hélio Costa e Patrus Ananias inelegíveis, além disso, eles também estão sujeitos ao pagamento de multas pela série de irregularidades. Devido à inconsistência nas informações os erros foram considerados insanáveis pela auditoria do TRE-MG.

Os principais problemas encontrados na prestação de contas foram: divergência de valores no registro de recibos eleitorais; omissões de doações efetuadas por outros candidatos, partidos e comitês financeiros; omissão de receitas e despesas na prestação de contas; despesas informadas na circularização de fornecedores e não registradas na prestação de contas; despesas com combustíveis em períodos posteriores às eleições; e controle deficitário em despesas com pessoal.

De acordo com o procurador Felipe Peixoto Braga Netto, os erros na prestação de contas ultrapassaram mais de 30% do total arrecadado pela coligação. “A desaprovação das presentes contas atende à finalidade da lei, qual seja, coibir a arrecadação e os gastos ilícitos de campanha, impondo a máxima transparência possível no financiamento das campanhas”, relatou

Braga Netto complementou: “É importante frisar, ainda, que ao interessado foi dada a oportunidade de sanar as insubsistências encontradas em suas contas de campanha. O candidato apresentou três contas retificadoras. Todavia não obteve êxito na alteração do quadro irregular, sobretudo se tivermos como norte a necessidade, substancial, de transparência, e não apenas de atendimento deste ou daquele requisito formal.”

Integra do parecer da Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais que se manifesta pela desaprovação das contas de Hélio Costa.

Link da matéria: http://www.transparenciaeresultado.com.br/noticias/ler/procuradoria-regional-eleitoral-de-minas-e-favoravel-a-reprovacao-das-contas-da-campanha-de-helio-costa/

segunda-feira, 4 de abril de 2011

PSDB vai criar Conselho Político e partido sobe o tom nas críticas do Governo do PT


PSDB cria conselho de olho em 2014

Além de FHC, Aécio e Serra, os 8 governadores tucanos terão assento em instância criada para costurar racha interno e fortalecer partido

O PSDB reuniu seus oito governadores ontem, em Belo Horizonte, para afinar o discurso da oposição, com críticas duras ao governo Dilma Rousseff, e estruturar o partido com vistas à eleição de 2014. Na tentativa de costurar o racha interno entre Minas e São Paulo e acomodar o ex-governador José Serra na estrutura partidária, os governadores recomendaram a criação de um conselho político superior, no qual todos eles também terão assento.

Na abertura do encontro, o presidente nacional da legenda, deputado Sérgio Guerra (PE), alertou: “Não podemos disputar a eleição presidencial daqui a quatro anos com o partido debilitado como está”. Ao anunciar a ideia do conselho, o goiano Marconi Perillo não mencionou a presidência do colegiado e o paulista Geraldo Alckmin chegou a dizer que o presidente só será escolhido mais adiante. Mas esse posto já tem um nome definido: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que também é presidente de honra do PSDB.

Nas conversas reservadas, também houve consenso em torno da manutenção de Guerra na presidência do partido. Hoje, ele é candidato único ao cargo. A renovação do diretório nacional está marcada para maio.

Para não deixar dúvida quanto à autoridade do futuro presidente do partido, Perillo explicou que o conselho será um “órgão de assessoramento”. “Em hipótese alguma, o conselho poderá disputar espaço com a direção partidária. O conselho é para colaborar, quando necessário.”

Além dos oito governadores, de FHC, Serra e do senador Aécio Neves (MG), ficou acertado que o presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV) terá lugar no conselho, como forma de acomodar outra estrela tucana que perdeu a eleição. O futuro presidente do ITV deve ser o ex-senador Tasso Jereissati (CE).

Críticas. A despeito da boa avaliação obtida por Dilma na pesquisa CNI/Ibope divulgada sexta-feira, com 56% de avaliação ótima ou boa, o presidente do PSDB disse que daria nota mediana ao governo: “Um glorioso 5″. Aécio, que falou em seguida, destacou que não se assusta nem se intimida com resultados obtidos por um governo que mal começou e elevou o tom das críticas. “Existe uma herança maldita, com o aumento terrível dos gastos correntes no ano passado, e o País pagando a conta com a contenção de investimentos.”

Aécio também considerou “um escárnio” a tática do governo de querer levar o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para a futura Secretaria da Micro e Pequena Empresa e, com isso, abrir vaga no Senado para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, como mostrou ontem o Estado. Para o senador, o setor não precisa de ministério, mas medidas como a extensão do Simples, sistema de tributação simplificado para empresas de pequeno porte. Aécio repetiu ontem uma crítica que já havia feito no ano passado, dizendo que o PT quer “um país a serviço do partido”.


Fonte: Christiane Samarco – O Estado de S.Paulo

Caso de Jair Bolsonaro: Noblat critica ‘fascismo do bem’ do PT que age em nome da liberdade e democracia

O ‘fascismo do bem’

Fonte: Ricardo do Noblat – Blog do Noblat

http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2011/04/129_442-alt-bolsonaro%201.jpg

Imaginem a seguinte cena: em campanha eleitoral, o deputado Jair Bolsonaro está no estúdio de uma emissora de televisão na cidade de Pelotas. Enquanto espera a vez de entrar no ar, ajeita a gravata de um amigo. Eles não sabem que estão sendo filmados. Bolsonaro diz: “Pelotas é um pólo exportador, não é? Pólo exportador de veados…” E ri.

A cena existiu, mas com outros personagens. O autor da piada boçal foi Lula, e o amigo da gravata torta, Fernando Marroni, ex-prefeito de Pelotas. Agora, imaginem a gritaria dos linchadores “do bem”, da patrulha dos “progressistas”, da turma dos que recortam a liberdade em nome de outro mundo possível… Mas era Lula!

Então muita gente o defendeu para negar munição à direita. Assim estamos: não importa o que se pensa, o que se diz e o que se faz, mas quem pensa, quem diz e quem faz. Décadas de ditaduras e governos autoritários atrasaram o enraizamento de uma genuína cultura de liberdade e democracia entre nós.

Nosso apego à liberdade e à democracia e nosso entendimento sobre o que significam liberdade e democracia são duramente postos à prova quando nos deparamos com a intolerância. Nossa capacidade de tolerar os intolerantes é que dá a medida do nosso comprometimento para valer com a liberdade e a democracia.

Linchar Bolsonaro é fácil. Ele é um símbolo, uma síntese do mal e do feio. É um Judas para ser malhado. Difícil é, discordando radicalmente de cada palavra dele, defender seu direito de pensar e de dizer as maiores barbaridades.

A patrulha estridente do politicamente correto é opressiva, autoritária, antidemocrática. Em nome da liberdade, da igualdade e da tolerância, recorta a liberdade, afirma a desigualdade e incita a intolerância. Bolsonaro é contra cotas raciais, o projeto de lei da homofobia, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais gays.

Ora, sou a favor de tudo isso – e para defender meu direito de ser a favor é que defendo o direito dele de ser contra. Porque se o direito de ser contra for negado a Bolsonaro hoje, o direito de ser a favor pode ser negado a mim amanhã de acordo com a ideologia dos que estiverem no poder.

Se minha reação a Bolsonaro for igual e contrária à dele me torno igual a ele – eu, um intolerante “do bem”; ele, um intolerante “do mal”. Dois intolerantes, no fim das contas. Quanto mais intolerante for Bolsonaro, mais tolerante devo ser, porque penso o contrário dele, mas também quero ser o contrário dele.

O mais curioso é que muitos dos líderes do “Cassa e cala Bolsonaro” se insurgiram contra a censura, a falta de liberdade e de democracia durante o regime militar. Nós que sentimos na pele a mão pesada da opressão não deveríamos ser os mais convictamente libertários? Ou processar, cassar, calar em nome do “bem” pode?

Quando Lula apontou os “louros de olhos azuis” como responsáveis pela crise econômica mundial não estava manifestando um preconceito? Sempre que se associam malfeitorias a um grupo a partir de suas características físicas, de cor ou de origem, é claro que se está disseminando preconceito, racismo, xenofobia.

Bolsonaro deve ser criticado tanto quanto qualquer um que pense e diga o contrário dele. Se alguém ou algum grupo sentir-se ofendido, que o processe por injúria, calúnia, difamação. E que peça na justiça indenização por danos morais. Foi o que fizeram contra mim o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mas daí a querer cassar o mandato de Bolsonaro vai uma grande distância.

Se a questão for de falta de decoro, sugiro revermos nossa capacidade seletiva de tolerância. Falta de decoro maior é roubar, corromper ou dilapidar o patrimônio público. No entanto, somos um dos povos mais tolerantes com ladrões e corruptos. Preferimos exercitar nossa intolerância contra quem pensa e diz coisas execráveis.

E tudo em nome da liberdade e da democracia…