quinta-feira, 2 de maio de 2013

Aécio Neves 2014: de Atraso em Atraso, o PT vai Levando só no Papo

Enquanto se prepara para enfrentar Aécio Neves em 2014, Dilma Rousseff vai adiando ações estruturais do governo federal. Além de atrasar o desenvolvimento do país, muitas medidas que não saem do papel em função da inércia da presidente da República têm causado enormes prejuízos para estados, municípios e principalmente para o trabalhador brasileiro.

Um bom exemplo é a questão da inflação que, infelizmente e por incompetência da equipe econômica do Governo Dilma, está de volta a assombrar o país. Enquanto Dilma gastou mais de 11 minutos em cadeia nacional de TV para se dirigir aos trabalhadores brasileiros, o papo sobre a inflação foi só de 27 segundos. E mesmo assim, nem de longe tocou na realidade em que a inflação de março (6,59%) estourou o teto (4,5%) estipulado pelo Conselho Monetário Nacional.

Outra promessa de Dilma já completa dois anos sem ser cumprida. Diz respeito ao novo marco regulatório da mineração. Desde o início de 2011, poucos meses após tomar posse como presidente, ela se apalavrou com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que no segundo semestre daquele ano enviaria uma proposta de revisão dos royalties do minério de ferro ao Congresso Nacional.

Nada foi feito até o momento. Então, o senador Aécio Neves apresentou uma proposta no Congresso Nacional em que elevava os royalties de 2% sobre o lucro líquido das empresas para 4% sobre o lucro bruto. Dilma Rousseff trabalhou pelo veto e nenhuma outra proposta foi apresentada até hoje. Os prejuízos para estados e municípios mineradores são bilionários.

No universo regional de Minas Gerais, outra promessa que até agora não passou de papo do PT foi a construção de um novo terminal de passageiros no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Ele já opera acima de sua capacidade há quase cinco anos.

O máximo que o governo federal fez até o momento foi abrir licitação para construir um “puxadinho” anexo ao aeroporto. E o resultado? Mais atraso. O processo licitatório foi adiado.

Esse é a mesma história para outras demandas como a modernização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte e a duplicação da BR-381, a Rodovia da Morte, no trecho entre a capital mineira e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Entra eleição, o PT vem a Minas Gerais conversar, prometer e, passado o período de corrida atrás de votos, nada é cumprido. E deve ser assim até 2014, quando Dilma voltará a pedir votos no embate com Aécio Neves.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Quem Te Viu, Quem Te Vê

Artigo do senador Aécio Neves para a Folha de S.Paulo
 
Enquanto oposição, o PT se especializou na tática do "quanto pior melhor", exercitada à exaustão contra os governos que o antecederam.

É notável a contradição entre aquela postura intransigente --e tantas vezes injusta-- e o desapreço ao debate, com resistência à crítica e ao contraditório, depois que assumiu o poder. A esse traço somou-se um viés autoritário latente.

Quem, afinal, imaginaria o PT defendendo o controle da imprensa ou o casuísmo de uma revisão legislativa para impedir a formação de novos partidos e, assim, cassar adversários diretos da futura disputa presidencial?

Quem acreditaria no patrocínio da esdrúxula tentativa de subordinação do STF aos interesses da maioria governista no Congresso? Ou que veria nomes do partido apoiando a tese de limitação do poder investigativo do Ministério Público?

Faço essa reflexão motivado pelo significado dos 30 anos da emenda Dante de Oliveira, que buscava restabelecer as eleições diretas e a democracia no país. Resgatando na memória os momentos que se seguiram à enorme frustração da derrota, constata-se que, para o PT, os interesses do partido estiveram sempre à frente do Brasil e das causas dos brasileiros.


Para quem não se lembra, recusaram-se a apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral e expulsaram do partido os parlamentares que, tocados pelo sentimento nacional, votaram com suas consciências no único caminho imediato possível para derrotar o regime de exceção.

Depois, se colocaram contra a nova Constituição e levaram ao limite da deslealdade uma oposição ofensiva contra aquele que é hoje um dos mais prestigiados aliados do governo, o ex-presidente José Sarney.

Faltaram à convocação de Itamar Franco em um momento delicado da vida nacional, após o impeachment de Collor.

No período FHC, opuseram-se a tudo o que era importante ao país --o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o tripé da política macroeconômica. Até os primeiros programas de transferência de renda foram criticados como esmolas para aliciar os mais pobres.

Vê-se hoje que o discurso do partido durante anos não refletia suas convicções. Afinal, ao terem a oportunidade de mudar o que combatiam, aliaram-se aos adversários de antes, mantiveram intacta a política econômica herdada, adensaram os programas sociais que criticavam e agora realizam as privatizações que antes denunciavam.

Quem não entende as contradições entre o PT de ontem e o de hoje busca a coerência do partido no lugar errado.

O PT faltou ao Brasil em vários momentos da nossa história. Tem defendido causas que não atendem aos interesses do país. Mas uma coisa é preciso reconhecer: o PT nunca faltou ao PT.