sexta-feira, 10 de junho de 2011

Britânicos devem ampliar Parcerias Público-Privadas com MinasBritânicos devem ampliar Parcerias Público-Privadas com Minas

Investidores britânicos falharam ao não perceber a transformação da América do Sul

Fonte: Artigo *Michael Bear – Publicado no Valor Econômico

É um truísmo nas relações entre Brasil e Reino Unido o fato de a maior economia da América Latina e a primeira letra dos Brics raramente aparecer nos radares de Londres até cinco anos atrás. Os historiadores gostam de culpar o imperialismo britânico do passado e usam o seguinte argumento: o Brasil sempre foi parte da esfera de influência de outro país, e, portanto, Oriente Médio, África e mesmo a China pareciam oportunidades bem mais próximas para negócios.

“Explicações”, baseadas no contexto do século XIX, são condescendentes em relação ao Brasil e muito suaves sobre o Reino Unido. Investidores britânicos dormiram no ponto e falharam ao não perceber a transformação da América do Sul nas últimas décadas. Agora estamos fazendo o máximo possível para recuperar o tempo perdido.

Minha visita ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e São Paulo neste mês será seguida pela de outras autoridades britânicas em breve. Na semana passada, uma delegação brasileira do setor de construção foi recebida em minha residência oficial, Mansion House. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores britânico, apesar dos cortes de gastos, anunciou que expandirá sua presença no Brasil e aumentará a capacidade de nosso consulado em Recife.

Como embaixador do setor financeiro em Londres, estou determinado a encontrar áreas de cooperação, não apenas para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, mas também projetos de infraestrutura e Parcerias Público-Privadas (PPPs), na listagem de empresas britânicas no mercado de ações brasileiro e em outras oportunidades de trabalho conjunto.

País conseguirá transformar esta era de prosperidade em uma economia moderna em todas as frentes?
Alguns pontos positivos merecem destaque: um novo memorando de entendimento para levar adiante o projeto do embaixador britânico, Alan Charlton, de ampliar PPPs em Minas Gerais, o grande interesse em tecnologia britânica capaz de injetar gás em motores a diesel, permitindo que caminhões reduzam emissões de carbono em 18% e sinais de que os planejadores da Olimpíada no Rio de Janeiro estão dispostos a enfrentar o problema da dispersão dos locais onde haverá jogos e eventos.

Uma ideia apresentada – que eu, como engenheiro, considero muito elegante – é de utilizar tecnologia de indução energética com carregadores subterrâneos para sistemas de ônibus elétricos sem fio, acabando com a necessidade de sistemas de ligação direta e permitindo que os ônibus sejam recarregados enquanto se locomovem.

Porém, ainda há problemas, como, por exemplo, a notícia sobre a reação do mercado de seguros sobre a introdução das resoluções 224 e 225. Essa decisão, sem qualquer aviso prévio, consulta ou análise completa de seu impacto foi um choque e, ao conversar pessoalmente com representantes do setor, em sua maioria no Rio, ficou claro para mim que muitos temem uma nova era de regulação instável. Essa é uma notícia grave, já que seguros e resseguros são fundamentais para a infraestrutura financeira e grandes empresas internacionais do setor estão confusas com a mudança repentina. Sinais dos mais altos escalões, de que esse tipo de ação brusca e sem consulta não se torne comum seriam muito bem recebidos pelo mercado global de resseguros.

Contudo, estou certo de que o Brasil superará esses momentos acidentados, visto que há boa vontade, por parte de todos, de abrir o Brasil para a economia global de forma plena e assegurar um futuro sustentável. O Brasil está em uma corrida global por empregos e espero que haja desejo de explorar todas as oportunidades, com Londres e em outros locais.

Apesar de esta viagem ser de aprendizado, acredito que acabar com problemas tópicos como o descrito acima é o desafio chave do Brasil. Na China, costuma-se dizer “devo enriquecer antes de envelhecer”. Isso no Brasil, poderia ser “invista em seus anos dourados para que todos os nossos netos possam ter emprego qualificado se trabalharem para eles”.

Afinal, o Brasil passa por um período de prosperidade com altas receitas geradas pela exportação de minerais e outros produtos, receita de petróleo, com perspectivas de aumento desta receita e uma influência crescente no cenário internacional. Tropeços serão possíveis até que uma economia doméstica competitiva seja estabelecida de maneira formal e sob taxação justa, com boa infraestrutura e vasto alcance social.

O país tem uma enorme quantidade de recursos naturais, mas tem também uma série de problemas relacionados a emprego, capacitação, infraestrutura e educação. O Brasil encontra-se no 127º lugar no Índice de Países mais Propícios para Negócios. O abismo entre ricos e pobres continua um desafio.

Enquanto o mundo estiver ávido por produtos brasileiros, o dinheiro fluirá, parte dele hot money. A questão real não é se recursos altamente capitalizados ou empreendimentos agrícolas possam aproveitar o desejo mundial por matéria-prima: Isso é certo. A verdadeira questão é se o Brasil conseguirá transformar esta era de prosperidade em uma economia moderna e competitiva em todas as frentes, com 100 mil novas pequenas empresas, um setor de exportação ágil e em crescimento, educação superior com cérebros competitivos no mercado global, um forte setor educacional, infraestrutura de primeiro mundo, pouca burocracia, e claro, uma classe média que seja mais do que uma classe trabalhadora com poucos recursos e tenha dinheiro suficiente para economizar e possibilitar investimentos futuros.

Sem essas mudanças, o Brasil em 2040 pode estar na direção errada: com grande fluxo de capital, advindo do petróleo, mas sem emprego para a sociedade em geral. O caminho ainda não está traçado e não há razão para que o Brasil deixe de vencer o desafio. Como pude ver durante a semana, seus líderes, como o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reconhecem os desafios e acreditam que parte da resposta seja de que um Brasil, em crescimento sustentado e estável, desempenhe um papel cada vez mais ativo no resto do mundo, em todas as esferas. Londres, o centro financeiro mais globalizado do mundo, está preparado para dar suporte.

* Lord Mayor Michael Bear é prefeito do centro financeiro de Londres (City of London).

Governo Anastasia: Gasmig desenvolve ônibus movido a gás natural que reduz emissão poluentes

Ônibus a gás natural é testado na Savassi

Fonte: Estado de Minas

Coletivo mais silencioso e menos poluente é apresentado a empresários e autoridades como opção de mobilidade urbana

Na tentativa de resolver um dos mais graves problemas do transporte público urbano, a poluição sonora e de dióxido de carbono (CO2),a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) e a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) apresentaram ontem um ônibus e um caminhão totalmente movidos a gás natural. O coletivo rodou pela região da Savassi com autoridades, ambientalistas e empresários, que tomaram conhecimento também das novas tecnologias voltadas para o uso do gás natural como combustível em veículos pesados.

De acordo com a Associação Latino-Amerciana de Gás Natural Veicular (GNV) existem no mundo 300 mil veículos movidos a gás natural. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, há 2,4 mil ônibus a gás, em Barcelona 300 e em Madri até caminhões de lixo estão na lista. O Brasil ainda faz experiências. “Sempre se pensou na troca da gasolina para o gás, agora temos a substituição do diesel. Queremos mostrar isso às autoridades, tentar convencê-las a abrir a discussão em Belo Horizonte”, afirmou o presidente da Gasmig, Fuad Noman, considerando o debate um avanço para Minas, sobretudo com a Copa’2014.

Para fortalecer a troca de ideias, representantes do Rio e de São Paulo apresentaram os avanços dos projetos naquelas cidades. No Rio, a tecnologia que tem sido usada é a flex GNV Diesel, que foi implantada em maio deste ano. ” Nesse sistema, o veículo sai de fábrica sendo flex. O abastecimento é feito dentro das garagens dos ônibus . O protótipo ficará três meses rodando na fábrica, depois será colocado nas ruas do Rio. A expectativa é de que ele reduza 20% de CO2 na cidade. A previsão é de substituição de 85% de diesel por GNV”, contou o superintende de Gás da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Loureiro.

Para ele, o motor GNV Diesel apresenta alta eficiência em consumo de gás natural, semelhante ao motor que funciona somente com diesel: um litro de diesel pode ser substituído por 0,9 metro cúbico de GNV. “Esse novo sistema emite 80% menos material particulado, um dos principais vilões dos centros urbanos, e 20% menos CO2, um dos maiores causadores do aquecimento global”, frisou.

Em São Paulo, um coletivo circula em Campinas com 100% gás natural. Segundo o coordenador do Comitê de GNV da Abegás, Richard Jardin, é único transporte público nesses moldes rodando no país. “Era um ônibus normal, que foi adaptado para essa tecnologia. Já percebemos uma economia mensal de R$ 16 mil. Na manutenção, a diferença é de R$ 1,5 mil a menos do que o veículo a diesel”, contou, acrescentando que a adaptação custou R$ 25mil.

PROTÓTIPO Vindo de São Paulo, um protótipo de ônibus de menor porte, com combustível 100% a gás natural, rodou com autoridades e ambientalistas ontem em BH. O que mais chamou a atenção dos passageiros é que o veículo é mais silencioso que os ônibus a diesel e mantém a mesma potência. Vítor Americano, gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios para América Latina da Iveco, diz que a empresa tem milhares de ônibus movidos a GNV pelo mundo e que há projeto para trazer a tecnologia para BH.

Para o presidente da BHTrans, Ramon Vítor César, é preciso calma antes de implantar protótipos na capital. Para ele, a tecnologia usada no Rio parece ser a mais interessante para BH. “Ela permite que a frota use diesel e GNV. Hoje, toda a frota da cidade é a diesel, temos que analisar esses exemplos, discutir o assunto para pensar em soluções benéficas para o ar”, disse.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Governo Anastasia prepara estudo do aquífero Guarani para melhorar abastecimento de água no semiárido mineiro

Governo de Minas assina acordo com centro de pesquisa ambiental da Alemanha

Fonte: Agência Minas

LEIPZIG (08/06/11) - A missão do Governo de Minas que está na Europa, chefiada pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, assinou, nesta quarta-feira (8), mais um importante acordo de cooperação internacional. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), a Fundação Unesco HidroEX e o Centro Helmholtz para Pesquisa Ambiental (UFZ), da Alemanha, vão se unir para promover um amplo estudo sobre o aquífero Guarani, segunda maior reserva de água doce do mundo, que está localizada, em sua maior parte, no subsolo brasileiro. O acordo também envolve estudo para melhorar o abastecimento de água nas regiões de clima semiárido em Minas Gerais.

“O aquífero Guarani é uma de nossas maiores riquezas hídricas e não podemos ser negligentes e nem irresponsáveis na convivência com suas águas. Esse é, aliás, um dos temas que norteiam a atuação da Fundação Unesco HidroEX, nosso Centro de Águas que já está funcionando em Frutal, no Triângulo Mineiro, e que fica em cima do aquífero”, explicou o secretário. A situação do aquífero preocupa muitos cientistas pela sua localização em áreas de grandes aglomerados urbanos e onde a atividade agropecuária é muito intensa, principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná.

Narcio Rodrigues esteve na cidade de Leipzig, na Alemanha, como convidado de honra do congresso “O Futuro de Áreas Degradadas – Estratégias e Tecnologias” e apresentou os projetos mineiros da Cidade das Águas e da Fundação Unesco HidroEX, ambos relacionados aos recursos hídricos e em fase de implantação em Frutal. O secretário enfatizou a importância desse acordo para Minas Gerais, uma vez que o centro alemão é referência no mundo no estudo de águas subterrâneas. “O HidroEX e a Sectes poderão contar com este aporte de tecnologia e experiência no assunto, com destaque para projetos que vão melhorar a prospecção e o abastecimento de água na região do semiárido”, comemorou.

O acordo assinado prevê cooperação técnica entre Minas Gerais e Alemanha, visando à promoção de atividades voltadas para gestão integrada das águas, superficiais e subterrâneas, com a troca de experiências e técnicas de investigação e novas tecnologias para recuperação de áreas degradadas. Também vai promover o estudo dos impactos dos processos industriais no meio ambiente subterrâneo – e sua regulamentação -, buscando a sustentabilidade no uso das águas subterrâneas.

Em Leipzig, Narcio Rodrigues esteve acompanhado de Octávio Elísio e Juliana Arantes, presidente e diretora da Fundação Unesco HidroEX, e Igor Tameirão, representante da HidroEX junto à Unesco. Eles se encontraram com Volkmar Dretz, do ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha, e com os professores Martin Bittens e Holger Weiss, ambos do UFZ.

Transferência de tecnologia

Antes de desembarcar na Alemanha, Narcio Rodrigues esteve na Unesco, em Paris, onde visitou Lídia Brito, diretora da Unesco para políticas de ciência e sustentabilidade, e explicou detalhadamente a proposta da Fundação HidroEX de desenvolver um amplo programa de cooperação e transferência de tecnologia para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O secretário detalhou à Lídia Brito o acordo assinado entre o Centro de Educação para Águas (ICCE), de Portugal, e o brasileiro HidroEX, para o desenvolvimento de programas específicos para a África. A diretora ofereceu total apoio à iniciativa e informou que, provavelmente, estará em Minas Gerais para a inauguração da Cidade das Águas, ao final de setembro.

Neste encontro, Narcio Rodrigues, acompanhado de Octávio Elísio Alves de Brito, também esteve com a embaixadora brasileira junto à representação da Unesco, Maria Laura da Rocha, e com a diretora-geral adjunta de Ciência da Unesco, Gretchen Kalonji, que também foram convidadas para a inauguração da Cidade das Águas. As duas se comprometeram a ajustar suas agendas para prestigiar o projeto mineiro que, de acordo com elas, é exemplo para os países emergentes em todo mundo.

Palavra do governador: Anastasia fala sobre o Professor de Família – alunos da rede pública com mau desempenho terão apoio multidisciplinar

PROFESSOR DA FAMÍLIA GARANTE ASSISTÊNCIA EM CASA A ALUNO COM MAU DESEMPENHO

Fonte: Agência Minas

“A secretaria de Educação vai enviar um professor à casa de cada aluno que tenha um desempenho escolar ruim. E esse professor vai conversar com a família, com o aluno, e ver que tipo de reforço é necessário, que apoio o Estado pode dar.”

Antonio Anastasia

Este ano o governo está investindo nos Professores da Família. Como é que vai funcionar esse projeto, governador, e de que maneira vai ajudar a melhorar a educação no nosso estado?
Antonio Anastasia - Minas Gerais sempre teve uma educação de muito boa qualidade, inclusive e em especial a nossa educação pública. Conseguimos ser o primeiro estado do Brasil a colocar as crianças com menos de seis anos na escola, fizemos um grande esforço para que todas as nossas crianças estejam, aos oito anos, lendo e escrevendo bem. Minas Gerais, para nossa honra e orgulho, tem o primeiro lugar no Brasil na educação fundamental. Mas temos de continuar avançando, não podemos parar aí. Por isso estamos lançando agora esse novo projeto, chamado Professores da Família. Nós temos hoje o conhecimento, pela Secretaria de Educação, de onde está aquele aluno que teve um desempenho mais fraco, que foi mal em matemática, foi mal em ciências, foi mal em português. Há um acompanhamento permanente por escola, por série e por sala. Nós vamos começar pelas cidades com menos de 30 mil habitantes que têm baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) – ou seja, cidades mais pobres. Asecretaria de Educação vai enviar um professor à casa de cada aluno que tenha um desempenho escolar ruim. E esse professor vai conversar com a família, com o aluno, e ver que tipo de reforço é necessário, que apoio o Estado pode dar. É fundamental evitar a evasão escolar e fazer com que ele possa, de fato, ser um aluno com um bom rendimento. É um projeto muito inovador. Inicialmente são nove cidades neste projeto, no ano que vem vamos passar já para trinta e seis e vamos continuar aumentando permanentemente.

Um outro programa que tem conseguido resultados muito importantes é o Poupança Jovem, que já atende mais de 50 mil estudantes. Qual é a expectativa do senhor, o que é que o Governo do Estado espera para o Poupança Jovem neste ano, especificamente, e mais para adiante?
Antonio Anastasia - É bom lembrar aos mineiros que o Poupança Jovem é um projeto extremamente bem sucedido. Na realidade, pelas medições realizadas, é o programa que consegue evitar, com maior êxito, a evasão escolar no ensino médio. É um programa destinado aos alunos das escolas públicas do ensino médio do Estado. Esses estudantes recebem um grande estímulo: eles têm uma preparação própria, fazem cursos de cidadania, cursos de inclusão social, de capacitação e ao mesmo tempo se comprometem a não se envolver em atos irregulares, ter um bom comportamento escolar e, por conseqüência disso, recebem uma bolsa de mil reais por ano. Ao final, quando se formam, recebem os três mil reais, o que é um estímulo. Mas muito mais importante que o dinheiro, que o valor monetário, é o compromisso que têm esses jovens para alcançar as suas metas e formar o seu patrimônio moral para serem cidadãos plenos. Esse programa já está em oito municípios de Minas Gerais, este ano vamos expandir para mais um, Pouso Alegre, no sul de Minas. Ao todo, serão sessenta mil jovens atendidos neste ano. O nosso objetivo, ao longo dos anos, é que mais municípios possam aderir a esse sistema e nós tenhamos o Poupança Jovem cada vez mais consolidado. Tudo representa, na verdade, um investimento muito forte na formação do caráter e da cidadania, na formação dos jovens mineiros.

Minas Gerais é um estado muito grande, não é, governador? E, às vezes, a distância entre as comunidades traz dificuldade, a zona rural é muito extensa. Uma das preocupações é com o transporte escolar. Como tem sido e como será o investimento do Governo de Minas em transporte escolar neste ano?
Antonio Anastasia - Como você disse, Minas é um estado muito grande, é o quarto maior estado brasileiro em extensão geográfica. E é o maior estado em número de municípios, são 853. E tem alguns imensos, com mais de 100 quilômetros de distância entre a sede e alguns distritos. E as estradas chamadas vicinais, que são estradas locais que levam à zona rural, muitas vezes não têm boas condições. Então é importantíssimo que o aluno que antigamente vinha a pé, vinha de bicicleta, vinha no lombo do burro, vinha na canoa, vinha andando com as maiores dificuldades, possa ter um transporte público eficiente e gratuito. Isso é feito por meio de um convênio entre o Estado e as prefeituras, porque a prefeitura pega o aluno do Estado e pega o aluno da prefeitura. Este ano nós estamos aumentando os recursos, já aumentamos quase oitenta por cento. Também estamos aumentando em cinqüenta por cento o valor per capita, ou seja, o valor para transportar cada aluno – dinheiro, como eu disse, que nós repassamos aos municípios mineiros. É uma medida muito positiva porque nós estamos colocando mais recursos para que todo aluno da zona rural possa chegar sem problemas à escola. Eu sou professor, filho e neto de professoras do Estado, então tenho um respeito muito grande não só pela categoria da educação, mas muito mais pela educação em si. Sou o primeiro a reconhecer que sem a educação como instrumento de plena cidadania o país não vai avançar. Mas é fundamental que as famílias também participem de educação, é importante haver um grande esforço conjunto, governo federal, estados e municípios – e, claro, da sociedade, em favor da educação.