sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Aécio critica uso de verba pública para fins eleitorais

ROSA COSTA - Agência Estado

Ex-governador de Minas Gerais, um dos Estados mais atingido pelas chuvas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou hoje a distribuição de recursos públicos para fins eleitorais. Aécio disse que o procedimento é ainda mais grave quando se trata de verbas destinadas a salvar vidas. Na conversa que teve hoje, por telefone, com o ministro da Integração Nacional, o senador afirmou que Fernando Bezerra prometeu dar "toda atenção" a Minas. O ministro visita amanhã as localidades mais atingidas do Estado, na companhia do governador Antonio Anastasia.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou, com base em dados do Tesouro Nacional e da organização não governamental Contas Abertas, que Pernambuco concentrou 90% dos gastos do Ministério da Integração destinados à prevenção e preparação de desastres naturais, como enchentes e desmoronamentos.

O ministro Fernando Bezerra Coelho está na relação de pré-candidatos a prefeitura de Recife, capital do Estado. No entender do senador Aécio Neves, em todas as situações deve prevalecer o critério técnico na distribuição de dinheiro público. "Qualquer destinação de recursos públicos que fuja de critérios técnicos e sem observar as emergências de cada região deve ser condenada e imediatamente corrigida", afirmou. "E o procedimento se aplica a todas as áreas, sobretudo às que envolvem vidas humana".

Fonte: Estadão

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

DEPUTADO ANTÔNIO JULIO COLOCA MORTO COMO TESTEMUNHA

Deputado admite ter recebido verba da "Lista de Furnas"




Peemedebista Antônio Júlio afirma que recebeu R$ 150 mil do ex-presidente da estatal Dimas Fabiano Toledo.

O deputado estadual Antônio Júlio (PMDB) admitiu, na terça-feira (3), ao Hoje em Dia, que recebeu R$ 150 mil do ex-presidente da empresa Furnas Centrais Elétricas Dimas Fabiano Toledo.

O nome do parlamentar consta da "Lista de Furnas", alvo de investigação do Ministério Público Federal. Esse é o primeiro deputado a assumir que conseguiu o recurso. Na época da divulgação da lista, em 2006, apenas o parlamentar Roberto Jefferson (PTB) confirmou ter participado da divisão do dinheiro da estatal.

“Quem está falando que não recebeu, está mentindo. Eu recebi, sim. Mas o dinheiro não ficou comigo”, afirmou Antônio Júlio. Segundo ele, na época da campanha eleitoral de 2002 Dimas Fabiano teria repassado, a seu pedido, R$ 150 mil ao hospital público da cidade de Três Pontas, no Sul de Minas, vizinha à região de Furnas. “Fui ao Rio de Janeiro. Eu, o Anderson Adauto e o doutor Grimaldi, que era do hospital e já morreu.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Retrato do Brasil


Gestão Pública, Gestão Social, indicadores públicos
Fonte: Artigo Aécio Neves – Folha de S.Paulo

Retrato do Brasil

Fechamos o ano com a notícia de que o Brasil deverá ascender à posição de sexta economia do planeta, ultrapassando o Reino Unido.
Se essa é uma boa-nova, devemos recebê-la, porém, sem as tintas do excesso de euforia. Ainda temos um oceano pela frente para chegar ao patamar do PIB per capita inglês. As projeções de 2011 do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que o Brasil ocupa a 84ª posição no IDH, muito distante da 28ª posição do Reino Unido.
Do ponto de vista da nossa realidade, aos poucos, o Censo de 2010, do IBGE, desnuda o Brasil real e as suas grandes tragédias, que convivem com os avanços conquistados desde o advento do Plano Real.
O paradoxo brasileiro permanece: o país cresceu, o desemprego caiu, mas nada disso impediu, por exemplo, o aumento crescente do enorme contingente da população que vive em condições precárias e carente de serviços públicos essenciais nos chamados aglomerados subnormais, eufemismo para favelas, palafitas e outros congêneres.
São mais de 11,4 milhões de brasileiros, número maior que a população isolada de muitos países mundo afora, vivendo em 6.329 desses aglomerados em 323 municípios. Isso representa 6% da população!
A radiografia do IBGE demonstra o fracasso das políticas para conter o fenômeno da favelização, mesmo após a criação do Ministério das Cidades e do Programa Minha Casa, Minha Vida, ainda distante das metas com que foi lançado.
Em 2011, por exemplo, foram contratadas apenas 52 mil unidades para famílias até três salários mínimos, um desempenho minúsculo para o segmento de baixa renda, o que torna pouco crível a perspectiva de “mais equilíbrio” entre demanda e oferta em 2023, tendo em vista um deficit habitacional de 6 milhões de moradias.
Quando se trata de enfrentar o desafio das favelas, voltam à pauta a questão da melhoria da infraestrutura e a do fornecimento de serviços básicos – contenção de encostas, saneamento, coleta regular de lixo, postos de saúde, regularização de terrenos e acesso aos transportes, entre outros, itens que desafiam uma gestão pouco afeita ao planejamento e que padece de crônico imobilismo executivo.
Por isso, ampliam-se sempre as dúvidas sobre a capacidade do governo federal de avançar mais. Basta ver o desempenho pífio do PAC em 2011, a menor execução desde que foi lançado.
Nesta entrada de 2012, quando todas as promessas se renovam, é hora de cobrar os compromissos assumidos com os brasileiros. Eles precisam ser transformados em realidades enfrentadas de forma completa e integrada e não servirem apenas como matéria-prima para a farta propaganda oficial sobre um Brasil que ainda não conquistamos.
AÉCIO NEVES escreve às segundas-feiras nesta coluna.