quarta-feira, 9 de junho de 2010

Aécio, Serra e Anastasia em Montes Claros conversam com prefeitos


Pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra visitou Montes Claros ao lado do ex-governador Aécio Neves, que mobilizou os aliados em favor da candidatura do tucano. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que vai tentar a reeleição, também participou do encontro com lideranças e prefeitos da região norte de Minas.

Na primeira aparição com o ex-governador paulista desde que voltou das férias ao exterior, Aécio cobrou ontem dos cerca de 60 prefeitos do PSDB, PPS, DEM, PP, PTB e PSC presentes no auditório do Automóvel Clube o voto casado em Anastasia e no presidenciável tucano, chamado sempre de "presidente Serra".

Aécio encerrou seu discurso conclamando as lideranças a manter as "mangas arregaçadas" para eleger Serra: "Rumo à vitória da decência, para encerrar esse ciclo de governo que não interessa mais ao País."

Após o evento, em entrevista coletiva, o ex-governador mineiro mandou recado a eventuais dissidentes. "Se não estiver (com Serra), sai do PSDB."

Reivindicações. Presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene, o prefeito de Patis, Valmir Morais (PTB), entregou ao presidenciável do PSDB a Agenda de Desenvolvimento do Norte de Minas, documento com reivindicações da região ? como a construção de um porto seco e de um aeroporto específico para a exportação de frutas da área irrigada do São Francisco, a renegociação das dívidas de pequenos e médios produtores rurais; além de incentivos para a exploração de minério de ferro e gás natural na região.

Morais deixou claro que Aécio é a "bússola" dos políticos mineiros e disse que a mesma lista foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato à reeleição em 2006, classificando o resultado como uma "decepção". "Não recebemos satisfação nenhuma", afirmou.

Serra se comprometeu em levar "muito em conta" o documento na formulação de seu programa de governo. O tucano também prometeu a duplicação de estradas e a construção de um câmpus universitário na cidade.

Ao final, depois de ressaltar a fama da cachaça de Salinas ? cidade vizinha a Montes Claros ? e reclamar que não havia ganhado "nenhuma garrafinha", Serra disse que, se for eleito, pretende acumular, durante seis meses, a presidência da República com a presidência da Sudene.

Continuidade. Aécio e Anastasia mantiveram o discurso confiante ao comentarem a definição pelo senador Hélio Costa (PMDB) como candidato da base aliada de Lula ao governo de Minas. O governador disse que acredita numa vitória no primeiro turno da eleição. E Aécio reiterou o discurso de continuidade contra o risco de retrocesso no Estado. "Qualquer que seja o adversário, estamos prontos para vencer. Por uma razão: Minas não quer retrocesso, Minas quer continuar avançando", afirmou

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pesquisa Ibope: Antonio Anastasia lidera pesquisa quando entrevistados são informados que ele é o candidado de Aécio Neves


O Globo: apoio de Aécio já coloca Anastasia na frente das pesquisas

O governador de Minas e pré-candidato ao governo do Estado, Antonio Anastasia, já lidera as intenções de voto dos eleitores quando os entrevistados são informados que ele é o candidato do ex-governador Aécio Neves, de acordo com o instituto Ibope. A notícia foi publicada pelo jornal O Globo, no sábado (05/06/2010), pelo colunista Ilimar Franco, do “Panorama Político”. Eis os resultados: Antonio Anastasia (25%), e Hélio Costa (24%) e Fernando Pimentel (23%).

De acordo com Ilimar Franco, “o governador Antonio Anastasia (PSDB) está atrás na pesquisa do Ibope, feita para o PMDB, mas o gráfico mostra que ele se beneficia toda vez que o ex-governador Aécio Neves cola na sua candidatura. Anastasia oscila de 22% para 25%”. Entre os ouvidos, 77% disseram que votariam ou poderiam votar num candidato apoiado por Aécio. Confira aqui os detalhes desse item da pesquisa do Ibope.


Fonte: Ilimar Franco – O Globo

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Parcerias que rendem frutos


Cidades

Balanço. Após sete anos à frente do Servas, Andrea Neves diz que trabalho conjunto resultou no sucesso das ações


Programas sociais mudaram realidade de pessoas carentes em todo Estado

Renata Nunnes

O tom de voz determinado da mulher conhecida como grande articuladora, de repente, fica carregado de emoção. Ela para, respira e, tomada de satisfação, começa a fazer um balanço dos últimos sete anos. Foram tempos dedicados à frente de projetos desenvolvidos pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), que mudaram, para melhor, a vida de pessoas de todas as idades.

Para a ex-presidente do Servas, Andrea Neves, a construção de programas sociais requer persistência. "Nenhum governo, por mais correto e bem intencionado que seja tem condição de enfrentar sozinho a questão social na gravidade com que ela existe no nosso país. Isso não tem relação apenas com recursos ou vontade política. Quando somos capazes de estabelecer parcerias, conseguimos fazer com que iniciativas andem mais rápido e cheguem mais longe", diz Andrea, que durante o governo do irmão, Aécio Neves, dirigiu a entidade.

Parcerias firmadas com empresas, entidades de classe, ONGs e cidadãos comuns garantiram que os programas do Servas fossem respeitados e até copiados no Brasil e no exterior. Digna Idade, Brinquedoteca, Valores de Minas, Vita Vida e Vozes do Morro são alguns dos projetos que saíram do papel para transformar a realidade de idosos, crianças, jovens, pacientes de hospitais e moradores de vilas e aglomerados. Eles ganharam humanização, resgataram valores e a autoestima. Alguns dos beneficiados se encontraram com o lúdico por meio da leitura. Outros conheceram a arte, a música e sua própria cultura. Sem contar os que se libertaram da fome em ação contra o desperdício.

Andrea Neves não esteve sozinha nas conquistas. Tinha a companhia de profissionais que, segundo ela, fizeram do trabalho a própria vida. "Muitas vezes, não basta ter uma boa ideia se você não tem pessoas comprometidas. Se não for assim, nenhuma questão sai do papel", afirma. Para Andrea, o esforço da equipe do Servas somado ao dos parceiros explica o fato de o Servas ter conseguido implantar projetos que têm feito diferença na vida das pessoas.

O serviço também atuou em fortes campanhas de mobilização social, como o "Volta", que convocava a população na busca de pessoas desaparecidas. E quem não se lembra do filme da campanha contra a exploração sexual de crianças em que uma menina pedia "socorro" por meio de uma canção?
Outra grande mobilização ocorreu em torno dos cuidados com os idosos e teve a participação do cantor Zezé di Camargo. Uma moda de viola dizia que um pai cuida de dez filhos, mas dez filhos não cuidam de um pai. "É tão verdadeiro esse sentimento de que alguma coisa está acontecendo em nossa sociedade. Estão se esfacelando laços, que deveriam ser de permanente afeto. A questão do idoso é dolorosa. Eles não podem ser excluídos da sociedade", disse Andrea Neves.



"Faço política como instrumento para colaborar com a sociedade, para ajudar a transformá-la"
Andrea Neves Ex-presidente do Servas

Qual a avaliação que a senhora faz do trabalho realizado no Servas?

Foi um trabalho construído aos pouquinhos e que hoje nos enche de surpresa em perceber que conseguimos abraçar, em tão pouco tempo, tantas pessoas. O Servas, hoje, tem programas muito diferenciados. Eles nos permitem estar em todas as regiões do Estado. Construir programas sociais requer muita persistência. Não trabalhamos com estatísticas, ajudamos pessoas de verdade.

A senhora acredita que os programas desenvolvidos e reestruturados durante sua gestão vão ser mantidos ao longo de outros governos?

Me preocupa muito essa questão de um governo que começa e resolve anular tudo que foi feito antes. Acho uma covardia com a sociedade brasileira. Tenho um profundo respeito pelas ações desenvolvidas por entidades sociais de Minas. Portanto, fechamos muitas parcerias. Somamos esforços e o resultado cria condições para que os projetos existam além de qualquer gestão política. Só as parcerias garantem as condições de continuidade dos programas.

Foram muitas as ações desenvolvidas pela equipe do Servas. Há algum dos programas que tenha tocado a senhora de maneira especial?

O Digna Idade. Ele é voltado para idosos que vivem em instituições de longa permanência, os antigos asilos. Muitos deles têm seus vínculos familiares esgotados, vivem sozinhos.
Como nasceu o Digna Idade? Ele nasceu de uma parceria com o Ministério Público Estadual. Em 2003, o órgão tinha um diagnóstico muito duro sobre a realidade de grande parte das entidades do tipo que existem em Minas Gerais. Com isso, priorizamos o tema.

Como o programa atua?

Ele atua em três frentes diferenciadas: capacita a gestão da entidade, capacita os cuidadores de idosos e possibilita a reforma e a aquisição de equipamentos necessários para cada instituição. O Digna Idade também se soma à campanha de mobilização social.

De fato, o Servas priorizou campanhas de mobilização social como a dos desaparecidos e a da violência doméstica. Como a senhora avalia essas ações?

Foram campanhas fortes ao longo dos últimos anos. Todas criadas com o objetivo de sensibilizar as pessoas sobre questões presentes na vida de cada um de nós. Tivemos, obviamente, resultados concretos. No caso da atenção aos idosos, por exemplo, houve um aumento no número de denúncias de violência.

Qual das ações alcançou mais retorno?

A dos idosos. Essa campanha alcançou retorno inclusive no exterior. O comercial foi traduzido para outras línguas. Recebemos comunicados da Itália e dos Estados Unidos. Ocorreram correntes na internet divulgando a campanha e isso foi muito gratificante.

E o programa Vozes do Morro?

Ele também foi bastante divulgado e revelou grandes talentos. À primeira vista, ele tem uma função de revelar talentos na área musical de pessoas que moram em vilas, favelas e aglomerados. Mas, na verdade, tem um sentido muito maior, porque trata de reforçar a identidade e criar valores nessas comunidades. Claro que você tem um resultado individual dos artistas. Mas o que é mais precioso para a gente no projeto é como a sociedade passa a se organizar em torno da criatividade e da solidariedade.

Outro projeto bastante reconhecido é o Vita Vida. A ideia pode ser multiplicada em todo o país?

 Estamos comemorando em 2010, com muito orgulho, a primeira parceria com a Pastoral da Criança e ela envolve o repasse da tecnologia do Vita Vida. Ao longo do último ano, a pastoral experimentou o uso do alimento desidratado nas crianças atendidas pela entidade. O resultado é extraordinário.

Quantas refeições já foram distribuídas por meio do Vita Vida?

Foram 12 milhões. Um grande exemplo do combate às duas piores chagas da sociedade: o desperdício e a fome. As fábricas recebem excedentes de alimentos de produtores rurais e de comerciantes da Ceasa. Frutas e legumes que não servem para ser vendidos, mas estão em perfeitas condições de consumo.

O que o trabalho no Servas significou para a senhora?

Eu também me transformei muito. Às vezes, a gente começa a trabalhar motivada para tentar colaborar com a transformação da vida dos outros e não percebe o quanto esse trabalho também nos transforma ao longo do processo. Essa foi uma experiência definitiva na minha vida.

A senhora descarta qualquer possibilidade de, no futuro, candidatar-se às eleições?

As hipóteses estiveram descartadas no passado e todas estão descartadas no futuro. Faço política como instrumento para colaborar com a sociedade, para ajudar a transformá-la. Tem pessoas que optam por disputar um mandato eletivo, outras não.

Quais são os planos da senhora para o futuro?

A partir de julho, estarei ao lado de Aécio Neves e Antonio Anastasia dando a minha contribuição na campanha eleitoral. Depois, vamos esperar chegar mais perto para enxergar melhor.

(RN)
Publicado em: 06/06/2010