sábado, 26 de fevereiro de 2011

Atrocidades na Líbia: Zé Dirceu defende censura à imprensa internacional que denuncia as atrocidades de Kadafi

Em reportagem deste sábado, o jornal “O Globo” cita que, alheio às discussões sobre o caráter humanitário da crise na Líbia, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu culpou ontem a imprensa internacional e os Estados Unidos pela mobilização acerca do país norte-africano.

Em seu blog na internet, Dirceu afirma que “os EUA buscam respaldar uma invasão e ocupação” do território líbio. Segundo o ex-ministro, o genocídio cometido por Kadafi seria “muito bem encampado e explorado pela mídia”.

Citando a importância das reservas de petróleo líbias, ele argumenta que a defesa de uma intervenção da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirma “o caráter cínico da diplomacia americana”.

Memória

Fonte: O Estado de S.Paulo publicado em 02/07/2009

Único convidado de honra presente à Cúpula da União Africana, aberta ontem, em Sirte, na Líbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os países industrializados pela crise do sistema financeiro

e pelo ?caráter perverso da ordem internacional?. A fala do brasileiro, aplaudida por chefes de Estado e de governo e por líderes tribais africanos, foi sucedida por críticas à imprensa pelo que considerou ?preconceito premeditado? por sua proximidade com ditadores da região. O discurso começou com Lula dizendo ao ditador líbio Muammar Kadafi: ?Meu amigo, meu irmão e líder?.

A participação do presidente na cúpula, que está em sua 13ª edição, foi ressaltada pela ausência dos demais convidados especiais. Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, e Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), cancelaram suas participações, anunciadas como certas pelo cerimonial do evento até a véspera. Outro ausente foi Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, cuja falta não foi justificada publicamente. Ahmadinejad ficaria sentado ao lado de Lula, que por sua vez ficaria ao lado de Kadafi, que está no poder desde 1969, quando assumiu o controle do país em um golpe de Estado aos 27 anos de idade.

Logo de início, o presidente Lula elogiou ?a persistência e a visão de ganhos cumulativos que norteia os líderes africanos? e ressaltou que ?consolidar a democracia é um processo evolutivo?. A partir de então, o presidente deu início a repetidas críticas aos países industrializados. Lula afirmou que ?a crise financeira e econômica mundial revela a fragilidade e o caráter perverso da atual ordem internacional? e parafraseou o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ao sustentar que ?o consenso de Washington fracassou?. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Link da matéria: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lula-ataca-midia-e-chama-kadafi-de-amigo-e-irmao,396684,0.htm

Por Kadafi, Zé Dirceu do PT segue Fidel e associa massacre a manipulação da imprensa. Ele quer calar os jornais e tv´s

Na última terça-feira, Fidel Castro escreveu em uma das suas “reflexões” que a Líbia era vítima de uma forte campanha midiática e isentou o ditador Muamar Kadafi do massacre que deixou centenas de mortos na última semana. Ontem, as palavras do líder cubano ganharam o apoio do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu. Em seu blog, ele atribuiu aos EUA a responsabilidade por uma “manipulação do noticiário e uma intervenção branca”. Dirceu criticou ainda as sanções unilaterais anunciadas na sexta-feira pelos americanos, dizendo que seu real objetivo, ao apressar a queda de Kadafi, seria “comandar a transição para controlar as reservas e a produção de petróleo e evitar um governo antiamericano ou pró-palestino ao fim da crise líbia”. Dirceu questiona a razão para que sanções não tenham sido impostas ao Egito.

No texto de Fidel, que também contou com o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, o líder cubano sustentou que os EUA não hesitariam em enviar ao país as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se isso lhes conviesse. Ao final, reforçou seu apoio a Kadafi, ressaltando os laços que uniam os dois países.

Na sexta-feira, Chávez também expressou seu apoio ao governo da Líbia. Chávez, que afirmou ser amigo de Kaddafi, assim como de outros presidentes, manifestou preocupação com as manifestações em alguns países com risco de guerras civis, como o caso da Líbia.

“Não posso dizer que apoio, ou estou a favor, ou aplaudo qualquer decisão tomada por qualquer amigo meu em qualquer parte do mundo, não…mas nós sim apoiamos o governo da Líbia”, disse Chávez na noite de sexta-feira, em declarações transmitidas pela TV estatal.

“Não pude falar com Gaddafi todos estes dias”, completou ele. Na quinta-feira, Chávez, que reforçou os laços diplomáticos e comerciais com Kadafi, comentou em sua conta na rede de microblogs Twitter : “Viva a Líbia e sua independência! Kadafi enfrenta uma guerra civil!”.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Leia artigo do senador Aécio Neves na Folha de S.Paulo: A ética deverá guiar as mudanças

Confira artigo publicado na edição desta segunda-feira, dia 21, no jornal Folha de S.Paulo

A ÉTICA DEVERÁ GUIAR AS MUDANÇAS

AÉCIO NEVES

ESPECIAL PARA A FOLHA

A espetacular velocidade de transformações do mundo no último século torna qualquer projeção sobre o futuro tarefa quase inimaginável.

Do ponto de vista do Brasil, o salto foi formidável.

Passamos de um vasto país agropastoril, com baixa densidade demográfica, educação restrita à elite, profundo atraso tecnológico e grave dependência econômica para uma economia diversificada; rede de cidades considerável; sistemas de serviços públicos abrangentes; produção intelectual e cultural vigorosa, reconhecida, e uma crescente integração ao mundo globalizado.

As reformas estruturais realizadas nos anos 90 nos permitiram dar passos decisivos para alcançarmos a posição que ocupamos hoje.

Não há como vislumbrar um cenário pessimista para um país sem distensões, com extenso volume de terras agricultáveis, poderosas reservas naturais e potenciais latentes, especialmente no do nosso capital humano.

Mas ainda nos falta, para realizá-los, um inédito e vigoroso senso ético. Não apenas aquele restrito às nossas obrigações de contenção da corrupção e do compadrio.

Mas um senso ético mais amplo que torne generosa e solidária a construção do desenvolvimento nacional.

Se, no século 20, a nossa população e o PIB foram multiplicados, pouco ou quase nada fizemos para alterar nossa profunda e dramática desigualdade social.

Nenhuma outra tarefa será capaz de mobilizar tanto o Brasil dos próximos 90 anos.

Para superar esse fosso, precisamos compreender a construção do futuro não como uma dádiva, mas como conquista coletiva.

Poderemos ser o país dos talentos, se o nosso senso ético nos permitir democratizar a educação de qualidade.

Seremos o grande provedor de alimentos do mundo e representaremos um novo modelo de produção de energia renovável, se a ética nos ensinar a compatibilizar essas vocações à ideia da sustentabilidade.

Seremos uma das mais promissoras sociedades, se a ética nos exigir crescer sem regiões isoladas.

As razões que nos impuseram tantas décadas perdidas são muitas. Todas, no entanto, passam pela discussão ética sobre o nosso próprio destino e projeto de país.

Precisamos responder que Brasil queremos ser e como construí-lo com o trabalho, as crenças e as esperanças de todos os brasileiros.

AÉCIO NEVES é senador eleito pelo PSDB em Minas Gerais, Estado que governou de 2003 a março de 2010; foi também deputado federal por quatro mandatos.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Postos do Sistema Nacional de Emprego colocam 7.220 trabalhadores em janeiro

O primeiro mês de 2011 confirma a tendência de aquecimento do mercado de trabalho apontada durante todo o ano de 2010. Os números de intermediação de mão de obra dos 118 postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) apresentaram crescimento em todos os indicadores, quando comparados com o mesmo período do ano anterior. A quantidade de trabalhadores colocados aumentou mais de 46%. Foram 7.220 em janeiro de 2011, contra 4.936, no ano anterior. Já o número de vagas captadas teve crescimento superior a 42%. Em janeiro de 2011, 24.076 vagas foram captadas pelos postos do Sine, enquanto no mesmo período de 2010, foram 16.912.

A quantidade de trabalhadores encaminhados pelo Sine também apresentou um aumento significativo. Foram 71.916, contra 51.958, crescimento de mais de 38%. O número de trabalhadores que procuraram os postos do Sine neste período cresceu 6,93%, quando 51.625 pessoas procuraram o Sine, ante 48.279, em janeiro de 2010.

Comparativo mensal

No comparativo com o mês anterior, dezembro de 2010, quase todos os indicadores apresentaram crescimento. O número de trabalhadores que se inscreveram nos postos do Sine aumentou 19%. Foram 51.625 em janeiro de 2011, conta 43.140, no mês anterior. Em relação à quantidade de vagas captadas o comparativo mensal apresentou crescimento de 50%. Foram 24.076, contra 16.017.

O número de trabalhadores encaminhados também cresceu mais de 50%. Foram 71.916, contra 46.092, crescimento de 56%. Já o número de trabalhadores colocados apresentou redução de 6%. Foram 7.730 em dezembro de 2010, contra 7.220 em janeiro deste ano.

Segundo o secretário de Estado de Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta, o bom desempenho dos postos do Sine é reflexo das políticas adotadas pelo governador Antonio Anastasia, que priorizam a criação de empregos de qualidade. “Mesmo com as contratações temporárias do mês de dezembro, que costumam refletir nos números de janeiro, tivemos um excelente início de ano para os trabalhadores mineiros. Conseguimos elevar todos os nossos indicadores no comparativo com o ano anterior e mantivemos bons resultados no comparativo com o último mês de 2010”, explicou.

Para o secretário Carlos Pimenta, a modernização e a melhora do atendimento ao trabalhador que busca uma colocação no mercado de trabalho, são fundamentais para a efetividade do trabalho realizado no Sine, “Sabemos que Minas Gerais é um bom ambiente para geração de empregos, assim, estamos modernizando as estruturas das agências do Sine, que são a porta de entrada do trabalhador para o mercado de trabalho”, destacou.

Emissão de carteiras

Além da intermediação da mão de obra, os postos do Sine auxiliam o trabalhador que precisa emitir a Carteira de Trabalho e Previdência Social, ou mesmo aquele que precisa requerer o benefício do seguro-desemprego. No primeiro mês de 2011, 10.113 carteiras de trabalho foram emitidas e 51.163 requerimentos do seguro-desemprego foram solicitados.

Com a criação da Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete) serão criadas dez regionais da Secretaria para uniformizar e dar maior suporte às atuais 119 agências do Sine em Minas Gerais - um posto do Sine foi inaugurado neste mês de fevereiro, na cidade de Nova Serrana, no Centro-Oeste do Estado.

Até 2010, os postos do Sine eram gerenciados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). A partir da Lei Delegada nº 180, de 20/01/2011, a coordenação do Sistema Nacional de Emprego em Minas Gerais e todas as políticas da área passaram a ser executadas pela Sete.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Rodrigo Castro critica PT de Minas e ressalta despreparo do partido para enfrentar as questões locais


Partidos
Rodrigo de Castro diz que nem o PT põe fé na candidatura própria à PBH em 2012. Ele critica ainda a proposta de mínimo de R$ 600 em Minas feita pela oposição e defende as leis delegadas

A sinalização do PT de que pretende “disputar” com o PSDB a aliança com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) na eleição de 2012 parece ter despertado a ira dos tucanos. Coube ao secretário nacional do partido,deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB), rebater a direção nacional do PT, que, na sexta-feira, cobrou dos petistas mineiros uma união com Lacerda que exclua de vez os tucanos do governo do socialista. Segundo Rodrigo de Castro, nem o PT “bota fé” em si mesmo.

“A gente fica cada vez mais espantado com o PT de Minas. Precisa vir o presidente nacional (José Eduardo Dutra) para dizer que eles não devem ter candidato a prefeito em Belo Horizonte. Isso significa que nem o presidente nacional põe fé no PT. Eles não puderam disputar o governo e agora não podem concorrer `à prefeitura”, disparou o tucano.

Rodrigo de Castro também criticou o presidente do PT de Minas, deputado federal Reginaldo Lopes, que, segundo ele, precisaria convencer os militantes de que os tucanos são nocivos à aliança. “Essa afirmação do Reginaldo no sentido de convencer a militância de que não é mais possível a aliança entre PT e PSDB mostra o temor que eles têm da força do nome do senador Aécio em Minas e no Brasil”, disse. De acordo com o secretário do PSDB, BH aprovou o estilo tucano de governar e, para ele, a mistura com o PT também já não cabe.

O dirigente tucano disse entender o desejo de Lacerda de ter os dois partidos rivais unidos novamente, a exemplo do que ocorreu em 2008. “É natural que ele tenha esse desejo, mas está muito claro que há dois projetos distintos no Brasil e eles passam por Minas Gerais daqui a quatro anos. Nós estamos com Aécio”, disse se referindo a uma eventual candidatura do tucano ao Palácio do Planalto.

MÍNIMO O posicionamento dos petistas de propor o salário mínimo regional de R$ 600 – bandeira tucana na campanha do ano passado ao Palácio do Planalto e reeditada agora nas discussões sobre o piso nacional – em Minas Gerais também causou irritação. O secretário do PSDB afirmou que vai registrar na Câmara e no Senado que o PT e o PMDB mineiros estão juntos com os tucanos e contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na briga nacional pelo mínimo. “Já que eles querem, vamos colocar esse valor para o Brasil todo, aí nós concordamos”, disse.

Para Rodrigo de Castro, os petistas de Minas estão se envolvendo em políticas pequenas. “Deve ser por isso que a direção nacional vem aqui intervir a toda hora”, provocou. O bloco de oposição no Legislativo, formado por PT, PMDB, PRB e PCdoB, está propondo que, por lei estadual, seja instituído o piso de R$ 600, iniciativa que precisaria do aval do governo do estado e de sua base na Assembleia.

Ainda para o dirigente tucano, as críticas da oposição às leis delegadas mineiras não se comparam à proposta do governo federal de passar a reajustar o salário mínimo por decreto. “Os dois assuntos são bem diferentes até em sua base legal. As leis delegadas estão previstas na Constituição e são usadas por diversos governos. Já reajustar o salário por decreto é inconstitucional e algo inédito. Há uma grande desinformação dos que querem comparar”, afirmou.


Fonte: Juliana Cipriani – Estado de Minas