Em reportagem deste sábado, o jornal “O Globo” cita que, alheio às discussões sobre o caráter humanitário da crise na Líbia, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu culpou ontem a imprensa internacional e os Estados Unidos pela mobilização acerca do país norte-africano.
Em seu blog na internet, Dirceu afirma que “os EUA buscam respaldar uma invasão e ocupação” do território líbio. Segundo o ex-ministro, o genocídio cometido por Kadafi seria “muito bem encampado e explorado pela mídia”.
Citando a importância das reservas de petróleo líbias, ele argumenta que a defesa de uma intervenção da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirma “o caráter cínico da diplomacia americana”.
Memória
Fonte: O Estado de S.Paulo publicado em 02/07/2009
Único convidado de honra presente à Cúpula da União Africana, aberta ontem, em Sirte, na Líbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os países industrializados pela crise do sistema financeiro
e pelo ?caráter perverso da ordem internacional?. A fala do brasileiro, aplaudida por chefes de Estado e de governo e por líderes tribais africanos, foi sucedida por críticas à imprensa pelo que considerou ?preconceito premeditado? por sua proximidade com ditadores da região. O discurso começou com Lula dizendo ao ditador líbio Muammar Kadafi: ?Meu amigo, meu irmão e líder?.
A participação do presidente na cúpula, que está em sua 13ª edição, foi ressaltada pela ausência dos demais convidados especiais. Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, e Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), cancelaram suas participações, anunciadas como certas pelo cerimonial do evento até a véspera. Outro ausente foi Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, cuja falta não foi justificada publicamente. Ahmadinejad ficaria sentado ao lado de Lula, que por sua vez ficaria ao lado de Kadafi, que está no poder desde 1969, quando assumiu o controle do país em um golpe de Estado aos 27 anos de idade.
Logo de início, o presidente Lula elogiou ?a persistência e a visão de ganhos cumulativos que norteia os líderes africanos? e ressaltou que ?consolidar a democracia é um processo evolutivo?. A partir de então, o presidente deu início a repetidas críticas aos países industrializados. Lula afirmou que ?a crise financeira e econômica mundial revela a fragilidade e o caráter perverso da atual ordem internacional? e parafraseou o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ao sustentar que ?o consenso de Washington fracassou?. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Link da matéria: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lula-ataca-midia-e-chama-kadafi-de-amigo-e-irmao,396684,0.htm
Por Kadafi, Zé Dirceu do PT segue Fidel e associa massacre a manipulação da imprensa. Ele quer calar os jornais e tv´s
Na última terça-feira, Fidel Castro escreveu em uma das suas “reflexões” que a Líbia era vítima de uma forte campanha midiática e isentou o ditador Muamar Kadafi do massacre que deixou centenas de mortos na última semana. Ontem, as palavras do líder cubano ganharam o apoio do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu. Em seu blog, ele atribuiu aos EUA a responsabilidade por uma “manipulação do noticiário e uma intervenção branca”. Dirceu criticou ainda as sanções unilaterais anunciadas na sexta-feira pelos americanos, dizendo que seu real objetivo, ao apressar a queda de Kadafi, seria “comandar a transição para controlar as reservas e a produção de petróleo e evitar um governo antiamericano ou pró-palestino ao fim da crise líbia”. Dirceu questiona a razão para que sanções não tenham sido impostas ao Egito.
No texto de Fidel, que também contou com o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, o líder cubano sustentou que os EUA não hesitariam em enviar ao país as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se isso lhes conviesse. Ao final, reforçou seu apoio a Kadafi, ressaltando os laços que uniam os dois países.
Na sexta-feira, Chávez também expressou seu apoio ao governo da Líbia. Chávez, que afirmou ser amigo de Kaddafi, assim como de outros presidentes, manifestou preocupação com as manifestações em alguns países com risco de guerras civis, como o caso da Líbia.
“Não posso dizer que apoio, ou estou a favor, ou aplaudo qualquer decisão tomada por qualquer amigo meu em qualquer parte do mundo, não…mas nós sim apoiamos o governo da Líbia”, disse Chávez na noite de sexta-feira, em declarações transmitidas pela TV estatal.
“Não pude falar com Gaddafi todos estes dias”, completou ele. Na quinta-feira, Chávez, que reforçou os laços diplomáticos e comerciais com Kadafi, comentou em sua conta na rede de microblogs Twitter : “Viva a Líbia e sua independência! Kadafi enfrenta uma guerra civil!”.