Brasília - O senador Aécio
Neves (PSDB-MG) acusou nesta terça-feira, 12, o presidente do Congresso,
senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de segurar pedidos de informação que
poderiam levar a um desgaste do governo Dilma Rousseff. Aécio disse ser
"inadmissível" ter pedidos de informação que demoram mais de dois
meses para serem apreciados.
A principal queixa dele diz
respeito a um requerimento para pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU)
dados sobre as obras públicas, financiadas com recursos federais, que se
encontram paralisadas. Esse pedido, apresentado no fim de agosto, aguarda votação
em plenário desde então. Aécio disse que, dos 39 requerimentos de autoria dele,
21 foram respondidos, outros 13 também, só que fora do prazo legal de 30 dias,
e outros 5 ainda não tiveram respostas. O senador do PSDB de Minas Gerais
cobrou "tratamento isonômico" da direção do Senado e disse que a
desobediência de cumprir os prazos para esses pedidos pode levar os autores a
serem enquadrados no crime de responsabilidade.
"O Senado Federal deve
e tem a responsabilidade de avaliar, detalhadamente, os motivos de tanta
ineficiência e desperdício de dinheiro público", afirmou. "A maior
interessada nisso deveria ser a presidente da República e a própria presidente
deveria estudar melhor os motivos da paralisação do que atacar o TCU",
completou.
Em resposta, Renan disse que
todos os requerimentos de informação "estão em dia". No caso
específico do TCU, ele justificou que o pedido entrou durante três dias na
ordem do dia de votação sem ter sido apreciado. Aécio disse, numa tréplica, que
o requerimento sobre o TCU não retornou à ordem do dia e que ele é uma
"demanda" da sociedade brasileira. Renan reforçou que a matéria está
pronta para ser votada a qualquer momento e, numa concessão, anunciou que o
pedido será o primeiro item da pauta desta quarta-feira, 13.