VITÓRIO MEDIOLIJORNAL O TEMPO DIA 30/08/09
A popularidade do presidente Lula pode ter sofrido um golpe sério, empinando a trajetória, há muito tempo ascendente, para o sentido oposto. Entendamos, sempre acima da média de um comum mortal, sempre notável, mas nunca mais a um nível excelso.
O vértice alcançado pode ter sido exatamente na semana anterior à infeliz investida contra Lina Vieira, desafiando-a a apresentar agenda que comprove o encontro com Dilma Rousseff.Se já as declarações da ministra pareciam eivadas de culpa, as de Lula não deixaram muita margem de desconfiança.
O que tem que se meter um presidente numa questão como essa? Nada, contudo Lula acredita que seu carisma e sua popularidade o autorizam a rasgar o verbo e até a lei.
Se deu bem na crise do mensalão, quando a confissão de Duda Mendonça, seu marqueteiro, revelava ao mundo o pagamento realizado por Marcos Velário num paraíso fiscal por conta do PT, referente à sua campanha presidencial; uma bolada de 10 milhões de dólares. Parecia naquele momento ter chegado ao fim o mandato presidencial, no Congresso dava-se o presidente como morto e sepultado, mas o ex-operário deu a volta por cima aproveitando-se das brechas de uma oposição confiante e desmobilizada.
Daí em diante Lula e milagre passaram a ser sinônimos. Ele passou a acreditar que isso fosse verdade, dedicando-se à defesa de companheiros e aliados flagrados em seus piores momentos.
Casos escabrosos se seguiram em série, com o povo sempre batendo palma, fosse o seu gesto bom ou ruim, sua colocação oportuna ou lamentável.
Porém, a ex-chefe da Receita Federal Lina Vieira, não propriamente uma desprevenida, tem atributos que a colocam acima das massas incultas e, assim, devolveu a Dilma e a ele, presidente, a tarefa de comprovar uma agenda que possui nas filmagens realizadas nas portarias do Palácio do Planalto algo de irrefutável.
Casos escabrosos se seguiram em série, com o povo sempre batendo palma, fosse o seu gesto bom ou ruim, sua colocação oportuna ou lamentável.
Porém, a ex-chefe da Receita Federal Lina Vieira, não propriamente uma desprevenida, tem atributos que a colocam acima das massas incultas e, assim, devolveu a Dilma e a ele, presidente, a tarefa de comprovar uma agenda que possui nas filmagens realizadas nas portarias do Palácio do Planalto algo de irrefutável.
Poucas e singelas palavras acertaram Golias na testa e fizeram vacilar o gigante da popularidade. Mais que isso, abalaram a candidatura de Dilma, que Lula quis porque quis, sem ouvir ninguém, numa outra explosão de questionável infalibilidade.
Dilma, que não apresenta atestado médico para enfrentar uma campanha e se mostra carente de carisma e simpatia, passou a pesar mais que um saco de chumbo nas costas de Lula.A enrascada se criou nos arroubos de onipotência, por livre e espontânea escolha, minando uma popularidade e a candidatura que nasceu de sua costela.
A bobagem de enfrentar Lina pode custar muito.
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