A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) vai ganhar novo mapeamento, todo em 3D. Isso só será possível devido ao “Mapeamento Básico do Vetor Norte da RMBH”, realizado pelo Governo de Minas. Com metodologia inovadora, o projeto de pesquisa, desenvolvido em 2008 pelo Instituto de Geociências Aplicadas (IGA), vinculado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), vai fazer o planejamento cartográfico na escala de 1 por 10 mil, o que significa que 1 centímetro no mapa corresponde a 10 mil centímetros na realidade. O último mapeamento é de 1977 com escala de 1 por 25 mil e não houve nenhuma atualização. A área correspondia a apenas 14 municípios, hoje são 34. Para conseguir este resultado é preciso gerar ortofoto volumétrica, ou seja, imagem fotográfica retificada para remover qualquer distorção e deslocamentos do relevo.
De acordo com a coordenadora do projeto, a engenheira cartógrafa e doutora em fotogrametria do IGA, Cláudia Saltarelli, a ortofoto volumétrica é formada por fotografias aéreas retificadas com informações sobre relevo e edificações. “É necessário corrigir as deformações do filme referentes à refração atmosférica e imperfeições da lente da câmera com modelos matemáticos”, informa. O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), vai mapear uma área de 23 mil km². No ano passado, o secretário Alberto Portugal assinou termo de outorga para liberação de recursos na ordem de R$ 760 mil.
Segundo Saltarelli, com este material será possível identificar nascentes, tipo de vegetação, loteamento, arruamento, estudo de transportes viários e ferroviários, áreas para implantação de aterros sanitários, uso e ocupação do solo, rede de drenagem e prevenir acidentes com resíduos industriais. “Trata-se de uma ferramenta essencial para o planejamento das ações de governo”, afirma. Ela explica que para fazer uma obra na estrada, por exemplo, é necessário desapropriar, verificar as edificações e para onde vai o loteamento. “Com essas imagens fica mais fácil tomar decisões. O mais importante é conscientizar os governos para criação de uma política cartográfica para o Estado. Assim, poderemos evitar o desperdício”, destaca.
Leia mais na integra: Agência Minas
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