sexta-feira, 19 de junho de 2009

Introdução de peixes exóticos causa perda da biodiversidade


A introdução de espécies exóticas de peixes é a segunda causa mundial de perda de biodiversidade em ambientes aquáticos.

É o que afirma estudo apresentado durante o 4º Encontro Técnico-Científico em Suporte à Gestão das Águas do Doce, que se encerra nesta sexta-feira (19), em Ouro Preto, na região Central do Estado.

O trabalho avaliou as alterações da fauna aquática da lagoa Carioca, localizada no Parque Estadual do Rio Doce, considerando os efeitos dos peixes introduzidos.

O estudo foi desenvolvido pela pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Evelise Nunes Fragoso-Moura, entre os anos de 2006 e 2008.

A pesquisa mostra que no Brasil existem cerca de 2.122 espécies de peixe, 354 podem ser encontradas em Minas Gerais e 71, na bacia do Rio Doce, onde 20% são espécies introduzidas.

“A invasão pode ocorrer de forma natural, pela capacidade das espécies se dispersarem, ou intencional, mas qualquer espécie introduzida causa impacto ao ecossistema em que foi recebida, como alterações no habitat e degradação genética”, destacou Evelise Nunes.

O histórico da introdução de peixes especificamente na Lagoa Carioca mostra que em 1983 existiam no local 14 espécies, sendo 13 nativas e uma introduzida.

Em 1992, o número de espécies caiu para dez. Em 2009, voltou para 14 o número de espécies encontradas na lagoa, sendo oito nativas e seis introduzidas.

Em termos de população, cinco espécies representam mais de 90% dos indivíduos da lagoa, sendo três delas exóticas.

De acordo com a pesquisadora, as espécies de pequeno porte, como lambaris e carás, sofrem diretamente o impacto da introdução de peixes piscívoros como a piranha e o tucunaré, que se alimentam de outros peixes.

A pesquisadora destacou a importância de evitar novas introduções, fazer um controle sistemático de espécies invasoras e um trabalho de educação ambiental.

Para garantir a biodiversidade aquática e recuperar os estoques pesqueiros no Estado, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) investe em ações de educação ambiental e divulgação sobre a pesca consciente e legal.

O Instituto também faz fiscalizações periódicas. Só em 2008, foram realizados 962 atos de fiscalização em empreendimentos comerciais de pescado, petrechos e peixes ornamentais na bacia do Rio Doce.

Nos primeiros quatro meses de 2009, foram feitos 125 fiscalizações na região, além de patrulhas aquáticas em parceria com a Polícia Ambiental.


Matéria publicada: Agência Minas

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