terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

AÉCIO NEVES, HISTÓRIA DE UM EXEMPLO POLÍTICO.


Aécio Neves da Cunha (Belo Horizonte, 10 de março de 1960) é um economista e político brasileiro. Foi deputado federal pelo estado de Minas Gerais e presidente da Câmara Federal no biênio 2001/2002.
Em 2002, Aécio foi eleito governador de Minas Gerais no primeiro turno. Foi reeleito, em 2006, também no primeiro turno, tendo uma votação proporcional menor somente do que a de Paulo Hartung (PMDB do Espírito Santo) (os dois obtiveram, respectivamente, 77,03% e 77,27% dos votos válidos).
Em 2008, Aécio Neves se tornou o segundo governador a permanecer mais tempo no Palácio da Liberdade, só perdendo para Benedito Valadares.




Biografia
Aécio Neves é proveniente de uma família de políticos tradicionais mineiros. Seu avô materno Tancredo Neves foi governador de Minas Gerais e presidente eleito do Brasil por via indireta (colégio eleitoral), tendo morrido antes de assumir o cargo. Do lado paterno, tanto seu avô Tristão Ferreira da Cunha quanto seu pai Aécio Cunha foram deputados federais.
Aécio nasceu em 1960, ano no qual, seu avô, Tancredo Neves, fazia uma grande união dos mineiros em torno de sua candidatura ao Palácio da Liberdade.
Aécio é economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Iniciou sua carreira política aos 22 anos, em 1983, como secretário particular de seu avô Tancredo Neves, então governador de Minas Gerais.
Em 1986, foi eleito deputado federal pela primeira vez. Em 1992 foi candidato a prefeito de Belo Horizonte ficando em terceiro lugar. Ganhou as três eleições seguintes que disputou. Foi eleito deputado federal em 1994, sendo, em 1998, reeleito deputado federal com maior número de votos do seu estado. Nesse último mandato, foi presidente da Câmara dos Deputados de 2001 a 2003.
Em outubro de 2002, Aécio Neves venceu a disputa pelo governo de Minas já no primeiro turno. Obteve 5.282.043 votos, o que correspondeu a 58% dos votos válidos.
Aécio Neves é filiado ao PSDB. Em seu governo, implantou um novo sistema de gestão, com o objetivo de regularizar as finanças estaduais de Minas Gerais. Seu nome passou a ser cotado para suceder o presidente Luís Inácio Lula da Silva, especialmente quando surgiram denúncias envolvendo membros do PT.
Aécio Neves foi homenageado com a publicação de um livro que conta sua trajetória de vida, escrito por Ana Vasco, o nome do livro é Aécio Neves, de facto et de jure.

Governador de Minas Gerais
Um dos pontos principais da sua filosofia de governo é o chamado "choque de gestão", que visa à redução de despesas, a reorganização e modernização do aparato institucional do Estado, implementando de novos modelos de gestão. Essa filosofia propõe um envolvimento de todos os órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual, com o objetivo de melhorar a qualidade e reduzir os custos dos serviços públicos do estado.
A médio e longo prazo, o "Choque de Gestão" contempla a obtenção de resultados baseados na qualidade e na produtividade, mediante critérios de incentivos que induzam o maior comprometimento dos atores responsáveis. Ele também prevê o investimento na capacitação do servidor público do Estado e a adoção de novos modelos de parcerias público-privadas que possibilitem a oferta de melhores serviços aos cidadãos.
No fim de 2005, começaram as obras da Linha Verde, com a finalidade de iniciar o processo de crescimento e desenvolvimento da região metropolitana de Belo Horizonte. As obras, que têm o término previsto para o final de 2008, beneficiarão o eixo norte de Belo Horizonte e também dez municípios da região metropolitana da capital do estado. Este é considerado um dos marcos do seu período de governo.
Em 2006, o governo Aécio pagou todas as dívidas de precatórios trabalhistas atrasadas do estado, quitando o valor de R$292,08 milhões entre 2003 a 2006.
Em maio de 2008, o Banco Mundial aprovou um financiamento de US$ 976 milhões para Minas Gerais, dentro de sua nova Estratégia de Parceria com o Brasil. O financiamento tem uma característica relevante e inédita: é a maior operação de empréstimo do banco a um estado federado, sem exigir contrapartida financeira. Nesse caso, a contrapartida consiste em 24 metas estipuladas em programas sociais do governo de Minas, em áreas como educação, saúde, gestão e desenvolvimento econômico.

Desenvolvimento social
Entre os programas sociais, o governo de Aécio Neves apresenta resultados expressivos no Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR), desenvolvido com financiamento total de US$ 70 milhões do Banco Mundial, dividido em duas parcelas iguais. O banco atesta os resultados do projeto nas páginas 1.636 e 1.637 do documento "FY 07 – Report on the Status of Projects in Execution – FY 07 (SOPE)". [1]
Conforme informações publicadas na Agência Minas, o projeto abrange 188 municípios situados no Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, Vale do São Mateus e parte da Região Central, áreas de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. O objetivo do projeto é a melhoria da renda e da qualidade de vida da população rural. São as próprias comunidades que se organizam e definem suas prioridades. Os projetos vão desde a construção de creches ao estabelecimento de associações de artesanato ou de piscicultura.
Do início do projeto, em 2006, até junho de 2008, foram assinados 1.283 convênios, no valor de US$ 28 milhões. Foram beneficiadas 74,6 mil famílias. Com isso, o governo de Minas se habilitou a receber do Banco Mundial a segunda parcela de US$ 35 milhões, para aplicação a partir de 2009.
Também na área social, o governo Aécio Neves lançou, em março de 2007, o programa Poupança Jovem, com a meta de atender, até 2010, 50 mil alunos do ensino médio da rede estadual que vivem em áreas de maior risco social. Cada um desses estudantes vai receber, ao final do terceiro ano do ensino médio, uma poupança de R$ 3 mil, dinheiro que poderá ser empregado no início da carreira profissional do jovem, conforme descrito no site oficial do programa Poupança Jovem e pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) de Minas Gerais.
Para receber o dinheiro, os jovens devem assumir uma série de compromissos relativos ao desempenho escolar, como freqüência e aprovação, e ao comportamento pessoal. Eles não podem, por exemplo, se envolver em ocorrências policiais e devem prestar serviços comunitários. Os estudantes são engajados em atividades extracurriculares culturais e profissionalizantes e recebem acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais.
O "Poupança Jovem" foi implantado, inicialmente, em escolas de Ribeirão das Neves, na Grande BH, contando com a adesão de 3.888 alunos. Em 2008, o programa foi iniciado em Governador Valadares (Leste de Minas), Ibirité e Esmeraldas (RMBH), de acordo com notícia da Agência Minas.
Desenvolvimento econômico
Na área de desenvolvimento econômico, a gestão de Aécio Neves apresentou avanços notáveis, demonstrando capacidade para aproveitar o ciclo de expansão da economia internacional A ação do governo de Minas para criar um ambiente propício aos negócios no Estado pode ser medida em indicadores econômicos de fontes diversas. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2007 Minas foi o segundo Estado do País em geração de empregos formais (com carteira assinada), com a 168.398 novos postos, o que corresponde 10,4% do total de vagas criadas no Brasil.
As exportações de Minas também foram destaque em 2007, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As vendas externas atingiram US$ 18,35 bilhões, valor acima da meta (R$ 17 bilhões) e recorde da série histórica anual. A expansão acumulada em comparação ao ano anterior foi de 17,1%, superior à média nacional, que foi de 16,3%. Cresceu também a participação de Minas em relação às exportações brasileiras, passando de 11,36% em 2006 para 11,44% em 2007.
A produção industrial de Minas em 2007 cresceu 8,6% sobre 2006, acima da média nacional (8,5%) atingindo, em dezembro, o 18º mês consecutivo de expansão, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado de Minas Gerais lidera o crescimento da produção industrial no País, demonstrando a vitalidade de sua economia.
Por fim, em abril de 2007, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), os investimentos públicos e privados anunciados em Minas desde 2003, para implantação até 2012, atingiram a cifra de R$ 164,3 bilhões. São cerca de 1.700 projetos, de diversos setores, com potencial de geração de 310 mil empregos diretos.

Transportes
Na área de transportes, um dos principais projetos do governo Aécio Neves é o Programa de Pavimentação de Ligações e Acessos Rodoviários (Proacesso). Iniciado em 2004, com recursos próprios e financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento o programa prevê o asfaltamento do acesso de 224 municípios aos principais eixos rodoviários do Estado. Em 2010, prazo estimado de conclusão, o Proacesso totalizará 5.572 km de acessos pavimentados, beneficiando 1,5 milhão de pessoas. Os objetivos principais do programa são, por meio da melhoria da infra-estrutura dos municípios, auxiliar o desenvolvimento econômico e social das cidades beneficiadas e melhorar a qualidade de vida das populações ao facilitar seu acesso a serviços e mercados regionais. [7]
O Proacesso recebeu R$ 840 milhões, em recursos do Tesouro do Estado, dos R$ 2,8 bilhões previstos. Dos trechos já autorizados, 80 foram concluídos em 2007, e 48 iniciaram 2008 com obras em execução. Cerca de 60% dos municípios contemplados estão nas regiões dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, Norte de Minas e Noroeste de Minas. Em torno de 88% das cidades têm menos de 10 mil habitantes e 97% têm Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) menor que a média do Estado de Minas Gerais, o que demonstra o impacto social do projeto.

Aprovação do governo e eleições 2006
Aprovação Aécio Neves manteve durante todo o seu governo altas taxas de aprovação. Em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em julho de 2006, 21% dos entrevistados dão nota dez ao seu governo. Sessenta e nove (69%) dos eleitores mineiros consideram que Aécio Neves está realizando um governo ótimo ou bom, 21% o vêem como regular e, para 7%, o governo de Aécio é ruim ou péssimo. Essas taxas se mantiveram praticamente inalteradas na comparação com a pesquisa de maio de 2006.
Em Belo Horizonte, a taxa de aprovação ao desempenho de Aécio Neves chega a 74%. A nota média atribuída ao seu mandato até a data do levantamento é 7,0, em um escala de zero a dez

Reeleição em 2006
Na votação realizada no dia 1ºde outubro de 2006, Aécio Neves foi reeleito governador de Minas Gerais tendo alcançado a segunda maior votação percentual do país para o cargo, sendo superado apenas por Paulo Hartung (governador reeleito do Estado do Espírito Santo, pelo PMDB, que obteve 77,27% dos votos válidos). De acordo com os resultados oficiais do TSE, Aécio foi reeleito com 7.482.809 de votos (73,03% dos votos válidos), seguido pelo candidato do PT, Nilmário Miranda, que obteve 2.140.373 votos (22,03% dos votos válidos).

Choque de Gestão
Inovações são sempre controversas. O choque de gestão de Aécio Neves não foge a regra. Enquanto alguns críticos políticos tendem ao negativismo, diversos especialistas e muitas publicações brasileiras de circulação elevada e comprovada, fizeram extensas reportagens mostrando a realidade positiva do novo modelo de administração em Minas Gerais. A pioneira foi da revista Veja (edição de 28 de abril de 2004), intitulada "O Trem no Trilho", que mostra como métodos de gerência assimilados da iniciativa privada ajudaram a reorganizar a economia do governo mineiro. Também a revista Exame e o jornal Valor Econômico se dedicaram ao tema, mostrando a eficácia do rumo adotado.
Depois de 14 anos em dívida, o governo federal reconheceu o equilíbrio das contas do Estado e autorizou o governo de Minas a voltar a captar recursos no exterior já em 2005, conforme comunicado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre empréstimo liberado em 21 de dezembro de 2005. O Banco Mundial, por sua vez, ofereceu ao Estado um empréstimo cuja contrapartida é a excelência da gestão, segundo relatam a revista Veja (edição de 23 de abril de 2008) e o jornal Valor Econômico (2 de maio de 2008). Enquanto alguns críticos faziam restrições ao Choque de Gestão de Minas Gerais, um dos principais formuladores dessa política, o professor Vicente Falconi, tornou-se cada vez mais procurado para aplicar o método em outras esferas da administração pública, inclusive pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo reportagem do jornal Valor Econômico publicada no dia 28 de julho de 2004 e entrevista à revista Época (Edição 444, de 20 de novembro de 2006).

Eleições de 2010
Foi especulado que Aécio poderia migrar para o PMDB em nome de uma candidatura própria à Presidência em 2010, mas o governador negou os boatos. Conforme a revista IstoÉ, ele teria dito que tem conversado muito com o partido: "Tenho conversado muito com o PMDB, o que mostra que há espaço para o entendimento, mesmo que eu não esteja nos quadros do partido."
Aécio é conhecidamente pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2010. Outro possível candidato do partido é o governador de São Paulo, José Serra, eleito em 2006, o que gera confrontos internos dentro do PSDB, e para isto não ocorrer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende a escolha do candidato do PSDB ainda em 2009. Aécio sugeriu que se realizem prévias eleitorais no PSDB para a escolha do candidato do partido às eleições presidenciais de 2010.
A estratégia de Aécio para 2010, que começou com a aliança com o PT em relação às eleições municipais para prefeito, em novembro de 2008, em Belo Horizonte e em outros municípios mineiros, visa a união dos mineiros. Tendo o ministro Hélio Costa declarado aos jornais em 28 de novembro de 2008 a necessidade de um presidente mineiro, que tomaria posse em 2011, 50 anos depois do último mineiro ter deixado a presidência da república, que foi Juscelino Kubitschek em 1961:

"Nós, como mineiros, gostaríamos muito de ter um candidato mineiro à Presidência!! "
Hélio Costa.






2 comentários:

  1. Não tenho a menor dúvida que Aécio é uma opção para o Brasil, infelizmente tem uma careca no seu caminho, em seu caminho tem uma careca.

    Acredito que se realmente as Prévias no PSDB forem executadas de forma realmente democráticas, Aécio tem grandes chances de sair vitorioso, na minha opinião por dois motivos.
    É carismático, e tem feito uma excelente gestão em Minas.

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