domingo, 22 de fevereiro de 2009

Jovens e endividados


Zulmira Furbino


M.V.B., de 24 anos, aluna de mestrado na UFMG e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), tem uma dívida de mais de R$ 5 mil no cheque especial. Marcos Vinícius da Cruz, de 22, técnico em informática, mesmo sem ter conta em banco, tem dívidas no cartão de crédito há quase um ano e espera melhorar de vida para pagá-las. L. P. F, de 27, médica oftalmologista, embolou-se com o cartão de crédito, passou a usar o cheque especial como extensão do seu salário e teve de contratar uma orientadora de finanças pessoais para tentar sair do aperto. Jennifer Tatiane Fidélis dos Santos, de 18, manicure, sem conta em banco ou cartão de crédito, gasta cerca de 40% dos seus rendimentos pagando prestações de dívidas contraídas na compra de sapatos, roupas e, principalmente, maquiagem.Promissores, consumistas, impulsivos, despreocupados, muitas vezes mal informados, mas sempre dispostos a pagar alto pelo crédito tomado em instituições financeiras ou no comércio, sem medir as consequências da inadimplência. No mínimo um em cada três jovens brasileiros está enrascado em dívidas quando mal colocou o pé no mercado de trabalho ou na universidade. Nos dois últimos meses do ano passado, segundo a Telecheque, empresa que opera com estatísticas nacionais de inadimplência em cheques, 30,56% dos endividados brasileiros eram jovens de 21 a 30 anos. No mesmo período, 49,77% das pessoas com idade entre 16 e 30 anos em Belo Horizonte viviam o mesmo problema, apontam dados da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio). No mês passado, segundo números do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), brasileiros entre 18 e 29 anos respondiam por 30,16% da inadimplência no país. Em Minas, esse percentual sobe para 32,57%.

(Reportagem na integra no Jornal Estado de Minas)

Um comentário:

  1. Enquanto o jovem não tiver aula de finanças na escola ou faculdade a situação relatada acima será potencializada.

    Em vários países estudar finanças no primeiro ou segundo grau é normal , mas no Brasil não, pois precisamos deixar os banqueiros cada vez mais endinheirados para financiar campanhas politicas e cobrar juros extorsivos dos pobres e sem conhecimentos prévios.

    Ricardo Batista

    ResponderExcluir