domingo, 26 de julho de 2009

Juventude e violência

Os jovens precisam ser vistos de forma respeitosa


Roberto Tross - Coordenador especial da juventude Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude


Em pesquisa recente, o Unicef (braço das Nações Unidas para a infância e a juventude) apresentou dados alarmantes sobre a situação dos jovens brasileiros. Os índices de homicídio nesse segmento da sociedade são tão assustadores que exigem a ampliação urgente das políticas públicas para a juventude. Em Minas, há um esforço concentrado nos últimos sete anos que visa melhorar as condições de vida dos jovens. Para tanto, há uma série de programas que objetivam reduzir a mortalidade juvenil.
São exemplos claros programas como o Fica vivo e Poupança jovem. Para alinhavar e completar todo esse arcabouço de ações, foi criada a Coordenadoria Especial da Juventude, órgão específico de formulação e execução de Políticas Públicas de Juventude (PPJs). Seu trabalho tem possibilitado significativa mudança no olhar da sociedade. Os jovens estão deixando de ser vistos como um problema. Agora, fazem parte da solução. É a lógica do compartilhamento das responsabilidades.
Já foram criados mais de 80 conselhos municipais de juventude em todo o estado. Ou seja, os jovens estão discutindo o futuro de suas cidades e comunidades e criando condições de melhoria para suas próprias vidas. Não bastasse, estão sendo executados, simultaneamente, 11 grandes projetos que envolverão, até o fim de 2010, mais de 140 mil jovens mineiros. São ações relacionadas à formação de novos líderes, meio ambiente, nutrição e gastronomia, sexualidade, qualificação profissional, entre outros. São exemplos os projetos Diálogos da juventude, Chef s do amanhã, A terceira margem do rio, Vocação e Pode crê. Tais projetos têm parceiros importantes como a ONU, a Rede Mineira da Cidadania, a ONG Leão, o Senar Minas e o Grupo Viver. Sem falarmos nas entidades juvenis propriamente ditas, como a Central Única das Favelas (Cufa), OAB Jovem, Fiemg Jovem, Juventudes Partidárias, ongs, entre outros. Todos os projetos estão em plena execução. Porém, o que mais importa é que, na era da informação e da tecnologia, os jovens precisam ser vistos de forma respeitosa para garantir suas especificidades. Para tanto, o aspecto mais importante para que as ações e programas tenham êxito é o respeito às suas manifestações e à sua linguagem. Ou seja, criar condições para que jovens dialoguem com jovens sobre os seus problemas e angústias, felicidades e perspectivas.
Isso só é possível com uma política pública de juventude específica, com recursos próprios e com pessoas que compreendam tais aspectos. Daí a existência da Coordenadoria Especial da Juventude, que trabalha sob a perspectiva do jovem como o protagonista de sua história. Apenas com ações com tais características conseguiremos estancar a chaga da violência e morte prematura que assolam a juventude brasileira e criar uma geração com esperança e brilho suficientes para transformar nossa sociedade.
Os desafios são ainda gigantescos, mas os resultados tendem a surpreender positivamente num futuro próximo.
Fonte: Jornal EM de domingo 26/07/09

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