sexta-feira, 31 de julho de 2009

BH tem o inverno mais quente da história

Em pleno inverno, uma cena de verão. A agente administrativo Daniela Brandão Fernandes, de 38 anos, saiu um pouco de seu habitual caminho, na quinta-feira à tarde, para molhar os pés na água da fonte da Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte.


Mas não se sentiu aliviada: “O dia está muito quente. Se tivesse outra roupa entraria debaixo dessa fonte agora”. Segundo a meteorologista Ádima Raia, apesar de alguns termômetros de rua terem registrado até 32 graus, a temperatura máxima oficial na cidade, de acordo com a meteorologia, foi de 30,6 graus. “Parte desses termômetros estão em locais não ideais para a medição e ainda sofrem com infiltrações”, explicou.


Céu claro, temperaturas elevadas e dias quentes são características típicas dos meses de verão, em BH, mas estão se tornando constantes durante o inverno. Os termômetros têm marcado até seis graus acima do normal. Desde 1912, quando a temperatura começou a ser medida em Belo Horizonte, não havia médias tão altas nesta época do ano. Historicamente, o normal em julho, na capital, é a marca de 25 graus. Este ano, a média tem sido de 30 graus e o inverno ainda está longe de acabar. A previsão é de que agosto seja ainda mais quente. Quinta-feira, os termômetros marcaram 31 graus, maior temperatura registrada nesta época do ano na cidade. A umidade relativa do ar na capital foi de 20%.


Na quinta-feira, a média foi de 30,6 graus, com a umidade relativa do ar caindo para 19%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice inferior a 30% é considerado preocupante; entre 20% e 30% indica estado de atenção; entre 12% a 20%, de alerta; abaixo de 12%, alerta máximo. Os principais efeitos da baixa umidade são secura na garganta e nos olhos e problemas respiratórios. Além da Região Central da Minas, o Norte, o Nordeste, o Oeste e o Triângulo registraram temperaturas acima dos 30 graus e a umidade relativa do ar variou de 15% a 22%. De acordo com o meteorologista do MG Tempo/Cemig/PUC Minas Ruibran dos Reis, as altas temperaturas são resultado de uma massa de ar frio e seco que está sobre o estado e não há previsão de chuva para os próximos dias. “Esta temperatura acima da média não está relacionada a nenhum fenômeno, e sim ao aquecimento global. Desde as décadas de 1950 e 1960, verificamos que as temperaturas vêm aumentando significativamente”, explicou.


Além de Minas , a massa de ar quente e seca está atuando no Distrito Federal e em Goiás. “Hoje e amanhã, a temperatura deve diminuir pouco, girando entre 27 e 28 graus, mas domingo o calor deve voltar”, disse Ruibran Reis. O vigia Paulo César Moreira, de 41, aproveitou o dia de folga para resolver problemas pessoais, mas teve que recorrer à fonte da Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul, para se refrescar. “Fui obrigado a entrar na praça para passar um pouco de água no rosto e, assim, amenizar o calor.


O sol está cada vez mais forte e, se pudesse, não sairia de casa durante o dia", disse. Já o ambulante Gerson Lago, de 38, comemora o calor. Somente na manhã de quinta-feira ele vendeu quase todo o estoque de picolés para o dia. "A gente aproveita este clima para faturar mais. Geralmente, o inverno era um mês de bolso vazio", brinca.


Fonte: Portal Uai




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