José Policarpo G. de Abreu
A área de ciência, tecnologia e inovação cresceu bastante, não somente em Minas Gerais, mas no país como um todo. Recentemente, foi divulgado o grande salto na publicação de artigos em revistas indexadas. O Brasil passou de cerca de 20 mil artigos publicados para mais de 30 mil no último ano, de tal forma que subiu do 15º para o 13º lugar, ultrapassando potências como a Rússia e a Holanda, respectivamente. Minas teve papel de destaque nessa conquista, especialmente em função da firme atuação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
O apoio crescente às instituições de ensino e pesquisa do Estado está relacionado à alocação devida de recursos orçamentários: de 2004 a 2009, o orçamento da Fapemig foi multiplicado por dez. Os resultados dessa política governamental estão aí para quem quiser ver. O objetivo, agora, é uma melhora nos índices de inovação, amparados nas Leis Federal e Estadual de Inovação, e ainda no Decreto 44.784, que regulamenta o Fundo de Incentivo à Inovação Tecnológica (FIIT). Vale lembrar a criação da Gerência de Propriedade Intelectual, por meio da qual a Fapemig apoia inventores e orienta na transferência de tecnologia. Dessa forma, a agência tem se tornado vetor fundamental para o avanço de Minas não somente em ciência e tecnologia, mas também em inovação.
Nos próximos anos, a proposta da Fundação é consolidar seu crescimento e promover a internacionalização, transformando-a em uma agência também respeitada no exterior, uma vez que hoje ela já o é nacionalmente. Como exemplos recentes, podemos citar que o presidente da Fapemig passou a ser também o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e que a Fundação foi uma das primeiras FAPs a se tornar membro da Academia Brasileira de Ciências. A política da atual direção é a de que só não será feito aquilo que não for legal. Tudo o que puder ser feito para o engrandecimento da ciência e tecnologia, bem como para a consolidação da inovação do Estado, será feito. O principal desafio é avançar a passos largos, porque é nosso objetivo, nossa meta, colocar Minas na liderança desse setor. Assim, estaremos colaborando para que o próprio país venha a se firmar como um dos líderes no contexto mundial.
Faz-se mister ressaltar que esse momento virtuoso da área de CT&I, com a ação firme e segura da Fapemig só foi possível porque o atual Governo do Estado reconheceu a importância do papel da fundação como agência indutora e, já pelo terceiro ano consecutivo, aplica 1% do orçamento do Estado na mesma. Antes, por melhor que fossem as ideias, era difícil implementá-las, pois não havia recursos para tal.
Portanto, é fundamental manter esta conquista, que levou duas décadas para ser efetivada. O preço desta conquista é a eterna vigilância. Mas, se conseguirmos demonstrar para a sociedade a importância desses investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação, a própria sociedade se incumbirá de cobrar do Governo, qualquer que seja ele, essa manutenção. Por fim, importante lembrar que o investimento em ciência, tecnologia e inovação não é “um caminho” para se enfrentar a crise mundial, mas “o caminho”, pois não há nada mais sólido que isso.
Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais Publicado originalmente pelo Hoje em Dia, em 30/06/2009
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