domingo, 15 de março de 2009

Aécio Neves, onde tudo começou.


A disciplina e a formalidade que a vida política exige foram grandes desafios para o jovem estudante. Tancredo Neves era o mestre da diplomacia, da conciliação e dos bons modos. Acompanhá-lo era um exercício diário, um curso intensivo da arte de relacionar-se com os outros. Por algumas vezes, o jovem Aécio perdeu o avião de campanha, que decolava sempre às sete da manhã. Interrompendo a corrida, assistia da pista o avião partir, enquanto o avô apontava para o relógio e acenava da janela. Tancredo sabia o quanto cada minuto de trabalho pode ser precioso para um bom político...
Tancredo venceu as primeiras eleições diretas (desde 1965) para o governo de Minas Gerais, em 1982. E Aécio agradeceu a ele a oportunidade de participar desse momento histórico. Satisfeito com o esforço do neto, Tancredo convidou-o para ser seu secretário particular. Era um caminho sem volta, margeado por aquele tipo de paixão que só os grandes mestres sabem fazer despertar em um jovem.Na primeira reunião do secretariado convocada pelo governador Tancredo, Aécio teve a chance de sentar-se, lado a lado, com grandes figuras da política do Estado. A surpresa veio assim que o avô começou a falar: "antes de começar a reunião, vou pedir ao meu secretário Aécio que peça licença e vá para casa colocar uma gravata. Esse é um evento solene". Aécio deixou a mesa, desapontado e envergonhado; mas, logo, conseguiu encontrar uma solução, como bom aluno que já era na ocasião. Minutos depois, ele voltou à sua cadeira, ajeitando no pescoço a gravata borboleta do garçom Moacir, que trabalhava no Palácio da Liberdade, o cenário da reunião. Foi uma grande lição...

Nenhum comentário:

Postar um comentário