Fernando Lyra.
Foi um ator muito importante. Ele estava nos bastidores. Ele tinha confiança de Tancredo, de Ulysses, das principais lideranças daquele tempo. Eu acho que ele permite, principalmente, às novas gerações, conhecerem como difícil foi a retomada da democracia e, quem sabe, a arte de fazer política. Antigamente, se fazia política com arte, com estratégia, com extremo patriotismo, que hoje está um pouco em falta no país. Esse livro serve também para nos estimular a fazer política sempre com princípios, com valores, mas principalmente com arte.
Qual a estratégia para buscar o nome do PSDB?
Eu tenho dito que o meu partido, o PSDB, estará unido nas eleições. Isso é um fato. Mas não basta apenas estar unidos na cúpula. É preciso que nós mobilizemos as nossas bases, que nós voltemos a falar com setores da sociedade dos quais nós nos distanciamos. É preciso, por exemplo, apresentarmos um projeto claro de desenvolvimento regional para o Nordeste, de falarmos de gestão pública eficiente como instrumento para transformações sociais. O PSDB precisa dizer o que pretende fazer no pós-Lulismo, a partir de 2010. E visitas como essa, reuniões como a que estamos fazendo, são muito importantes. No que depender de mim, essas movimentações continuarão.
Chapa pura.
Não, eu acho que isso não deve ser cogitado neste momento. Acho que nós devemos privilegiar uma grande aliança e isso pressupõe um gesto também de desprendimento do PSDB para somar com outras forças políticas.
O senador Sérgio Guerra disse que quer um acordo entre vocês dois (Aécio Neves e José Serra). E se isso não for possível, aí sim, as prévias.
Em primeiro lugar eu vou reiterar o que acabei de dizer. O PSDB estará unido em 2010, até para o desconforto e desencanto de alguns que torcem pelo contrário. O governador Serra é um homem extremamente qualificado para a Presidência da República, é para o partido um privilégio ter o seu nome, e o que eu tenho defendido é que nós mobilizemos as bases partidárias, que nós voltemos a falar para setores da sociedade dos quais nós nos distanciamos ao longo dos últimos anos. E para isso essas movimentações são importantes. Considero as prévias um instrumento último, se necessário, para definição não apenas de nomes, mas de propostas. Mas eu quero dizer a vocês que no que depender de mim, estarei caminhando ao lado do governador Serra.
Relação de Aécio Neves e José Serra.
O compromisso com o país, o espírito público demonstrado nas nossas trajetórias e uma relação pessoal muito forte. E isso ajuda nesse entendimento. E eu acredito nas soluções naturais. Aquelas que não vêm com qualquer tipo de imposição. Isso acontecerá no tempo certo. Portanto, podemos ter, eventualmente, algum tipo de nuance, alguma diferença de nuance sobre este ou aquele tema, mas temos um compromisso com o país e um projeto comum para o Brasil. E sabemos que a nossa unidade é fundamental para a viabilização desse projeto. Estaremos juntos em 2010.
PSDB.
O PSDB não deve acomodar-se em berço esplêndido e aguardar as eleições, achando que já venceu só porque circunstancialmente está na frente das pesquisas. Eu acho que nós temos de voltar a falar com a sociedade. Devemos falar o que nós queremos para o Nordeste. Falarmos como nós compreendemos a boa gestão pública como instrumento de desenvolvimento social. Enfim, construir uma nova agenda para o país. Isso se faz andando, como nós estamos fazendo aqui hoje. E no que depender de mim, estaremos em outros estados com o mesmo vigor.
Investimentos do Governo do Estado em Minas Gerais.
Minas vive há seis anos um PAC permanente porque nós temos feito obras que jamais foram feitas no Estado, ligando todas as cidades de Minas que não tinham ligação asfáltica – estou falando de mais de 200 cidades – ao asfalto. Obras de saneamento em todos os municípios do Vale do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas que não tinha saneamento. Investimentos em saúde e em educação que jamais foram feitos. Inclusive, os resultados da última Olimpíada de Matemática, onde Minas lidera com larga margem, inclusive sobre estados mais estruturados, como São Paulo. Isso mostra que em relação à educação, nós estamos também no caminho certo. Minas vem vivendo um volume de investimentos que vem crescendo anualmente e proporcionalmente, me parece, os maiores do país. Vamos investir neste ano, mesmo com a crise, R$ 11 bilhões. O que certamente é algo que ajuda a mobilizar a economia do Estado.
Governador, será que há uma importância maior política do que técnica em relação ao PAC? É essa a impressão que o senhor tem como executor?
Acho que despolitizar o PAC é positivo para o Brasil. Acho que o PAC é mais do que uma plataforma. O PAC deve ser um instrumento de desenvolvimento regional. Os estados, independente dos partidos que governem, devem se incorporar a esses investimentos que estão sendo propostos pelo governo federal. Eu repito, no início isso não ocorreu, e essa foi uma crítica que fiz de público e com a melhor das intenções de poder superar essa deficiência. Porque no momento em que há um divórcio muito grande entre as prioridades estabelecidas pelo governo federal e aquelas estabelecidas pelos estados e municípios, há uma perda de eficiência. Hoje o que é o grande desafio do setor público? É qualificar o gasto público. Os recursos são escassos, nós temos que qualificá-los, temos que otimizá-los. Então se eu venho aqui, digo que o governo do Estado e a Prefeitura de Belo Horizonte, como disse o prefeito Marcio Lacerda, estão dispostos a investir R$ 600 milhões num mesmo projeto para o qual nós pedimos a participação do governo federal, nós estamos falando de algo grandioso, muito mais efetivo para as pessoas do que se eu fizesse junto com o prefeito, ou o prefeito isoladamente um projeto, eu outro, o governo federal outro, como ocorreu no início do PAC. Mas como todo processo, é um processo em construção permanente e com correções permanentes. Quero aqui registrar que a ministra Dilma tem sido sensível a essas postulações de Minas. Acho que há um avanço, no momento em que as prioridades do governo do Estado, das prefeituras de Minas Gerais e do governo federal passem a ser as mesmas. Essa é uma evolução.
A ministra vai ser uma adversária difícil para qualquer que seja o candidato, não é, governador?
Nós ainda estamos distantes das eleições, mas eu não tenho dúvidas em afirmar que se for candidata, a ministra Dilma Rousseff é a garantia de uma campanha de altíssimo nível, é um privilégio para o Brasil ter alguma da sua qualidade disputando eleições. Independente das nossas diferenças, de estarmos hoje em campos opostos, tenho pela ministra um enorme respeito e acho que a sua presença na disputa eleitoral é positiva para a democracia.
Dá medo?
Não se trata disso. Ninguém pode ter medo de disputa eleitoral, sobretudo nós que estamos de alguma forma talhados, experimentados nessas disputadas. Tenho pela ministra um enorme respeito, como tenho pelo presidente da República. Mas obviamente, no momento da disputa eleitoral, que ainda não chegou, apesar da ansiedade de tantos, o que nós teremos que apresentar são propostas, são ideias. Em Minas diz-se muito que quem deve brigar na política são as ideias, não as pessoas. Por isso, o meu esforço em ajudar a construir no meu partido, junto aos nossos aliados, propostas. Nós temos que apresentar à população brasileira o novo PSDB. O programa do PSDB inicial, que nos levou à fundação do partido, trazia prioridades que não são as prioridades de hoje. Quando fundamos o PSDB, tínhamos como grande desafio controlar a inflação, estabilizar a economia, modernizar e internacionalizar a nossa economia. Essas etapas foram vencidas, os desafios hoje são outros. Portanto, nós temos que renovar o programa do partido e apresentar no momento certo à população brasileira o novo PSDB, o PSDB que olhe para o futuro, e que diga o que quer fazer no pós-lulismo. Quais as reformas que ficaram pelo caminho, quais os avanços que precisam ainda ocorrer e que não ocorreram até aqui. Respeitando aquilo que ocorreu no governo do presidente Itamar, no governo do presidente Fernando Henrique, e no governo do presidente Lula, independente dos partidos aos quais pertencem.
Foi um ator muito importante. Ele estava nos bastidores. Ele tinha confiança de Tancredo, de Ulysses, das principais lideranças daquele tempo. Eu acho que ele permite, principalmente, às novas gerações, conhecerem como difícil foi a retomada da democracia e, quem sabe, a arte de fazer política. Antigamente, se fazia política com arte, com estratégia, com extremo patriotismo, que hoje está um pouco em falta no país. Esse livro serve também para nos estimular a fazer política sempre com princípios, com valores, mas principalmente com arte.
Qual a estratégia para buscar o nome do PSDB?
Eu tenho dito que o meu partido, o PSDB, estará unido nas eleições. Isso é um fato. Mas não basta apenas estar unidos na cúpula. É preciso que nós mobilizemos as nossas bases, que nós voltemos a falar com setores da sociedade dos quais nós nos distanciamos. É preciso, por exemplo, apresentarmos um projeto claro de desenvolvimento regional para o Nordeste, de falarmos de gestão pública eficiente como instrumento para transformações sociais. O PSDB precisa dizer o que pretende fazer no pós-Lulismo, a partir de 2010. E visitas como essa, reuniões como a que estamos fazendo, são muito importantes. No que depender de mim, essas movimentações continuarão.
Chapa pura.
Não, eu acho que isso não deve ser cogitado neste momento. Acho que nós devemos privilegiar uma grande aliança e isso pressupõe um gesto também de desprendimento do PSDB para somar com outras forças políticas.
O senador Sérgio Guerra disse que quer um acordo entre vocês dois (Aécio Neves e José Serra). E se isso não for possível, aí sim, as prévias.
Em primeiro lugar eu vou reiterar o que acabei de dizer. O PSDB estará unido em 2010, até para o desconforto e desencanto de alguns que torcem pelo contrário. O governador Serra é um homem extremamente qualificado para a Presidência da República, é para o partido um privilégio ter o seu nome, e o que eu tenho defendido é que nós mobilizemos as bases partidárias, que nós voltemos a falar para setores da sociedade dos quais nós nos distanciamos ao longo dos últimos anos. E para isso essas movimentações são importantes. Considero as prévias um instrumento último, se necessário, para definição não apenas de nomes, mas de propostas. Mas eu quero dizer a vocês que no que depender de mim, estarei caminhando ao lado do governador Serra.
Relação de Aécio Neves e José Serra.
O compromisso com o país, o espírito público demonstrado nas nossas trajetórias e uma relação pessoal muito forte. E isso ajuda nesse entendimento. E eu acredito nas soluções naturais. Aquelas que não vêm com qualquer tipo de imposição. Isso acontecerá no tempo certo. Portanto, podemos ter, eventualmente, algum tipo de nuance, alguma diferença de nuance sobre este ou aquele tema, mas temos um compromisso com o país e um projeto comum para o Brasil. E sabemos que a nossa unidade é fundamental para a viabilização desse projeto. Estaremos juntos em 2010.
PSDB.
O PSDB não deve acomodar-se em berço esplêndido e aguardar as eleições, achando que já venceu só porque circunstancialmente está na frente das pesquisas. Eu acho que nós temos de voltar a falar com a sociedade. Devemos falar o que nós queremos para o Nordeste. Falarmos como nós compreendemos a boa gestão pública como instrumento de desenvolvimento social. Enfim, construir uma nova agenda para o país. Isso se faz andando, como nós estamos fazendo aqui hoje. E no que depender de mim, estaremos em outros estados com o mesmo vigor.
Investimentos do Governo do Estado em Minas Gerais.
Minas vive há seis anos um PAC permanente porque nós temos feito obras que jamais foram feitas no Estado, ligando todas as cidades de Minas que não tinham ligação asfáltica – estou falando de mais de 200 cidades – ao asfalto. Obras de saneamento em todos os municípios do Vale do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas que não tinha saneamento. Investimentos em saúde e em educação que jamais foram feitos. Inclusive, os resultados da última Olimpíada de Matemática, onde Minas lidera com larga margem, inclusive sobre estados mais estruturados, como São Paulo. Isso mostra que em relação à educação, nós estamos também no caminho certo. Minas vem vivendo um volume de investimentos que vem crescendo anualmente e proporcionalmente, me parece, os maiores do país. Vamos investir neste ano, mesmo com a crise, R$ 11 bilhões. O que certamente é algo que ajuda a mobilizar a economia do Estado.
Governador, será que há uma importância maior política do que técnica em relação ao PAC? É essa a impressão que o senhor tem como executor?
Acho que despolitizar o PAC é positivo para o Brasil. Acho que o PAC é mais do que uma plataforma. O PAC deve ser um instrumento de desenvolvimento regional. Os estados, independente dos partidos que governem, devem se incorporar a esses investimentos que estão sendo propostos pelo governo federal. Eu repito, no início isso não ocorreu, e essa foi uma crítica que fiz de público e com a melhor das intenções de poder superar essa deficiência. Porque no momento em que há um divórcio muito grande entre as prioridades estabelecidas pelo governo federal e aquelas estabelecidas pelos estados e municípios, há uma perda de eficiência. Hoje o que é o grande desafio do setor público? É qualificar o gasto público. Os recursos são escassos, nós temos que qualificá-los, temos que otimizá-los. Então se eu venho aqui, digo que o governo do Estado e a Prefeitura de Belo Horizonte, como disse o prefeito Marcio Lacerda, estão dispostos a investir R$ 600 milhões num mesmo projeto para o qual nós pedimos a participação do governo federal, nós estamos falando de algo grandioso, muito mais efetivo para as pessoas do que se eu fizesse junto com o prefeito, ou o prefeito isoladamente um projeto, eu outro, o governo federal outro, como ocorreu no início do PAC. Mas como todo processo, é um processo em construção permanente e com correções permanentes. Quero aqui registrar que a ministra Dilma tem sido sensível a essas postulações de Minas. Acho que há um avanço, no momento em que as prioridades do governo do Estado, das prefeituras de Minas Gerais e do governo federal passem a ser as mesmas. Essa é uma evolução.
A ministra vai ser uma adversária difícil para qualquer que seja o candidato, não é, governador?
Nós ainda estamos distantes das eleições, mas eu não tenho dúvidas em afirmar que se for candidata, a ministra Dilma Rousseff é a garantia de uma campanha de altíssimo nível, é um privilégio para o Brasil ter alguma da sua qualidade disputando eleições. Independente das nossas diferenças, de estarmos hoje em campos opostos, tenho pela ministra um enorme respeito e acho que a sua presença na disputa eleitoral é positiva para a democracia.
Dá medo?
Não se trata disso. Ninguém pode ter medo de disputa eleitoral, sobretudo nós que estamos de alguma forma talhados, experimentados nessas disputadas. Tenho pela ministra um enorme respeito, como tenho pelo presidente da República. Mas obviamente, no momento da disputa eleitoral, que ainda não chegou, apesar da ansiedade de tantos, o que nós teremos que apresentar são propostas, são ideias. Em Minas diz-se muito que quem deve brigar na política são as ideias, não as pessoas. Por isso, o meu esforço em ajudar a construir no meu partido, junto aos nossos aliados, propostas. Nós temos que apresentar à população brasileira o novo PSDB. O programa do PSDB inicial, que nos levou à fundação do partido, trazia prioridades que não são as prioridades de hoje. Quando fundamos o PSDB, tínhamos como grande desafio controlar a inflação, estabilizar a economia, modernizar e internacionalizar a nossa economia. Essas etapas foram vencidas, os desafios hoje são outros. Portanto, nós temos que renovar o programa do partido e apresentar no momento certo à população brasileira o novo PSDB, o PSDB que olhe para o futuro, e que diga o que quer fazer no pós-lulismo. Quais as reformas que ficaram pelo caminho, quais os avanços que precisam ainda ocorrer e que não ocorreram até aqui. Respeitando aquilo que ocorreu no governo do presidente Itamar, no governo do presidente Fernando Henrique, e no governo do presidente Lula, independente dos partidos aos quais pertencem.
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