sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Menina das Nuvens


Era uma vez uma menina que morava no céu com o seu avô Tempo. Seus melhores amigos eram a Lua, o Corisco, uma faísca que queria virar raio de sol, e o Vento Variável, uma brisa pra lá de sapeca. Um dia, a menina desce à Terra para conhecer a sua família e se envolve em muitas confusões.

Este é o enredo de A Menina das Nuvens, ópera inédita de Villa-Lobos que estreou na última terça-feira (22) no Palácio das Artes. Outras duas apresentações serão realizadas no Grande Teatro do Palácio das Artes: nesta quinta-feira (24), às 20h30, e sábado (26), às 18h. Os ingressos estão à venda com preços especiais: platéia I – R$ 50,00; platéia II – RS 40,00 e platéia superior – R$ 30,00 (meia entrada conforme a lei).

A Menina das Nuvens é um conto de fadas, ou uma aventura musical, baseado na peça de Lúcia Benedetti, amiga e vizinha do compositor brasileiro. A ópera teve apenas duas apresentações no Brasil, no início dos anos 60, no Rio de Janeiro. E para quem ainda não viu, fica o convite do diretor William Pereira: “É um espetáculo muito lúdico, uma grande surpresa. Acho que é uma peça instigante, muito gostosa de ser vista e ouvida”.

Para dar vida à história, a Fundação Clóvis Salgado reuniu um elenco de peso: Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Coral Lírico e os solistas Gabriella Pace, José Carlos Leal, Inácio de Nonno, Homero Velho, Regina Elena Mesquita, Flávio Leite, Fabíola Protzner, Aline Soares Araújo, Indaiara Patrocínio, Melina Peixoto e Wellington Vilaça.

A ópera tem regência do maestro Roberto Duarte, que estuda a produção de Villa-Lobos desde 1975 e tornou-se um dos maiores especialistas do país na produção do compositor carioca. A direção é de William Pereira e os cenários e figurinos, de Rosa Magalhães, filha de Lucia Benedetti e artista plástica hexacampeã no carnaval do Rio de Janeiro e responsável pelo espetáculo de abertura dos Jogos Panamericanos da capital fluminense em 2007. A coreografia é de Tíndaro Silvano, e a iluminação, de Pedro Pederneiras, um dos fundadores, ex-bailarino e atual diretor técnico do Grupo Corpo.

Ineditismo como fonte de inspiração

O ineditismo de A Menina das Nuvens, que poderia ser um complicador para a montagem do Palácio das Artes, foi na verdade uma fonte de inspiração. Segundo o maestro Roberto Duarte, isso “não dificulta. Muito pelo contrário. É uma criação que vai servir como referência e vai ser gravada. Inclusive para que outros possam fazer melhor. Isso é fantástico”, afirma o regente.

O diretor William Pereira tem a mesma opinião. “Isso pra mim é uma das grandes vantagens, é bom não ter referências. Ao dirigir uma ópera tradicional, além de você ter uma série de referências, há vídeos e informações que servem para nortear, para fazer sua concepção. Neste caso, nós é que vamos criar essa referência. Isso é muito instigador. Estamos resgatando um patrimônio da cultura brasileira e eu acho isso fundamental”, ressalta William.

Um comentário:

  1. Ganhei este livro quando era bem menina e com o passar do tempo ele se perdeu, desde então venho procurando e não o encontro em lugar algum, agora quando vi esta reportagem fiquei super feliz. Alguém pode me informar onde posso encontrar este livro?
    Meu e-mail é: gloriadeazevedo@gmail.com
    Agradeço muito

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