Bom mineiro o governador Aécio Neves. Acaba de aplicar um choque de realidade no colega José Serra, que reluta em assumir a candidatura. “Agora é Serra versus Dilma”, repete-se a cada canto do congresso, onde os últimos parlamentares tentam votar as últimas proposições do ano.
A desistência de Aécio quintuplica a pressão sobre o paulista para que saia em campo e assuma a candidatura. Serra terá de tomar a frente das negociações dos palanques estaduais, estará no foco da mídia como nunca, e terá de administrar pressões que o desagradam.
Os petistas também se enervaram com a súbita polarização da disputa. E com a perspectiva sempre presente de Aécio topar fechar com Serra uma chapa puro sangue. “Desejo sorte a eles!” – ironiza o líder petista na Câmara, Cândido Vaccarezza, sem saber exatamente o que significa a cartada de Aécio.
Democratas e tucanos insistem que a dupla Serra e Aécio será imbatível, capaz de reunir mais 35 milhões de votos, nos dois colégios eleitorais mais populosos do país. Mas contêm o entusiasmo: “eles é que são senhores do tempo” – afirma Agripino Maia, do Dem.
O mineiro Aécio Neves bem sabe disso. Afirma que “política é a arte de administrar o tempo”. Sabe que será chamado de volta, se Serra retardar a decisão de concorrer ou desistir de enfrentar uma Dilma em ascensão. Aécio só parece estar fora de campo. Na verdade, foi para o aquecimento.
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