PTbras, de Novo
Fonte: Folha de S. Paulo
Em outubro, a Petrobras completa 60
anos. Infelizmente não há o que comemorar, submersa que está em um poço de
graves problemas, embora, possivelmente, isso não venha a ser impedimento para
mais uma milionária campanha publicitária da estatal.
É sempre oportuno recuperar a
memorável jornada da criação da Petrobras. Foi um dos movimentos populares mais
marcantes da história brasileira. Sensível ao grande sentimento nacionalista
daquele momento, o presidente Getúlio Vargas encampou a exigência expressa em
comícios e manifestações de rua.
O slogan "O petróleo é
nosso!" arregimentou estudantes, sindicalistas, intelectuais e outros
segmentos da sociedade, no final dos anos 40 e começo dos anos 50.
Nos anos recentes, os petistas
levaram a frase ao pé da letra, mediante o entendimento de que o
"nosso" quer dizer que a Petrobras é "deles", com
exclusividade. E promoveram o aparelhamento partidário da empresa, com os
enormes danos que começam a vir à tona. Daí a grande atualidade em se retomar a
batalha dos tempos da fundação da companhia. O Brasil precisa reestatizar
imediatamente a Petrobras, que está afundando sob o peso dos interesses
privados do PT.
Não há barril de petróleo capaz de
obscurecer o que está acontecendo, a olhos vistos, com a empresa: queda brutal
no valor de mercado, baixo retorno dos investimentos, descumprimento de metas,
aumento dos custos operacionais e administrativos e perda de posição nos
rankings internacionais, entre outras mazelas.
A lista continua. Os milhares de
trabalhadores que adquiriram ações da Petrobras com recursos do FGTS viram o
patrimônio registrar uma queda de cerca de 50%.
O escândalo da compra por mais de US$
1 bilhão de uma refinaria nos EUA, pouco tempo antes negociada por apenas US$
42,5 milhões e que, hoje, só conseguiria ser vendida por cerca de US$ 100
milhões, lança graves suspeitas sobre a empresa. Segundo o Ministério Público,
"é mais que um mau negócio". Afinal, quem propôs e quem autorizou
tamanha temeridade?
Com tantas incertezas pela frente,
teme-se agora até pelo futuro do pré-sal. No final de 2006, às vésperas das eleições,
o governo federal anunciou a autossuficiência do país em petróleo. No entanto,
a própria Petrobras reconhece agora que, entre 2007 e 2012, essa condição não
existiu. Registre-se ainda que, apenas no ano passado, o Brasil importou US$
7,2 bilhões em derivados.
Patrimônio nacional e um dos símbolos
da nossa independência, a Petrobras sempre foi um esteio para a economia
brasileira. Defendê-la da voracidade de parte do PT é tarefa urgente. Tempos
atrás era anunciado como grande novidade um certo modo petista de governar.
Hoje o Brasil inteiro sabe o que isso significa.
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