sexta-feira, 15 de março de 2013

Onde Estava o PT nos Últimos 10 Anos?



O que o atual líder da oposição, Aécio Neves, falava aos quatro cantos há 10 anos, exatamente quando o PT chegava ao poder central, infelizmente, começa a acontecer: estados e municípios à beira de um colapso pela ausência da rediscussão do Pacto Federativo. 

E isto não precisaria ocorrer se os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff não passassem uma década omissos, já que o governo federal só fez a concentração de recursos aumentar nas mãos da União e se negou a propor uma reforma tributária que favorecesse o fortalecimento de estados e municípios.

Enquanto Aécio Neves levantava a bandeira da “refundação da federação”, onde uma reforma tributária ampla e irrestrita deveria acontecer de forma urgente a salvar estados e municípios da falência, o governo central do PT virava as costas para a realidade destes entes federados.

A renegociação das dívidas dos estados, o fim da guerra fiscal por meio da unificação das alíquotas do ICMS, a criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional, entre tantos outros pleitos, já eram algumas das bandeiras defendidas por Aécio Neves e inúmeras vezes levadas por ele ao ex-presidente Lula.

Em vão. Nem Lula e tampouco sua sucessora Dilma Rousseff foram sensível a estas demandas. Preferiram aumentar ainda mais a concentração dos recursos nas mãos da União (chegando perto dos 60%) e usar desta realidade para barganhas eleitoreiras, como o PAC, onde bilhões de Reais eram anunciados como investimentos, mas pouco deles realmente foi realizado com recursos próprios da União.

A verdade é que a reforma tributária com o enfoque no fortalecimento do Pacto Federativo, na redistribuição de renda entre os entes federados, nunca foi interessante para Lula e Dilma Rousseff. Melhorar a capacidade de investimentos de estados e municípios significaria reduzir a própria capacidade do PT de utilizar a máquina federal como forma de se perpetuar no poder.

Agora, a questão ficou insustentável. E os governadores resolveram dar o grito no momento em que mais causa pânico ao PT e que, sabidamente, o faz trabalhar: o período pré-eleitoral. Por isso, assistimos a uma presidente Dilma “preocupada” com o Pacto Federativo.

Ora, porque ela e o PT não se uniram para resolver essa questão nestes últimos 10 anos quando eram maioria, viravam as costas para estados e municípios e tentavam desmerecer essas bandeiras que eram empunhadas pelo líder da oposição, Aécio Neves?

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