quinta-feira, 15 de julho de 2010

Racha do PT e do PMDB na Assembleia expõe fragilidade da candidatura Hélio Costa


O namoro político entre PT e PMDB na Assembleia Legislativa de Minas Gerais não resistiu ao casamento forçado entre as legendas para disputar o Palácio da Liberdade com a candidatura do senador Hélio Costa (PMDB). O rompimento era anunciado: o bloco entre os dois partidos foi dissolvido ontem. O problema é que os deputados estaduais peemedebistas ficaram de fora da coligação proporcional para concorrer a novas cadeiras no Legislativo. Não bastasse a exclusão, no último momento da formação das chapas o PT abriu espaço para o PRB, do vice-presidente José Alencar, para trazer o apoio para Costa.

A decisão da bancada do PMDB foi comunicada ontem ao plenário da Casa. Ao saber da posição dos parlamentares de seu partido, o senador Hélio Costa afirmou que iria conversar ainda ontem à noite com o presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, sobre o assunto. “Essa questão dos deputados estaduais vamos resolver dentro do PMDB. Quem decide pelo PMDB é o PMDB. O presidente do PMDB e a executiva é que vão tomar essa decisão”, reclamou. O senador defendeu que seja encontrada uma solução, embora acredite que não haverá qualquer reflexo nas eleições. Para justificar o rompimento, o líder do PMDB, deputado Vanderlei Miranda, defende a liberação dos parlamentares. E não pretendem, por exemplo, fazer campanha para o candidato a senador na chapa de Hélio Costa, o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT). “Nosso candidato é Hélio Costa, o Pimentel nunca fez nenhum gesto em nossa direção, não conheço ninguém que tenha recebido um gesto de delicadeza dele, nem apoio ele pediu. Se não estamos coligados com o PT, estamos desobrigados em relação a ele”, afirmou Miranda.

De acordo com o líder do PMDB, o fato de os petistas terem optado pela aliança com o PRB na eleição para deputado estadual torna os peemedebistas independentes no Legislativo. “Alguns membros da bancada estavam um pouco constrangidos e precisam de mais liberdade para tocar as campanhas, uma vez que não fazemos parte da coligação. Assim os deixamos à vontade também nas votações de plenário e, caso queiram formar bloco com o PRB, evitam-se constrangimentos”, disse. O PRB tem hoje somente o deputado Gilberto Abramo, que era do PMDB até o ano passado. “É como diz o nosso colega, deputado Adalclever Lopes, se não servimos para ser esposa não servimos para ser amante.”

Segundo o peemedebista, o partido continua com uma postura independente em relação ao governo do estado. Vanderlei Miranda afirmou que o rompimento não significa embate entre PT e PMDB no plenário. “O fato de romper bloco não significa que estamos nos divorciando litigiosamente. Sempre tivemos uma relação muito boa com a bancada do PT, pensamos de forma parecida e em algumas coisas caminhamos juntos mesmo antes do bloco. Não fica qualquer gosto de sangue na boca de nenhum membro do PMDB”, afirmou.


Fonte: Estado de Minas - 15/07/2010

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