A morte continua à espreita – Atraso nas obras do Viaduto das Almas
Motoristas ainda sofrem com perigos do Viaduto das Almas
Nem todo aniversário deve ser comemorado. A construção do novo Viaduto das Almas, iniciada em novembro de 2006 e prevista para ter sido concluída em agosto de 2008, completou três anos e meio este mês. E a obra da variante que o ligará ao km 592 da BR-040, em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais, soprará a primeira vela em junho. As duas datas expressam bem a ineficiência do governo federal diante das armadilhas da malha viária do país e mostram o quanto os motoristas e passageiros dos cerca de 15 mil veículos que cruzam o macabro elevado diariamente estão reféns da sorte. O perigo aumenta nos feriados prolongados, quando há o aumento da frota que atravessa a ponte.
Por isso, na próxima quinta-feira, quando começa o feriado prolongado de Corpus Christi, motoristas e passageiros que forem atravessar o Vila Rica, nome oficial do Viaduto das Almas, deve redobrar a atenção. Quem passar pelo local verá que o novo elevado está pronto, mas a desejada variante que lhe dará vida ainda é ocupada por operários, tratores e escavadeiras. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) adiou a inauguração da ponte por seis vezes: de agosto de 2008 para novembro do mesmo ano, para abril de 2009, para dezembro do ano passado, para março de 2010, para este mês e, há poucas semanas, para o fim de junho.
A última mudança ocorreu em razão de um desmoronamento. A terra de uma das montanhas rasgadas pela variante cedeu e jogou toneladas de rochas na pista. Parte do novo asfalto afundou. O Dnit atribuiu o deslizamento ao lençol d’água que corre por baixo da montanha.
O novo viaduto é uma reivindicação antiga de moradores da região, pois suas dimensões são muito mais seguras do que as do atual. O futuro pontilhão terá 460 metros de cumprimento por 21 de largura, mas o grande diferencial é sua construção em linha reta. Já o antigo, de 262 metros de extensão por apenas 9 de largura, apresenta um designer em curva.
A futura ponte será batizada de Viaduto Márcio Rocha Martins (1938/2006), homenagem a um engenheiro mineiro. O apelido Viaduto das Almas não se deve a quantidade de mortos no local. Inaugurado em fevereiro de 1957, a ponte foi batizada assim em alusão ao Córrego das Almas, que corre abaixo do pontilhão. Em 1974, porém, o governo decidiu mudar a certidão de nascimento do elevado para Vila Rica, homenagem ao primeiro nome de Ouro Preto.
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