Impasse em Minas já ameaça união PMDB-PT
Crise entre partidos pode tirar palanques de Dilma
As divergências entre PT e PMDB nos estados, que atingem de forma mais aguda Minas Gerais, já ameaçam a unidade em torno da pré-candidata Dilma Rousseff (PT). A cúpula peemedebista admite que a aliança nacional está correndo o risco de ser rejeitada na convenção nacional de junho. O assunto foi tratado ontem em pelo menos duas reuniões. A primeira, no início da tarde, na qual a direção do PMDB ouviu as queixas dos exministros Hélio Costa e Geddel Vieira Lima, pré-candidatos aos governos de Minas Gerais e Bahia, respectivamente.
As divergências entre PT e PMDB nos estados, que atingem de forma mais aguda Minas Gerais, já ameaçam a unidade em torno da pré-candidata Dilma Rousseff (PT). A cúpula peemedebista admite que a aliança nacional está correndo o risco de ser rejeitada na convenção nacional de junho. O assunto foi tratado ontem em pelo menos duas reuniões. A primeira, no início da tarde, na qual a direção do PMDB ouviu as queixas dos exministros Hélio Costa e Geddel Vieira Lima, pré-candidatos aos governos de Minas Gerais e Bahia, respectivamente.
À noite, o presidente da Câmara e pré-candidato à vaga de vice na chapa da petista Dilma, deputado Michel Temer (PMDB-SP), promoveu um encontro entre os dirigentes das duas legendas. Também ontem à noite, Dilma jantava na casa da apresentadora Ana Maria Braga, em São Paulo.
Peemedebistas cobram solução imediata em Minas
Preocupados com a insatisfação nos estados, os peemedebistas cobraram solução imediata do impasse em Minas, onde Hélio Costa lidera as pesquisas.
O acordo em Minas seria só o ponto de partida para as negociações, já que a crise entre os dois partidos existiria em mais nove estados, pelo menos.
Entre eles, Ceará, Bahia, Rondônia, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Paraná e Maranhão.
- Não entendemos a decisão do PT de Minas de realizar prévias para escolher seu candidato.
Minas é a prioridade das prioridades do PMDB, já que é o segundo maior colégio eleitoral do partido na convenção nacional, além de ser o segundo maior colégio eleitoral do país – advertiu o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), antes da reunião com a cúpula petista.
- O tempo está passando e, até agora, nada de solução. E, se não se resolve Minas, passa a existir uma referência muito negativa para os demais palanques de Dilma. Queremos definir o critério em Minas e nos demais estados. É bom que haja logo fumaça branca. Caso contrário, ela pode escurecer.
A avaliação entre os peemedebistas insatisfeitos é que quanto mais demorar a solução nos estados, pior fica a situação da aliança nacional.
O secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo (SP), tentou minimizar a crise com o PMDB: – Nosso diálogo com o PMDB tem sido excelente.
Questões pontuais serão resolvidas num clima fraterno
O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que disputará as prévias do PT com o ministro Patrus Ananias, admitiu que o diretório estadual cometeu um erro ao não explicar o que estava acontecendo ao PMDB mineiro. De acordo com Pimentel, o acordo entre PT e PMDB no estado pressupunha, desde o início, pelo menos duas condições. A primeira, que o vice-presidente José Alencar não fosse candidato; a segunda, que o PT mineiro conseguisse um candidato único para, então, sentar-se à mesa com o PMDB.
- Como não houve acordo interno no PT, as prévias serão imprescindíveis para que possamos iniciar as conversas com o PMDB. Como ele será feito e qual será o critério para isso, ainda não sabemos. Mas teremos 60 dias para chegar a um acordo – disse Pimentel.
“Temos que ter um único candidato em Minas” O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PTSP), também indicou a necessidade de um acordo: – Temos de ter um único candidato em Minas. É preciso cuidado redobrado para Minas não virar um problema.
Ontem, nova crise ameaçou a relação entre PT e PMDB num estado então pacificado. A líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), avisou a caciques petistas que não negociaria sua candidatura ao governo de Santa Catarina.
Foi uma reação ao ex-vice-governador Eduardo Moreira, pré-candidato ao governo pelo PMDB, que acenou com apoio a Dilma – mas, em troca, pediu o apoio do PT catarinense.
- A minha candidatura não é moeda de troca. É inegociável – avisou Ideli Salvatti para petistas, afirmando que já estaria em segundo lugar na disputa.
A cúpula do PT está convencida que o peemedebista quer arrumar uma desculpa para dar palanque ao tucano José Serra.
- Não existe possibilidade de Ideli retirar sua candidatura – disse Vaccarezza.
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