Fonte:
Folha de São Paulo
Convidado
ontem pela presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Saúde no
lugar de Alexandre Padilha, Arthur Chioro, atual secretário da Saúde em São
Bernardo do Campo (SP), é alvo de investigação do Ministério Público de São
Paulo por improbidade administrativa.
"O
objeto da apuração é de possível violação ao princípio da administração
pública, porque ele é secretário municipal e, concomitantemente, sócio
majoritário da empresa Consaúde Consultoria, Auditoria e Planejamento Ltda.,
que presta serviço para diversos municípios, confrontando a Lei Orgânica de São
Bernardo do Campo", disse a promotora Taciana Trevisoli Panagio.
Segundo
o "Diário do Grande ABC" e o "Correio Braziliense", o
inquérito civil público foi instaurado em setembro de 2013. A consultoria, que
pertence ao secretário desde 1997, presta serviços na área da saúde a várias
cidades do Estado de São Paulo, sobretudo em municípios sob a gestão petista,
como Ubatuba e Botucatu.
Procurada
pela Folha, a Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo (SP) não comentou a
investigação até o fechamento desta edição.
A
escolha de Chioro começou a ser sacramentada na semana passada. A presidente
tinha boas referências sobre a atuação do secretário quando de sua passagem
pelo Ministério da Saúde entre 2003 e 2005, no governo Lula.
À
época, Chioro dirigia o Departamento de Atenção Especializada do Ministério da
Saúde, onde foi responsável pela implementação do Samu (Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência).
Secretário
de Saúde em São Bernardo desde 2009, Chioro é formado em medicina e tem
doutorado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ele também foi
secretário de Saúde de São Vicente (SP), de 1993 a 1996.
Desde
2011, é presidente do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do
Estado de São Paulo).
Pesquisador
em diversas áreas, escreveu em 1996 um livro intitulado "Magnetismo,
Vitalismo e o Pensamento de Kardec", baseado nas teorias do espiritismo.
TERCEIRA VIA
Após
a formalização da escolha, Chioro almoçou com Padilha em uma sala privativa de
um badalado restaurante da capital federal.
Segundo
a Folha apurou, os dois podem acompanhar, juntos, a presidente Dilma em viagem
oficial a Cuba na semana que vem.
Outro
fator que contou a favor de Chioro foi a disputa entre Padilha e o ministro do
Desenvolvimento, Fernando Pimentel, pela indicação do futuro titular da saúde.
Ambos
queriam influenciar na escolha, mas, como é de costume quando há disputas do
gênero, Dilma optou por uma terceira via.
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