Aécio: Minas ficará a favor do Rio
Governador diz ter ‘alma carioca’. Serra vê ‘pecado mortal’ em fim de royalties
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB),disse ontem que a bancada mineira do Senado vai se posicionar a favor da manutenção dos royalties do Rio e do Espírito Santo.
Para o governador, “não pode haver qualquer perda de receita para os estados do Rio e do Espírito Santo no momento dessa discussão”. Segundo Aécio, que disse ter “alma carioca”, uma redistribuição dos recursos para outros estados deve ocorrer somente nos contratos ainda não licitados.
- No Senado, começa-se a compreender que não podemos punir o Estado do Rio e o Espírito Santo. A partir da preservação daquilo que hoje é de direito desses estados, nós devemos buscar uma repartição mais equilibrada, atendendo a todo o país. Defenderei essa posição. E a bancada mineira defenderá essa posição. Garanta-se o que o Rio já recebe até hoje, e a partir daqui, no futuro, faz-se uma distribuição com os outros estados - disse o governador, que esteve no Rio para uma reunião com a diretoria da Petrobras.
Também no Rio, o vice-presidente José Alencar defendeu que não haja prejuízos para o Rio e o Espírito Santo.
- Não podemos violentar os orçamentos do Rio e do Espírito Santo. Acredito que o Senado vai dar uma boa solução para isso - afirmou. – O Rio é amor de todos os brasileiros.
É das melhores coisas que Minas possui no coração.
Já o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), voltou a criticar ontem a emenda Ibsen: - Não se pode querer resolver um problema, que é beneficiar o conjunto do país com a produção de petróleo, e fechar as portas de dois estados e muitos municípios. De repente, tira-se R$ 7 bilhões de um estado. O projeto da Câmara tem esse pecado mortal.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, criticou a discussão sobre os royalties do petróleo: - O que temos de discutir é qual é a melhor maneira de explorar o petróleo. É a partilha mesmo? Essa lei que está propondo a criação da PetroSal é boa? É preciso discutir o modelo institucional que está sendo proposto.
Ministro: Olimpíadas são compromisso do Brasil O prefeito do Rio, Eduardo Paes, não acredita na aprovação da emenda Ibsen e fez projeções pessimistas para o futuro sem os recursos dos royalties: ? Sem os R$ 7 bilhões, nem as Olimpíadas nem nada acontece no Rio. Mas é tão sem nexo que não acredito que essa medida vá prosperar. Como vai ser a segurança, a saúde, a educação? A prefeitura vai ter de investir em função do estado? A prefeitura terá de fazer as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras)? Com relação às Olimpíadas, o ministro do Esporte,
Orlando Silva, disse ontem não acreditar na possibilidade de elas não serem no Rio, lembrando o evento é um compromisso não da cidade, mas do Brasil.
- Tenho a convicção de que o Senado vai corrigir a resolução da Câmara. Eu aposto no diálogo e no entendimento e creio que haverá uma correção para que Rio, Espírito Santo e São Paulo não sofram por terem em sua área geográfica uma riqueza tão importante para o Brasil. Mas tenho certeza de que não terá qualquer tipo de instabilidade na preparação para os Jogos Olímpicos, que são um compromisso do país. Os Jogos são na cidade do Rio de Janeiro, mas são um compromisso que o Brasil assumiu – afirmou o ministro.
Ele esteve com Paes na abertura do evento Conexão Rio Barcelona, no Palácio da Cidade.
O evento, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, discute a possibilidade de usar as Olimpíadas na revitalização da Zona Portuária.
Fonte: O Globo
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