Em 1986, fui à convenção estadual do PMDB, agitando a bandeira de Pimenta da Veiga e Carlos Cota para o governo de Minas. Fomos “tratorados” pelo grupo adversário e embalado no véu da ingenuidade, saí dali perplexo com a disparidade da disputa. Por semelhanças e afinidades dissidentes, nasceu o PSDB e dois anos depois já emplacava a Prefeitura de BH com Pimenta e Azeredo, elegendo, já em 1994, o Presidente da República.
Hoje, 23 anos se passaram e vejo um filme com o mesmo enredo e diferentes nuanças. Com Mário Covas em outra dimensão, o Pimenta abnegado de cargos eletivos e o Partido desprovido de uma militância com poder de decisão, o que se assiste é o predomínio da cúpula paulista, capitaneada por Fernando Henrique, José Serra e Geraldo Alkimim. Após o revezamento de dezesseis anos entre paulistas, vimos a oportunidade de um mineiro, sócio-fundador do Partido e o Governador mais bem avaliado do Brasil se esvair ter de retirar seu nome da disputa, certamente por avaliar que a estratégia adotada pelo grupo de São Paulo é equivocada, do ponto de vista das alianças e sabiamente coloca o bastão nas mãos de quem brinca com o tempo e joga com a paciência dos seus aliados.
Então pergunto: Onde está o “D” da democracia e o “B” de brasileira contidos na sigla PSDB? Se acima dos princípios estatutários da pluralidade e do poder de decisão dos filiados (prévias) está a hegemonia do maior estado da federação? Acredito que a opção feita pelo companheiro Aécio é a mais viável e de maior zona de conforto. Inclusive, favorece eventual candidatura do Prof. Anastasia. Entretanto, a história merece respeito. Seja a história do Partido, seja a história do Dr. Tancredo ou mesmo a história do próprio Aécio que sempre enfrentou semelhantes obstáculos em sua trajetória política.
Fica difícil vestir a camisa partidária quando se ouve o monólogo do venha a nós. Mas e o vosso reino? Noutras palavras, já fiz campanha para FHC, Serra e Alkimim, mas Minas não pode continuar na condição de fornecedora de Vices ou de permanente “cabo eleitoral”. Afinal, somos o segundo maior estado do país e vivemos um momento que nos credencia para reviver a era JK. Porém, revezando as iniciais do postulante da atualidade com uma vogal e uma consoante, ao invés de repetirmos duas consoantes. Isto sim é alternância de oportunidades e faz jus ao nome PSDB, o contrário equivale a sigla PSSP.
Um abraço reflexivo com votos de Feliz 2010 e até breve,
José Teixeira de Sousa Sobrinho
Membro do PSDB de Belo Horizonte
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