O dono oculto — O empréstimo sigiloso do BNDES para a construção
do porto cubano de Mariel ainda renderá muito pano para a manga. Os inquilinos
do Palácio do Planalto estão bastante preocupados com a repercussão negativa da
abusiva aventura cubana, tanto que o governo petista evita comentar o assunto.
Uma pesquisa telefônica deu ao investimento no porto cubano uma desaprovação
recorde, acima dos 85%. Ninguém no governo esperava por tamanha rejeição.
Em sua página no Facebook, seguida por mais
de 220 mil internautas, a presidente Dilma
Rousseff demorou
a se pronunciar sobre o tema e, ao fazê-lo, o resultado geral foi desastroso.
Quase cinco mil comentários, em sua maioria negativos. Segundo a postagem
presidencial, a reclamação seria coisa de quem «torce contra o Brasil». O
alerta vermelho está no volume máximo, sobretudo porque a oposição está prestes
a soltar a lista de obras que o governo Dilma não fez no Brasil.
Um discurso extraoficial entrou em circulação
em defesa da obra, contudo, mas os argumentos utilizados para conter as
críticas ao negócio obscuro têm a consistência de uma bolha de sabão.
Oficialmente, o BNDES transferiu US$ 682 milhões para a ditadura castrista
através da Odebrecht, que apenas construiu a obra, portanto, não é a dona do
empreendimento, ao que sabemos. Se a Odebrecht não é a dona do terminal de
Mariel, quem seria o dono?
Divulga-se que o custo total do porto cubano
seria de US$ 957 milhões, com o aporte de US$ 275 milhões do esquálido tesouro
cubano, fato que é improvável. O investimento público do regime cubano em obras
é praticamente zero desde 1959.
Se festejam, com ironia, que Dilma finalmente
inaugurou a sua primeira grande obra, infelizmente em Cuba, imagine o tamanho
da ironia cabível à primeira grande obra dos irmãos Castro em 55 anos de
tirania. Fidel deve ter ordenado a matança de todos os porquinhos mealheiros
dos primogênitos da “isla” para honrar o pagamento de US$ 275 milhões à
Odebrecht.
De acordo com o senador democrata Robert
Menendez, do estado norte-americano de New Jersey, o Clube de Paris, que
congrega 19 países desenvolvidos, anunciou que o calote cubano alcançou a
quantia de US$ 30 bilhões, em 2009. Tamanha dívida já está na famosa bacia das
almas. Portanto, Cuba é um país de credibilidade zero, sem crédito
internacional, nivelado às piores economias da África.
Por conta disso, os defensores do governo
chegaram ao ponto de afirmar que o porto cubano já se pagou. Como? Ninguém
sabe, ninguém explica. Não foram poucos os que estranharam o agradecimento de
Raúl Castro à presidenta Dilma “pela contribuição solidária”, durante a
inauguração da obra, enquanto Evo Morales limpava os dentes com os próprios
dedos e Nicolás Maduro esfregava os olhos com sono. Quando essa “contribuição
solidária» será paga não se sabe.
Em cálculos que não fecham essa conta, fora
de qualquer equação financeira, os defensores do negócio alegam que a operação
teria gerado US$ 802 milhões na compra de bens e serviços de 500 empresas no
Brasil, sem divulgar a lista das alegadas empresas.
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