Fonte:
Portal PSDB
O
presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva,
após reunião da executiva da legenda, nesta terça-feira (11), em Brasília
(DF). O senador respondeu a perguntas
sobre a reunião da Executiva nacional do partido; alianças regionais nas
eleições 2014; declarações da presidente Dilma Rousseff e de Rui Falcão,
presidente nacional do PT.
A seguir, a entrevista.
Sobre a Reunião da
Executiva.
Tivemos
uma decisão hoje, por unanimidade da Executiva nacional do partido, de que
todos os entendimentos estaduais, que estimulamos que ocorram, seja em relação
ao lançamento de candidaturas ou à formalização de coligações, terão que ser
validados pela aprovação da Executiva nacional do partido.
Isso,
de alguma forma, reforça o caráter nacional do PSDB, a prioridade que temos
hoje de buscar dar ao Brasil um modelo de governo alternativo a esse que está
aí, reforça nossa posição no campo nacional. Mas minha expectativa é de que
todos os impasses que eventualmente ocorram sejam resolvidos no entendimento,
no diálogo.
A
nossa preocupação certamente não é onde tem candidatos colocados, seja a
governador, seja ao Senado. Mas é uma cautela que devemos tomar em relação às
seções do partido onde não há um quadro definido e não há candidatura
majoritária colocada por parte do PSDB. Acho que o caráter de unanimidade que
essa decisão teve é uma demonstração que o partido está unido como nunca na
busca da viabilização do seu projeto nacional.
Como isso vai acontecer?
Os
entendimentos regionais têm que preservar, obviamente, o partido localmente.
Estou me referindo especificamente aonde não temos candidatos a governador.
Então vamos dividir em duas etapas: onde temos candidaturas a governo
colocadas, a questão está resolvida porque uma candidatura ao governo atende
claramente ao interesse da candidatura nacional.
Onde
não temos candidaturas majoritárias colocadas, temos que atender a dois
preceitos ou a duas especificidades. Uma delas a preservação da bancada do
partido, seja nas Assembleias, seja na Câmara Federal ou eventualmente no
Senado. E ao mesmo tempo não ser contraditória ao interesse nacional do
partido.
O
que não podemos é, em determinado estado atender, por exemplo, a viabilização
de uma coligação que eleja um deputado para o partido, mas que cause prejuízos
à campanha nacional porque eventualmente coligou-se a uma chapa que tem outros
candidatos.
Sobre palanques duplos.
Pensa em não aceitar?
Não
vamos violentar as soluções naturais. Em alguns casos, teremos coligações em
que, dentro dessa coligação, os membros de determinado partido farão campanha
para o seu candidato à Presidência e os membros do PSDB, e de partidos que
conosco estejam coligados nacionalmente, farão campanha para o candidato do
PSDB.
Sem
que haja impedimento de que ali, localmente, eles possam, por exemplo, estar
apoiando a mesma candidatura a governador, porque isso não é uma invenção, isso
é respeitar a lógica.
O
que não vamos admitir é que localmente quadros do PSDB de alguma forma apoiem
uma candidatura (nacional) de outro partido, até porque não existe essa
posição.
Há algum exemplo?
Esse
exemplo não existe.
Sobre a possibilidade de
PSDB e PSB dividirem palanque em algum estado.
Isso
vai acontecer em vários locais naturalmente. Vamos ter coligações. Minas pode
ser um exemplo desses, para ficar apenas no meu estado, que segue a
naturalidade de um entendimento que já existe há 10, 11 anos. Ali é natural que
ambos os partidos apoiem o mesmo candidato a governador, localmente.
E
dentro daquela coligação os deputados, por exemplo, do PSB, ou se eventualmente
tiver alguém do PSB na chapa majoritária, apoiarão o seu candidato. Isso vai
acontecer de forma inversa em outros locais. A violência seria outra.
A violência
seria se nós, que viemos construindo, por exemplo, em Minas Gerais, um projeto
até aqui para qual o PSB foi muito importante, chegasse e dissesse ‘agora não,
agora vocês vão em outro caminho, contra a continuidade do projeto que vocês
mesmo construíram’. Porque eles estão
dentro do governo, participam. Então, isso vai ser algo muito natural e o
governador Eduardo Campos concorda comigo.
Por que essa decisão
agora?
Porque
é o momento dela. Porque, em vários locais, é preciso que haja uma orientação
nacional. Na verdade, poderia se fazer amanhã uma intervenção se houvesse
alguma decisão contrária ao interesse nacional do partido. É uma medida
preventiva. É um sinal claro: o PSDB tem uma prioridade hoje, que supera todas
as outras, eleger o próximo presidente da República.
Mas pelo histórico das
últimas eleições presidenciais…
Acho
que em alguns lugares nós deixamos de fazer coligações na direção que poderia
ajudar mais fortemente a candidatura nacional. Não até por má vontade local,
exatamente por falta dessa coordenação que nós estamos fazendo agora com
razoável antecedência. Acho que esse é um fato novo. Nós estamos tendo a
oportunidade de fazer essa construção com um mínimo de estratégia e
racionalidade.
Sobre São Paulo.
Em
São Paulo a condução será do governador Geraldo Alckmin. Ninguém questiona, ao
contrário. Só de ter o nome do governador Geraldo Alckmin em São Paulo, a
situação do partido tá bem resolvida.
No Rio de Janeiro, por
exemplo, em que o partido pretende apoiar o Pezão, do PMDB, como é que vai
ficar o palanque?
Não
tem essa decisão, nem essa inclinação. É um estado ainda em aberto, mas não há
essa inclinação. Nem decisão. Vamos construir algo que interesse a candidatura
nacional do partido e preserve os nossos parlamentares. Essa é a regra. Não tem
uma decisão tomada ainda em relação ao Rio de Janeiro.
Sobre crítica feita ontem
pela presidente Dilma, que chamou adversários de “cara de pau”.
Foi
no mesmo evento em que participou o presidente do partido também, não é? Olha,
é lamentável que, em primeiro lugar, o presidente do partido que está no
governo redija um discurso de sete laudas e não dê uma palavra em relação, por
exemplo, à gravíssima crise de energia que assola o país e preocupa a todos os
brasileiros; ou uma palavra em respeito aos direitos trabalhistas dos médicos
cubanos, que nós defendemos; ou em relação, por exemplo, ao estado de
calamidade que tomou conta da Petrobras, que perdeu mais de 50% de seu valor de
mercado; ou sobre a crise de confiança que se abateu sobre o Brasil.
Absolutamente nada.
Nós
assistimos ali, de forma patética, uma sucessão de neologismos absolutamente
desencontrados, que remontam aos mais gloriosos tempos dos aloprados. Na
sequência devem vir aí mais alguns dossiês fajutos.
Infelizmente,
acho que o PT protagonizou não uma festa, um evento partidário, mas, eu diria
que inspirado talvez em Almodóvar, nós assistimos ali um partido à beira de uma
crise de nervos. E está muito cedo, para um partido que nós sabemos que está
preocupado com o cenário eleitoral, mostrar tanto desequilíbrio.
Em
relação às ofensas ou ao palavreado da presidente da República, a minha boa
formação mineira me impede de respondê-la no mesmo tom.
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