domingo, 21 de março de 2010

Aécio deixa o governo como referência de gestor público

Aécio Neves deixa o governo de Minas no próximo dia 31, depois de sete anos e três meses, com uma aprovação superior a 70% da população. De acordo com especialistas, a gestão do tucano é considerada um sucesso em termos de administração e planejamento. No entanto, o governo recebe também críticas em relação à área social e à concentração de investimentos na região metropolitana da capital. Mas, com êxitos e pontos questionáveis, a passagem de Aécio pelo Palácio da Liberdade já representa um marco histórico.

No aspecto administrativo, o atual governo é quase uma unanimidade entre os analistas ouvidos por O TEMPO. De acordo com o professor Pedro Paulo Pettersen, do departamento de Economia da PUC Minas, os avanços dos últimos sete anos permitiram ao Estado retomar o ritmo de investimentos.

"Houve melhorias nas contas públicas, na política fiscal e na diversificação da economia. Mas um dos pontos mais marcantes da gestão é o de que Aécio reinicia o ciclo de grandes obras para o Estado", disse.

Entre as iniciativas de Aécio, estão a Linha Verde, a construção da Cidade Administrativa e a duplicação da Antônio Carlos, em parceria com a prefeitura. No entanto, Pettersen chama a atenção que os grandes investimentos ficaram restritos à região metropolitana de Belo Horizonte.

"É preciso iniciar um processo para desconcentração desse movimento. O último esforço para desenvolver a Zona da Mata, por exemplo, foi a atração da Mercedes, ainda no governo Eduardo Azeredo (PSDB, de 1995 a 1998)", considerou.

Frágil. Outra queixa em relação ao governo Aécio é o volume de investimentos em programas sociais, considerado baixo - um dos questionamentos que a oposição deve fazer aos tucanos durante a campanha. Segundo o doutor em Ciências Sociais Rudá Ricci, o alcance dos projetos de transferência de renda ficou aquém do que o Estado poderia fazer.

"Em todas as áreas da política social você tem, sim, um programa, mas o índice de cobertura é muito baixo, atende apenas a algumas milhares de famílias", apontou o professor.

Ricci diz também que o setor de Educação em Minas ainda está longe de resultados ideais. Mas, para ele, a suposta carência não quer dizer que a gestão tenha fracassado.

"O Aécio resolveu arrumar primeiro a máquina para depois buscar resultados, e estava dando certo. O problema é que, quando ele buscou os resultados, a crise derrubou a arrecadação e os programas sociais foram afetados. Não dá para acertar em tudo de uma vez".

Fonte: Otempo

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