A ascensão do ex-diretor da Área Internacional
da Petrobras, Nestor Cerveró, à diretoria financeira da BR Distribuidora foi
questionada nesta quinta-feira, 20, pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). O
tucano afirmou que se havia conhecimento da presidente Dilma Rousseff sobre
irregularidades técnicas de Cerveró, avaliador da aquisição irregular de
Refinaria em Pasadena (EUA), o executivo deveria ter sido "afastado da
vida pública".
O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta
quarta-feira, 19, reportagem informando que "documentos inéditos mostram
que Dilma Rousseff votou em 2006, quando era ministra e presidia o Conselho de
Administração da Petrobras, a favor da compra de 50% da refinaria de Pasadena,
nos EUA" e que ao justificar a decisão, disse que só apoiou a medida porque
recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e
juridicamente falho".
A Petrobras acabou desembolsando US$ 1,18
bilhão na operação. A compra é investigada por Polícia Federal, Tribunal de
Contas da União e Congresso por suspeitas de faturamento e evasão de divisas,
informa a reportagem.
O
"resumo executivo" sobre o negócio Pasadena foi elaborado em 2006
pela diretoria internacional da Petrobras, então comandada por Cerveró, que
defendia a compra da refinaria como medida para expandir a capacidade de refino
no exterior e melhorar a qualidade dos derivados de petróleo brasileiros.
Conforme o jornal revelou na edição desta quinta que Cerveró, responsável pelo
parecer "falho", viajou de férias.
"O
cidadão que é acusado pela nota da Presidência da República de ter sido
responsável por levá-la (Dilma) a um equívoco foi promovido nesse
governo", disse. A declaração foi dada após o senador tomar conhecimento
de que, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, Cerveró viajou em
férias à Europa.
"Se houve um encaminhamento do qual ela
(Dilma) não tinha conhecimento e se isso foi feito por má-fé, o encaminhamento
tinha de ser a punição exemplar de quem fez isso. Se foi por negligência de
quem fez esse encaminhamento, segundo ela, que não trouxe o conjunto dos dados,
no mínimo teria que ser afastado da vida pública", afirmou o senador.
Aécio
disse que irá apresentar um requerimento para a criação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias. O senador convocou
a base aliada para integrar o grupo de trabalho, apelando para a distensão
entre PT e PMDB na Câmara. "Vamos, na próxima terça-feira, nos reunir à
oposição no Congresso Nacional para construir um grande esforço para que
possamos ter a CPI da Petrobras", indicou.
Fonte: Portal UAI
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