terça-feira, 9 de dezembro de 2014

68% dos brasileiros responsabilizam Dilma por corrupção

De cada dez brasileiros, sete acham que a presidente Dilma Rousseff tem alguma responsabilidade no escândalo da Petrobras, envolvendo empreiteiras e políticos. É o que mostra pesquisa Datafolha realizada em 2 e 3 de dezembro com 2.896 entrevistas.

Apesar disso, as revelações da Operação Lava Jato não provocaram alteração relevante em sua imagem.

Para 42%, a gestão Dilma é boa ou ótima. É a mesma taxa de 21 de outubro, quando, no final da eleição-- com propaganda diária na TV--, ela atingiu seu melhor patamar desde junho de 2013.

Já a desaprovação sofreu leve mudança: eram 20% os que julgavam Dilma ruim ou péssima, são 24% agora. A margem de erro é de dois pontos.

A petista chega à véspera do início de seu segundo mandato com 50% do eleitorado achando que ela fará um bom governo daqui para frente.

O patamar é 23 pontos menor que o observado antes da posse de 2011, porém melhor que o do tucano Fernando Henrique Cardoso na véspera de seu segundo mandato, em 1998 (41%). O Datafolha não fez essa pergunta antes da segunda posse de Lula.

Outros dados dão pistas sobre a razão da imobilidade da popularidade de Dilma apesar da associação de seu nome com o caso Petrobras.

A preocupação com a corrupção tem caído. Em junho, era o principal problema do país para 14%. Agora, para apenas 9%. Saúde segue líder desse ranking com 43% das citações; seguida de violência/segurança, com 18%.

Além disso, 40% acham que nunca houve tanta punição aos corruptos como hoje.

Folha de São Paulo 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Violência nos estádios será debatida na Assembleia

A violência nos estádios de futebol vem assolando o Brasil nos últimos anos e em Belo Horizonte não tem sido diferente. Só nos últimos clássicos entre Cruzeiro e Atlético, diversos casos de confusões envolvendo torcedores foram registrados. 
E para debater esse assunto, as Comissões de Segurança Pública e de Esporte, Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa (ALMG), vão realizar uma audiência conjunta, na próxima segunda-feira, dia 10 de novembro.
Para a reunião foram convidados o presidente do Atlético, Alexandre Kalil; do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares e do América, Afonso Celso Raso. Além disso, também foram chamados o diretor-presidente do Minas Arena – administradora do Mineirão - Sérgio Guimarães Gomes e o gerente operacional da BWA – que gerencia o Independência- Helber Gurgel Carneiro.
Além da violência nos estádios, a falta de policiamento nas principais arenas de BH também será debatida na audiência. Após o duelo entre Atlético e Flamengo, na segunda partida da semifinal da Copa do Brasil, que aconteceu na última quarta-feira, no Mineirão, mais de 80 torcedores do time carioca e alguns cruzeirenses foram detidos por causarem confusão nos arredores do estádio.  
Por causa dos recentes episódios de confusões nos clássicos entre Galo e Cruzeiro, as diretorias dos dois clubes optaram por realizar os jogos da final da Copa do Brasil com torcida única.
A audiência será às 9h, no Auditório da Assembleia Legislativa.

O TempoParte superior do formulário

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Rodovias Federais pioraram no governo Dilma

Pioraram, no governo Dilma Rousseff, os indicadores de qualidade da malha rodoviária brasileira, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2014. Houve pouco investimento, deterioração das condições de segurança e aumento do número - de 219, em 2011, para 289, em 2014 - de pontos críticos, tais como cruzamentos entre rodovias e ferrovias no mesmo nível, pontes caídas, queda de barreiras, presença de máquinas em operação nas pistas e buracos grandes.

Se as rodovias brasileiras fossem todas boas ou ótimas, o País teria economizado R$ 1,79 bilhão em 2014, calcula o diretor da Confederação Nacional dos Transportes Bruno Batista.

Nos últimos 10 anos, o número de veículos em circulação cresceu 122% e a extensão das rodovias pavimentadas, apenas 13,8%, segundo o levantamento. Entre 2010 e 2014, o número de quilômetros pavimentados avançou apenas 5,6%. Como o volume de tráfego aumentou mais, as rodovias ficaram mais perigosas, exigindo mais dos motoristas.


De um total de 203,5 mil km de rodovias pavimentadas e de 1,69 milhão de km que formam a malha brasileira, a pesquisa abrangeu 98,4 mil km - mas só 32,4% estavam em perfeitas condições de rodagem. Nos 18,9 mil km sob concessão privada, 14,3 mil km (75,7%) registravam condições ótimas ou boas, mais que o dobro do porcentual registrado pelas estradas sob gestão pública (34,7%).

Em 2013, apenas 4,4 mil km de estradas federais foram licitados e passaram à administração privada, mas não houve tempo suficiente para uma expressiva ampliação de investimentos. 

As rodovias são responsáveis por mais de 60% do transporte de carga no País. Viabilizam o deslocamento das safras de grãos colhidas principalmente na Região Centro-Oeste para os grandes portos do Sudeste e do Sul. Delas depende, portanto, parte do gigantesco superávit do agronegócio brasileiro, superior a US$ 80 bilhões no ano passado. De boas rodovias também depende a competitividade dos produtos brasileiros exportados, mas a CNT calcula que o mau estado das rodovias eleve em 26% o custo do transporte.

Daí a importância do levantamento anual da CNT sobre o estado das rodovias e os problemas enfrentados por quem se vale delas tanto para se deslocar até o trabalho, a escola ou os centros de lazer como para transportar bens. Qualidade do pavimento, da sinalização, da estrutura de apoio, da geometria das vias, das curvas e dos acostamentos é bem mais do que estatística.

Fonte: Estado de S. Paulo 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Inflação em 12 meses passa teto da meta e é a maior em quase 3 anos


Publicado no Portal UOL – 08/10/14
A inflação acumulada nos últimos 12 meses até setembro atingiu 6,75% e ultrapassou o teto da meta do governo, que é de 6,5%. É o maior valor desde outubro de 2011, quando a inflação acumulada em 12 meses estava em 6,97%.
O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5%, mas há uma tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
A inflação subiu 0,57% em setembro, mais que o dobro dos 0,25% de agosto.
No acumulado do ano, a alta dos preços é de 4,61%, acima dos 3,79% acumulados em igual período de 2013.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foi divulgado nesta quarta-feira (8).
Alimentos voltam a subir, principalmente a carne; passagens aéreas sobem 17,85%

A inflação em setembro foi puxada, principalmente, pelos preços dos alimentos, que tiveram alta de 0,78% após três meses de queda.
Nos últimos três meses, os preços deste grupo vinham caindo: em julho e agosto, o recuo tinha sido de 0,15%; em junho, a baixa foi de 0,11%. 
O que mais pesou no bolso do consumidor em setembro foi a alta no preço da carne, que chegou a 3,17% na média nacional. Foi o item com maior impacto no resultado geral do grupo.
O preço dos transportes registrou alta de 0,63% em setembro, depois de ter subido 0,33% em agosto. O preço das passagens aéreas subiu 17,85% e pesou no resultado geral.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos. A pesquisa é feita em dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para o cálculo do índice de setembro foram comparados os preços coletados no período de 29 de agosto a 29 de setembro de 2014 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de julho a 28 de agosto de 2014 (base).
INPC sobe 0,49% em setembro

A inflação para as famílias de mais baixa renda, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), subiu 0,49% em setembro, mais do que em agosto, quando tinha avançado 0,18%.
Com isso, a variação no ano até agora foi para 4,62%. Em 12 meses, o INPC acumulado está em 6,59%. 
O índice se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ronaldo Fenômeno: “Aécio é a melhor opção”

Ao acompanhar o candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, durante visita à Central Única das Favelas (Cufa), no Rio de Janeiro, o ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, o Fenômeno, disse, neste domingo (14/09), que “o Brasil está cansado dessa sequência de escândalos, de corrupção”. O ex-atleta afirmou que Aécio representa a mudança tão desejada pela sociedade brasileira.

 “A gente tem que ter mudança, e o Aécio é a melhor opção, ele tem meu voto e a minha confiança”, afirmou Ronaldo.  “O Brasil está conhecendo ele, que é um cara que eu conheço há muitos anos e que apoio”, acrescentou ele, que brincou de jogar capoeira com Aécio. Ambos assistiram a uma apresentação de street dance.

Aécio retribuiu o apoio de Ronaldo afirmando que ele é “motivo de enorme orgulho”, por sua origem, sua história de sucesso e a colaboração que presta às ações sociais da Cufa.

“Essa é a grande parceria. Vamos sair dessa coisa formal e protocolar: governantes de um lado e povo do outro. Eu quero subir a favela com serviços de qualidade e com qualificação. E quero ver o sorriso dessa rapaziada cada vez maior”, ressaltou o candidato.

Depois, Aécio e Ronaldo seguiram para o Leblon, onde foram até um quiosque no calçadão, tomaram água de coco, cumprimentaram eleitores e tiraram fotos. Aécio conversou com simpatizantes e deu uma volta no calçadão.


Campanha

O ex-jogador disse que já estava em campanha por votos ao candidato. “Estou convencendo meus fãs e meus amigos e quero convencer a todos que o Aécio é a melhor opção”, ressaltou ele.

Questionado sobre o que diz para quem pensa em votar em adversários de Aécio, Ronaldo afirmou que as pessoas precisam conhecer melhor o perfil do candidato da Coligação Muda Brasil.  

“Acho que essa informação tem que correr às ruas, para que as pessoas mudem seu voto e que tenha a melhor opção que é o meu amigo, o Aécio”, afirmou o ex-jogador. “Vou fazer o possível para que a gente possa ter a virada.”

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A mais nova ameaça


Coluna da jornalista Míriam Leitão

A economia está sem ministro da Fazenda, em crise, com os mais importantes economistas rebelados contra o Banco Central, e uma agência de risco pondo a nota do país em perspectiva negativa. Nada disso é por acaso ou fruto da natural efervescência eleitoral. A situação está grave mesmo e, como tenho dito aqui, não por causa do mundo, mas por erros cometidos internamente.

Tudo o que envolve o abaixo-assinado contra o Banco Central é fato inédito. Mesmo em um governo que tem o hábito de culpar o mensageiro pelos alertas sobre os riscos que o país enfrenta, o Banco Central se mantinha como um oásis de sensatez, local que preferia usar os argumentos para convencer seus críticos. Mas, no caso do economista Alexandre Schwartsmann, a decisão foi de entrar na Justiça contra o crítico.

Entre os que protestaram contra a atitude do BC estão desde ex-presidentes do órgão em governos diferentes, até economistas que ocuparam cargos na diretoria em períodos em que o PT já dirigia o país. Ontem, após a pressão, o BC desistiu de recorrer da ação.

A maneira como foi conduzido o episódio do lay-off do ministro da Fazenda acabou se transformando em um movimento com dois resultados negativos. Primeiro, o país, numa situação difícil, tem agora um ministro completamente desacreditado no cargo.

Ele ficará lá contando o tempo para sair e ainda faltam quase quatro meses para o fim do mandato. Segundo, a vantagem que se teria com a mudança no Ministério da Fazenda, que é infundir confiança de que os erros da política econômica seriam corrigidos, foi anulada quando a presidente Dilma disse que Guido Mantega só sairá porque quer.

Ou seja, não é um movimento que indica que num segundo mandato — se eventualmente ela o receber das urnas — haja uma correção de rumos. E o país precisa é dessa correção, antes que seja tarde.

O alerta de ontem da Moody’s foi um movimento menos eloquente do que o feito pela Standard & Poor’s em março. A S&P rebaixou a nota do Brasil alertando que estava acontecendo o que os meses seguintes confirmaram: baixo crescimento e deterioração fiscal.
A Moody’s, que na época manteve a perspectiva, agora a trocou para negativa. Não é um rebaixamento, mas um aviso de que pode vir a tomar essa decisão. Seja como for, uma agência rebaixou a nota e a outra disse que pode fazê-lo. 

Por menos que gostemos das classificadoras de riscos — e por mais que saibamos dos erros que elas cometeram — a alocação de recursos dos grandes fundos de investimento são determinados por essas notas; e o custo dos empréstimos dos entes públicos e privados do Brasil também é determinado pela nota. Pela S&P, o Brasil está apenas um degrau acima da linha que separa o grau de investimento do grau especulativo.

Parte da reação da economia virá se melhorar o grau de confiança em que os problemas serão enfrentados e superados. Por isso, o eleito este ano, mesmo sendo a atual presidente, deve usar bem a força das urnas. Elas dão à pessoa eleita, mesmo que já esteja no poder, a chance de aproveitar a lua de mel e anunciar medidas que recuperem a confiança.

Quem mais precisa convencer que mudará é sempre quem já está no poder, por isso a presidente Dilma desperdiçou uma bala na agulha quando avisou, na hora errada, que tiraria o ministro e, dias depois, para se corrigir, disse que ele só sai porque quer. O que se quer é que o país saia da situação de estagnação com inflação alta, piora do quadro fiscal e déficit em transações correntes.

Levar a atual política às “últimas consequências”, como o ministro Mantega disse que a presidente Dilma fará, não é promessa. É ameaça.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O Mensalão 2


No Brasil da era PT, tornou-se difícil saber onde começa e onde termina o mar de corrupção. A única certeza é que, enquanto o mesmo time se mantiver no comando do país, o surgimento de novos e mais escabrosos casos é apenas questão de tempo. O escândalo da hora é sempre pior que aquele que o antecedeu.

O partido que se notabilizou por institucionalizar a compra de votos como método de governabilidade também se destaca por ter transformado o mensalão numa prática permanente. O que muda é o caixa de onde saem os recursos para irrigar bolsos dispostos a vender apoio político: são cada vez mais polpudos.

Estamos agora diante do que se pode chamar de “mensalão 2”: a sangria de dinheiro da Petrobras para remunerar uma imensa e escusa rede de sustentação ao governo do PT no Congresso. Pelo pouco que já se sabe, ministros de Estado, governadores, senadores e deputados estão na lista da grossa propina. Deve haver muito mais.

As revelações foram feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e divulgadas pela edição da revista Veja desta semana. Preso em março, depois solto e novamente encarcerado em junho, ele decidiu entregar nomes de quem se beneficiou de esquema que, calcula-se, pode ter lesado os cofres públicos em R$ 10 bilhões nos últimos anos.

Pelo que Costa afirmou, a rede de corrupção era alimentada com o equivalente a 3% do valor dos contratos que a área que ele comandou fechava. Se considerados apenas os investimentos realizados pela diretoria de Abastecimento, daria R$ 3,4 bilhões, num cálculo linear feito pelo Valor Econômico com base nos balanços da estatal entre 2004 e 2012.

A consequência política e eleitoral é cristalina: neste período, a candidata-presidente Dilma Rousseff foi a figura de proa da Petrobras. Como ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, como presidente do Conselho de Administração da estatal e como presidente da República. O mensalão 2 é obra de Dilma e do PT, assim como o mensalão 1 foi obra de Lula e seus 40 réus.

Assim como seu tutor, a atual presidente insiste em dizer que nada sabia e que, enquanto comandou a administração da Petrobras, suas decisões mais importantes foram tomadas com base em documentos falhos. Será que ela acha que isso é abonador?

Agora, confrontada com as novas revelações, diz que “não lançam suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado”. Das duas, duas: Dilma é conivente com malfeitos que se acumulam em seu governo e age de forma temerária ao comandar o país. Tanto numa hipótese quanto na outra, a conclusão é uma só: não merece continuar por mais quatro anos assistindo impassível ao mar de lama avançar.

Fonte: ITV

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Planilhas revelam contabilidade dos ‘mensaleiros’ de Ipatinga


Publicado no jornal Hoje em Dia – 02-09-14

A quadrilha acusada de montar o “mensalão” do “Minha Casa, Minha Vida” em Ipatinga, no Vale do Aço, contabilizava em cadernos o pagamento das taxas exigidas de possíveis beneficiários do programa federal e cobrava dinheiro até de desempregados. É o que revelam planilhas apreendidas pela Polícia Civil na sede da Associação Habitacional de Ipatinga e depoimentos de testemunhas, aos quais o Hoje em Dia teve acesso.

Seis pessoas foram indiciadas, entre elas o vereador Saulo Manoel da Silveira e a presidente do PT municipal, Uzânia Aparecida Gomes, que também é chefe de gabinete do parlamentar. Nenhum dos seis indiciados soube informar, em depoimento, como era contabilizado o dinheiro arrecadado. A Polícia apreendeu, em maio deste ano, cadernos com informações bancárias (número da conta, banco e CPF) dos acusados.

Policiais recolheram computadores, pendrive e documentos da sede da Associação Habitacional de Ipatinga. Em cadernos, a quadrilha contabilizava o pagamento feito pelos possíveis beneficiários. Era anotado o nome da pessoa e “PG” ou “OK” com o valor escrito ao lado. De acordo com o inquérito policial, as anotações comprovam o pagamento de taxas por postulantes a unidades do “Minha Casa, Minha Vida”.

Segundo a acusação, o vereador e sua equipe promoviam reuniões mensais em diversos bairros da cidade com a finalidade de inscrever possíveis beneficiários para receber um apartamento por meio do programa federal. Para que tivessem os nomes na lista, as pessoas tinham que pagar entre R$ 3 e R$ 10 por mês, sempre durante as reuniões.

No material apreendido pela Polícia, há sínteses de valores arrecadados nos encontros. Em um caderno, por exemplo, é contabilizado quanto renderam as reuniões em 13 bairros diferentes. Os 13 encontros, feitos no mesmo mês, possibilitaram a arrecadação de R$ 1,5 mil. Tudo era anotado à mão, de forma grosseira.

Bolsa

Policiais infiltrados conseguiram gravar uma reunião em que foi feita a cobrança. Eles frequentaram diversos encontros. Na maior parte deles, de acordo com o relato dos investigadores, os indiciados pediam que as pessoas desligassem os aparelhos celulares. Também pediam atenção para a entrada de desconhecidos nos recintos. As reuniões aconteciam, em grande parte, em escolas estaduais, cedidas à Associação Habitacional.

De acordo com testemunhas e com os policiais infiltrados, antes das reuniões, uma pessoa ficava na porta das salas com uma bolsa ou sacola. Ela recolhia o dinheiro e somente depois do pagamento autorizava a entrada do possível beneficiário.

“Que uma das voluntárias fica com uma bolsa onde o dinheiro das taxas é guardado; que há uma orientação para que, se aparecer na reunião alguma pessoa diferente, bem vestida, a voluntária que está com a bolsa deverá fechá-la e sair do local”, afirmou uma testemunha.

PONTO A PONTO

- O programa “Minha Casa, Minha Vida” é federal e consiste no financiamento de imóveis pela Caixa.

 - Na modalidade “Entidades”, a União firma parceria com entidades sem fins lucrativos para viabilizar o programa. As entidades têm que elaborar lista de possíveis beneficiários.

 - As entidades têm que seguir critérios estabelecidos pela Caixa. Um deles é ter renda familiar bruta de até R$ 1.600.

 - Em Ipatinga, a Associação Habitacional promove reuniões mensais em cada bairro que possui população de baixa renda. Nestas reuniões, cobra uma taxa para que os postulantes possam compor a lista. O esquema perdura há mais de dez anos.

 - Testemunhas relataram ainda que, além da taxa, são obrigadas a trabalhar gratuitamente em campanhas eleitorais do vereador Saulo Manoel (PT).

 - A Polícia pediu a prisão do vereador e de outras cinco pessoas ligadas a ele. As acusações são de improbidade administrativa, abuso de poder econômico, compra de votos, captação ilícita de sufrágio, concussão, em concurso material de crimes, e associação criminosa. Somadas, as penas ultrapassam dez anos de detenção.

Esquema não poupava nem desempregados

O esquema montado pela quadrilha em Ipatinga, segundo a Polícia Civil, era de fácil manipulação porque os indiciados são suspeitos de ludibriar pessoas humildes, de baixa renda, e até desempregados. Para as autoridades, essas pessoas realmente têm condições de serem inscritas no programa “Minha Casa, Minha Vida”, cujo pré-requisito é rendimento familiar bruto de até R$ 1,6 mil.

“Ressalte-se o fato de se tratar de pessoas bastante humildes, que, certamente, tem bastante necessidade do dinheiro que estão deixando nas reuniões, iludidas com a informação de que receberão o imóvel se pagarem as taxas, e ameaçadas de jamais receberem, se não pagarem. Tratam-se de pessoas facilmente enganáveis!”, diz um trecho do inquérito que pede a prisão dos envolvidos.

Em depoimento, uma das testemunhas revela que estava desempregada, mas, mesmo assim, não foi poupada. “Que questionou se o fato de uma pessoa estar desempregada, ser viúva, mãe solteira e responsável por sustentar a própria casa não seriam casos de preferência para o recebimento do imóvel e a também investigada Penha (tratando-se de Penha Marta Bandeira de Pádua) afirmou que a única coisa que importa é a frequência, a contribuição e o tempo de espera”, disse uma das testemunhas. Ela afirmou estar há cinco anos na fila.

Penha foi assessora de Saulo Manoel e ocupa cargo na administração municipal. Ela não foi encontrada para falar sobre a denúncia.

A reportagem entrou em contato com o vereador Saulo Manoel (PT), apontado como líder do esquema criminoso. Ele mandou dizer que estava “tomando banho” e pediu para retornar a ligação em alguns minutos, porém, não atendeu mais o telefone. A reportagem tentou falar com Uzânia Aparecida Gomes, presidente do PT municipal, também sem sucesso.

A Câmara de Ipatinga poderá abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito para avaliar possível cassação de Saulo Manoel.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Juro cobrado é o maior desde 2011

Nem mesmo a interrupção do processo de alta dos juros básicos por parte do Banco Central, que levou as instituições financeiras a pagarem menos pelos recursos captados no mercado financeiro, impediu os bancos de cobrarem juros maiores dos seus clientes pessoas físicas e empresas.

Segundo números divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (26), a taxa média de juros cobrada das famílias pelos bancos subiu pelo sétimo mês seguido em julho, para 43,2% ao ano.

E atingiu, novamente, o maior patamar desde que o Banco Central começou a divulgar esses dados, em março de 2011. Em junho, a taxa estava em 43% ao ano. 


Desde março deste ano, quando o BC deu as primeiras sinalizações que poderia interromper o processo de alta dos juros básicos da economia, o que já gerou reflexo na curva de juros (usada como base para o quanto os bancos pagam pelos recursos), a taxa de captação dos bancos, que estava em 12,5% ao ano, recuou para 11,5% ao ano (patamar de julho), ou seja, uma queda de um ponto percentual.

Mesmo assim, as instituições financeiras continuaram subindo os juros cobrados das pessoas físicas e das empresas. Em março deste ano, a taxa cobrada das pessoas físicas, nas operações com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), estava em 41,6% ao ano, passando para 43,2% ao ano em julho deste ano – um aumento de 1,6 ponto percentual.

Spread bancário sobe

O aumento dos juros bancários com intensidade maior que a alta da taxa básica, e o não repasse do corte da taxa de captação nos últimos meses, gerou o aumento do chamado spread bancário, a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram dos clientes.

O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Em abril do ano passado, antes do início do processo de alta dos juros básicos da economia, o spread bancário nas operações com pessoas físicas estava em 25,4 pontos percentuais. Em junho deste ano, já estava em 31,3 pontos percentuais, passando para 31,7 pontos percentuais em julho – o maior valor da série histórica do BC, que começa em março de 2011.

Taxa média de empresas e geral

No caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados recursos livres, a taxa média subiu de 22,6% ao ano em junho para 23,1% ao ano em julho – o maior patamar desde março deste ano. Já a taxa média geral de todas as operações com recursos livres (pessoas físicas e empresas) subiu de 32% ao ano em junho para 32,3% ao ano em julho, o maior nível desde fevereiro de 2012, quando estava em 32,5% ao ano.

Publicado no G1 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O modelo Mandrake de gestão

Os atrasos tornaram-se a principal marca do atual governo. Em se tratando de obras, estão por toda parte, em especial no programa que deveria acelerar o crescimento, mas fez mesmo foi levar o Brasil ao atoleiro.

Atrasar tornou-se agora, também, a forma encontrada pelos petistas para gerir o Orçamento da União e tentar evitar descontrole ainda maior das contas públicas. A criatividade – que nos aspectos da vida cotidiana é uma qualidade – tornou-se prática corrente para cuidar da contabilidade e burlar a boa gestão.

Os problemas deixaram, há muito tempo, de ser questões técnicas e agora ameaçam afetar a vida dos brasileiros comuns. A manipulação começa a alcançar dinheiro que vai para o pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família, o seguro-desemprego e o abono salarial. A tunga é ampla, geral e irrestrita.

Nas últimas semanas, quase diariamente, têm sido revelados casos de atrasos nos repasses de recursos por parte do Tesouro para instituições como a Caixa (responsável pelo pagamento de benefícios sociais), o Banco do Brasil (que opera o crédito agrícola) e o BNDES (que cuida de financiamentos). Até pagamentos do PAC entraram na dança.

Estima-se que o montante envolvido já alcance R$ 30 bilhões. Dividendos de estatais também são manipulados a bel-prazer como forma de fazer caixa e tentar conter o rombo fiscal. Nem assim, porém, tem funcionado: segundo o registrado no primeiro semestre, o superávit fiscal está hoje no menor patamar desde 2000.

Nos seis primeiros meses deste ano – o resultado de julho sai nesta semana – o saldo de caixa produzido pelo governo representou apenas metade do registrado no mesmo período de 2013. Transcorrido metade do ano, somente 21% da meta estipulada para 2014 foi alcançada. E o governo ainda jura que cumprirá o que prometeu...

A prática de maquiar dados e atrasar repasses, contudo, não é recente. Desde que as contas públicas entraram em franco desalinho, logo no início da gestão da presidente Dilma Rousseff, tem sido assim. Mandrake, o mágico herói das velhas histórias em quadrinhos, tornou-se modelo de gestor público no governo da petista.

Há hoje uma tremenda caixa-preta envolvendo as contas nacionais. Ninguém sabe ao certo o tamanho dos rombos, ninguém pode afirmar ao certo a dimensão das dívidas nem a real condição das receitas. A atual gestão – e não só a fiscal – é uma colcha de retalhos de truques, remendos, artifícios e manobras.

Cuidar bem do dinheiro público, aplicá-lo corretamente e prestar contas do que é feito é a única forma correta de atender o cidadão, fornecer-lhe os benefícios que tem direito e fazer retornar o que ele paga em tributos. Quem não faz assim está simplesmente nos roubando. 


Fonte: ITV

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Minas conquistou a melhor educação básica com Aécio Neves

Crianças e jovens de Minas Gerais passaram a ter uma perspectiva melhor de futuro por meio da educação. Ao longo dos últimos 12 anos, um conjunto de ações adotado pelo Governo do Estado gerou resultados extremamente positivos, conforme apontam especialistas na área, pais e alunos da rede estadual de ensino. 

O saldo desse trabalho sério e eficiente implantado por Aécio Neves, em 2003, é constatado pelos principais indicadores, que mostram que Minas possui a melhor educação básica do país nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Mais do que somente números e índices, são resultados que mudaram a vida de alunos como Tiago Gonçalves, da Escola Estadual Duque de Caxias, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, um exemplo prático das melhorias da educação em Minas. 

Em 2009, a escola conquistou resultado excepcional no Ideb (7,5) e ficou em primeiro lugar entre as escolas estaduais da Região Metropolitana de BH. Em 2011, seu índice subiu para 7,7 e foi campeã de novo.

A mãe de Tiago, Elizete Gonçalves, afirma que a evolução da escola abriu uma nova perspectiva para o futuro do seu filho. “A escola vem melhorando a cada ano e estou muito satisfeita com o aprendizado do Tiago. Lá ele tem o apoio dos professores e da direção. Ele está bem assistido, está tendo uma boa base para o futuro, é como se fosse o alicerce de uma casa.  Então, ele está bem preparado”, comemora. 

Acima da média

Esses avanços não foram verificados apenas na Escola Estadual Duque de Caxias. Em 2011, Minas ficou em primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação, superando estados como Santa Catarina e São Paulo. A rede mineira foi a primeira e única do Brasil a alcançar nota 6 no Ideb, recomendada como padrão de qualidade, inclusive em países europeus, e superior ao Ideb nacional (5).

No Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb), também do Ministério da Educação, o Estado ficou em primeiro lugar no ranking nacional em português e matemática, as duas disciplinas avaliadas, no 5º e 9º anos do ensino fundamental.

“A educação de Minas Gerais está muito acima da média. Minas está entre os dois ou três estados brasileiros com resultados melhores nos testes, como IDEB e Prova Brasil”, afirma o economista Cláudio Moura e Castro, pesquisador em educação.

O bom desempenho, de acordo com o especialista, está relacionado à forma como o governo mineiro vem tratando a Educação nos últimos anos. “A educação melhora quando se tenta fazer a mesma coisa, certa, durante um período longo de tempo. Minas está na frente porque não houve flutuações na orientação da educação do Estado”, define, apontando o aperfeiçoamento dos mecanismos de avaliação com um ponto importante.

Para o candidato da coligação Muda Brasil à Presidência, Aécio Neves, que governou Minas Gerais entre 2003 e 2010, esse modelo deverá ser replicado nacionalmente. A educação mineira, segundo Aécio, é uma referência para o projeto de transformar a Educação no país, (hoje em 75º lugar no quesito qualidade, conforme enquete internacional que avaliou 77 países).

“Governei por oito anos um dos mais populosos estados brasileiros, não o mais rico, nem o mais homogêneo, que é Minas Gerais, e conseguimos levar Minas a ter a melhor educação fundamental do Brasil. Isso foi possível com avaliação, com métodos, premiando aqueles que apresentam melhores resultados”, afirma o candidato.

Inovação e meritocracia

Os níveis positivos alcançados, não só na educação como em outras áreas do Estado, têm sua base na adoção, pelo Estado, de sistemas de avaliações de desempenho e programas de meritocracia, além da implantação de ações inovadoras, suporte permanente às escolas e valorização dos profissionais.

Em 2004, Minas Gerais foi pioneira, por exemplo, ao colocar crianças de seis anos na escola, ampliando de oito para nove anos a duração do ensino fundamental. Outra ação que contribuiu com os resultados atuais foi o desenvolvimento, desde 2007, do Programa de Intervenção Pedagógica (PIP), nas escolas estaduais do Estado.

Para garantir bons resultados para os alunos do ensino fundamental, as unidades são acompanhadas permanentemente para orientar o plano pedagógico, propor estratégias de intervenção e apoiar professores e alunos. Os resultados são expressivos. De 2006 a 2013, o índice de alunos no nível recomendável de alfabetização e compreensão de texto nas escolas estaduais quase dobrou, de 48,6% para 92,3% do total.  

Valorização dos servidores de ensino

A valorização dos profissionais é outro ponto fundamental, por meio da remuneração e ações de capacitação. Um professor da rede estadual de Minas (com licenciatura plena, nível exigido para ingressar na carreira) tem um salário de R$ 1.455,30 para uma jornada de 24 horas semanais. Esse valor é, proporcionalmente, 42,93% superior ao piso nacional estabelecido pelo Ministério da Educação para uma jornada de 40 horas semanais.

As escolas contam com metas anuais de desempenho, o que estimula a busca por resultados. Dependendo do cumprimento das metas em cada escola, os professores e diretores podem ganhar até um salário a mais por ano.

Qualidade Comprovada

Minas Tem o melhor desempenho nos anos iniciais do Ensino Fundamental – Resultados do IDEB 2011
1º - Minas Gerais – 6,0
2º - Santa Catarina – 5,7
3º - Distrito Federal – 5,4
4º - São Paulo – 5,4
Brasil – 5,1

Instituições que acompanham o desempenho da educação no país, atestam a qualidade do ensino na rede estadual de Minas:

Movimento Todos pela Educação – Minas em 1º lugar em Matemática e 2º lugar em português entre os estados, no documento “De Olho nas Metas”, que avaliou alunos do 5º ano do Ensino Fundamental nas duas matérias.

Fundação Lemann – Minas concentra a maioria das escolas brasileiras, entre aquelas que atendem a alunos de baixo nível socioeconômico, que ofertam ensino de qualidade. Foram selecionadas 215 escolas públicas nessas condições e mais de 50% delas (50,7%), 109 das selecionadas, são de Minas Gerais.

Siga a campanha de Aécio Neves na WEB