No Brasil da era PT, tornou-se difícil saber onde começa e onde termina
o mar de corrupção. A única certeza é que, enquanto o mesmo time se mantiver no
comando do país, o surgimento de novos e mais escabrosos casos é apenas questão
de tempo. O escândalo da hora é sempre pior que aquele que o antecedeu.
O partido que se notabilizou por institucionalizar a compra de votos
como método de governabilidade também se destaca por ter transformado o
mensalão numa prática permanente. O que muda é o caixa de onde saem os recursos
para irrigar bolsos dispostos a vender apoio político: são cada vez mais
polpudos.
Estamos agora diante do que se pode chamar de “mensalão 2”: a sangria de
dinheiro da Petrobras para remunerar uma imensa e escusa rede de sustentação ao
governo do PT no Congresso. Pelo pouco que já se sabe, ministros de Estado,
governadores, senadores e deputados estão na lista da grossa propina. Deve
haver muito mais.
As revelações foram feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras, e divulgadas pela edição da revista Veja desta
semana. Preso em março, depois solto e novamente encarcerado em junho, ele
decidiu entregar nomes de quem se beneficiou de esquema que, calcula-se, pode
ter lesado os cofres públicos em R$ 10 bilhões nos últimos anos.
Pelo que Costa afirmou, a rede de corrupção era alimentada com o
equivalente a 3% do valor dos contratos que a área que ele comandou fechava. Se
considerados apenas os investimentos realizados pela diretoria de
Abastecimento, daria R$ 3,4 bilhões, num cálculo linear feito pelo Valor Econômico com
base nos balanços da estatal entre 2004 e 2012.
A consequência política e eleitoral é cristalina: neste período, a
candidata-presidente Dilma Rousseff foi a figura de proa da Petrobras. Como
ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, como presidente do Conselho de
Administração da estatal e como presidente da República. O mensalão 2 é obra de
Dilma e do PT, assim como o mensalão 1 foi obra de Lula e seus 40 réus.
Assim como seu tutor, a atual presidente insiste em dizer que nada sabia
e que, enquanto comandou a administração da Petrobras, suas decisões mais
importantes foram tomadas com base em documentos falhos. Será que ela acha que
isso é abonador?
Agora, confrontada com as novas
revelações, diz que “não lançam
suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi
oficialmente acusado”. Das duas, duas: Dilma é conivente com malfeitos que se
acumulam em seu governo e age de forma temerária ao comandar o país. Tanto numa
hipótese quanto na outra, a conclusão é uma só: não merece continuar por mais
quatro anos assistindo impassível ao mar de lama avançar.
Fonte: ITV
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