Nem
mesmo a interrupção do processo de alta dos juros básicos por parte do Banco
Central, que levou as instituições financeiras a pagarem menos pelos recursos
captados no mercado financeiro, impediu os bancos de cobrarem juros maiores dos
seus clientes pessoas físicas e empresas.
Segundo
números divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (26), a taxa média de
juros cobrada das famílias pelos bancos subiu pelo sétimo mês seguido em julho,
para 43,2% ao ano.
E
atingiu, novamente, o maior patamar desde que o Banco Central começou a
divulgar esses dados, em março de 2011. Em junho, a taxa estava em 43% ao ano.
Desde
março deste ano, quando o BC deu as primeiras sinalizações que poderia
interromper o processo de alta dos juros básicos da economia, o que já gerou
reflexo na curva de juros (usada como base para o quanto os bancos pagam pelos
recursos), a taxa de captação dos bancos, que estava em 12,5% ao ano, recuou
para 11,5% ao ano (patamar de julho), ou seja, uma queda de um ponto
percentual.
Mesmo
assim, as instituições financeiras continuaram subindo os juros cobrados das
pessoas físicas e das empresas. Em março deste ano, a taxa cobrada das pessoas
físicas, nas operações com recursos livres (sem contar crédito rural e
habitacional), estava em 41,6% ao ano, passando para 43,2% ao ano em julho
deste ano – um aumento de 1,6 ponto percentual.
Spread bancário sobe
O
aumento dos juros bancários com intensidade maior que a alta da taxa básica, e
o não repasse do corte da taxa de captação nos últimos meses, gerou o aumento
do chamado spread bancário, a diferença entre o que os bancos pagam pelos
recursos e o que cobram dos clientes.
O
spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos
administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco
Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Em
abril do ano passado, antes do início do processo de alta dos juros básicos da
economia, o spread bancário nas operações com pessoas físicas estava em 25,4 pontos
percentuais. Em junho deste ano, já estava em 31,3 pontos percentuais, passando
para 31,7 pontos percentuais em julho – o maior valor da série histórica do BC,
que começa em março de 2011.
Taxa média de empresas e
geral
No
caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados
recursos livres, a taxa média subiu de 22,6% ao ano em junho para 23,1% ao ano
em julho – o maior patamar desde março deste ano. Já a taxa média geral de
todas as operações com recursos livres (pessoas físicas e empresas) subiu de
32% ao ano em junho para 32,3% ao ano em julho, o maior nível desde fevereiro
de 2012, quando estava em 32,5% ao ano.
Publicado
no G1
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