Pioraram,
no governo Dilma Rousseff, os indicadores de qualidade da malha rodoviária
brasileira, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2014. Houve pouco investimento,
deterioração das condições de segurança e aumento do número - de 219, em 2011,
para 289, em 2014 - de pontos críticos, tais como cruzamentos entre rodovias e
ferrovias no mesmo nível, pontes caídas, queda de barreiras, presença de
máquinas em operação nas pistas e buracos grandes.
Se
as rodovias brasileiras fossem todas boas ou ótimas, o País teria economizado
R$ 1,79 bilhão em 2014, calcula o diretor da Confederação Nacional dos
Transportes Bruno Batista.
Nos
últimos 10 anos, o número de veículos em circulação cresceu 122% e a extensão
das rodovias pavimentadas, apenas 13,8%, segundo o levantamento. Entre 2010 e
2014, o número de quilômetros pavimentados avançou apenas 5,6%. Como o volume
de tráfego aumentou mais, as rodovias ficaram mais perigosas, exigindo mais dos
motoristas.
De
um total de 203,5 mil km de rodovias pavimentadas e de 1,69 milhão de km que
formam a malha brasileira, a pesquisa abrangeu 98,4 mil km - mas só 32,4%
estavam em perfeitas condições de rodagem. Nos 18,9 mil km sob concessão
privada, 14,3 mil km (75,7%) registravam condições ótimas ou boas, mais que o
dobro do porcentual registrado pelas estradas sob gestão pública (34,7%).
Em
2013, apenas 4,4 mil km de estradas federais foram licitados e passaram à
administração privada, mas não houve tempo suficiente para uma expressiva
ampliação de investimentos.
As
rodovias são responsáveis por mais de 60% do transporte de carga no País.
Viabilizam o deslocamento das safras de grãos colhidas principalmente na Região
Centro-Oeste para os grandes portos do Sudeste e do Sul. Delas depende,
portanto, parte do gigantesco superávit do agronegócio brasileiro, superior a
US$ 80 bilhões no ano passado. De boas rodovias também depende a
competitividade dos produtos brasileiros exportados, mas a CNT calcula que o
mau estado das rodovias eleve em 26% o custo do transporte.
Daí
a importância do levantamento anual da CNT sobre o estado das rodovias e os
problemas enfrentados por quem se vale delas tanto para se deslocar até o
trabalho, a escola ou os centros de lazer como para transportar bens. Qualidade
do pavimento, da sinalização, da estrutura de apoio, da geometria das vias, das
curvas e dos acostamentos é bem mais do que estatística.
Fonte:
Estado de S. Paulo
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