quinta-feira, 6 de março de 2014

Assessor contraria Lula

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, ministro Marco Aurélio Garcia, saiu ontem em defesa do presidente venezuelano Hugo Chávez. Garcia afirmou que, ao tirar do ar a emissora RCTV, no último minuto do dia 28, "Chávez não fez nada de ilegal nem violou os princípios da liberdade de expressão".

"Não julgamos que tenha sido violada nenhuma regra democrática. Andei não poucas vezes pela Venezuela. Em raros países eu vi a imprensa falar com tanta liberdade quanto na Venezuela", disse.

Na quarta-feira (30), o Senado aprovou uma moção pedindo que o governo venezuelano revisse a decisão, o que levou Chávez, em entrevista a uma emissora de TV, a enviar "pêsames" ao povo brasileiro por contar com um Congresso que 'repete como um papagaio' as posições dos EUA.

O venezuelano também aconselhou os parlamentares brasileiros a se ocupar dos "problemas internos". No dia seguinte, de Londres, Lula revidou: em nota oficial, divulgada pelo Itamaraty, expressou repúdio às declarações de Chávez, qualificadas de "manifestações que (põem) em questão a independência, a dignidade e os princípios democráticos" das instituições brasileiras.

Julio García Montoya, embaixador da Venezuela em Brasília, foi convocado ao Itamaraty para dar explicações sobre as declarações de Chávez. Na entrevista concedida em Nova Déli, onde acompanha Lula em visita à Índia, Garcia teve o cuidado de, ao elogiar o governo Chávez, não confrontar diretamente o discurso e a nota oficial do presidente.

Mesmo quando confrontado com a versão de que a concessão da RCTV valeria até 2022 e com a situação de domínio absoluto de Chávez sobre as decisões da Justiça venezuelana, o assessor de Lula manteve sua posição.

Fonte: G1

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