O assessor especial da
Presidência da República para Assuntos Internacionais, ministro Marco Aurélio
Garcia, saiu ontem em defesa do presidente venezuelano Hugo Chávez. Garcia
afirmou que, ao tirar do ar a emissora RCTV, no último minuto do dia 28,
"Chávez não fez nada de ilegal nem violou os princípios da liberdade de
expressão".
"Não julgamos que tenha
sido violada nenhuma regra democrática. Andei não poucas vezes pela Venezuela.
Em raros países eu vi a imprensa falar com tanta liberdade quanto na
Venezuela", disse.
Na quarta-feira (30), o
Senado aprovou uma moção pedindo que o governo venezuelano revisse a decisão, o
que levou Chávez, em entrevista a uma emissora de TV, a enviar
"pêsames" ao povo brasileiro por contar com um Congresso que 'repete
como um papagaio' as posições dos EUA.
O venezuelano também
aconselhou os parlamentares brasileiros a se ocupar dos "problemas
internos". No dia seguinte, de Londres, Lula revidou: em nota oficial,
divulgada pelo Itamaraty, expressou repúdio às declarações de Chávez,
qualificadas de "manifestações que (põem) em questão a independência, a
dignidade e os princípios democráticos" das instituições brasileiras.
Julio García Montoya,
embaixador da Venezuela em Brasília, foi convocado ao Itamaraty para dar
explicações sobre as declarações de Chávez. Na entrevista concedida em Nova
Déli, onde acompanha Lula em visita à Índia, Garcia teve o cuidado de, ao
elogiar o governo Chávez, não confrontar diretamente o discurso e a nota
oficial do presidente.
Mesmo quando confrontado com
a versão de que a concessão da RCTV valeria até 2022 e com a situação de
domínio absoluto de Chávez sobre as decisões da Justiça venezuelana, o assessor
de Lula manteve sua posição.
Fonte: G1
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