terça-feira, 30 de novembro de 2010

Transição em Minas: Nárcio Rodrigues pode ocupar Secretaria de Ciência e Tecnologia, partidos da base ainda buscam composição

Transição em Minas

Peças começam a se encaixar

Presidente do PSDB mineiro, Nárcio Rodrigues é o nome forte para ocupar a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Escolha abre caminho para suplentes aliados na Câmara dos Deputados
As articulações para a composição do novo governo de Antonio Anastasia (PSDB) podem tirar da Câmara dos Deputados e da presidência do PSDB mineiro o deputado federal Nárcio Rodrigues. O nome ganha força para ocupar a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia – a pedido do próprio parlamentar, que estaria interessado em ficar em Minas Gerais para construir a sua candidatura ao Senado nas eleições de 2014, quando se encerra o mandato de Eliseu Resende (DEM).

A indicação do tucano para o cargo resolve ainda parte de um problema que Anastasia tem nas mãos: garantir mais um mandato para Vítor Penido (DEM), Bonifácio Andrada (PSDB), João Bittar (DEM) e Jairo Ataíde (DEM). Os quatro são suplentes da coligação na Câmara dos Deputados. Os tucanos já teriam solicitado a volta de Andrada para Brasília. Os democratas querem garantir os três filiados na Câmara, pois, dos atuais seis parlamentares, conseguiram reeleger apenas três.

O assunto foi tratado na tarde de ontem, durante reunião no Palácio Tiradentes, entre Anastasia e as bancadas estadual e federal do DEM. Outra alternativa para o governador garantir mais uma vaga é a indicação do deputado federal reeleito Rodrigo de Castro (PSDB) para a Secretaria de Governo – pasta estratégica e que tornaria o nome do parlamentar mais forte para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte pelo PSDB nas eleições de 2012.

Ontem, os democratas deixaram claro ao governador que querem pelo menos manter três secretarias de Estado: uma delas seria a de Governo. Mas admitem abrir mão da pasta caso tenham a garantia de assumir a Secretaria de Obras. “Queremos pastas que nos deem visibilidade e demonstração do nosso prestígio com o governo”, justificou um filiado à legenda. No atual governo, o DEM chegou a comandar as secretarias de Esportes, Agricultura e Desenvolvimento Regional e Política Urbana.

Como recompensa por estar sempre ao lado do PSDB, o DEM quer ainda uma vaga na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa – e de preferência a primeira secretaria, cargo responsável pela caneta do Legislativo. Ainda estão na briga pela vaga o PMDB, PV e PTB. E ainda esperam a indicação para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) em maio, quando há mais uma aposentadoria de conselheiro. No entanto, nos bastidores já é dada como certa a escolha de Mauri Torres (PSDB).

COBRANÇA VERDE Também o PV, apesar de ter apresentado candidatura própria ao governo de Minas, foi ontem à Cidade Administrativa cobrar a fatura do apoio dado por alguns parlamentares ao tucano. Os verdes, que já comandaram uma das principais pastas do governo – na área de Desenvolvimento Social -, agora querem pelo menos uma secretaria de primeiro escalão. A mexida será para devolver um mandato ao deputado estadual Rômulo Veneroso, que não conseguiu votos suficientes nas urnas para manter a cadeira.

“O PV foi levar seu apoio ao governador, sempre estivemos com ele e a única reivindicação que fizemos em um primeiro encontro que tivemos foi de uma secretaria para que possamos fazer subir o deputado Rômulo Veneroso”, afirmou o líder do bloco encabeçado pelos verdes na Assembleia, deputado Inácio Franco. Entre os espaços cotados para o partido estão as secretarias de Desenvolvimento Social e de Desenvolvimento Regional e Política Urbana.

Anastasia também recebeu os parlamentares do PP, partido do vice-governador eleito e atual presidente da Assembleia Legislativa, Alberto Pinto Coelho. Já com a vaga de vice, o partido se articula para ter pelo menos uma secretaria. Abertamente, no entanto, os parlamentares afirmam ter deixado o tucano à vontade. O nome do deputado estadual Gil Pereira é o mais cotado para ocupar a Secretaria Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas.


Fonte: Isabella Souto e Juliana Cipriani – Estado de Minas

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