Ao olhar para as eleições de 2010 no horizonte, o ex-ministro Patrus Ananias procurou enxergar longe. Primeiro, mirou o Palácio do Planalto e achou que podia ser presidente da República. Não deu certo, pois o ocupante, Luiz Inácio Lula da Silva, escolheu Dilma Roussef para ser a candidata do partido. Em seguida, o olhar de Patrus divisou o Palácio da Liberdade e ele acreditou que podia ser governador de Minas Gerais. Entretanto, seus companheiros do PT preferiram escolher o adversário Fernando Pimentel nas prévias do partido. Finalmente, Patrus sonhou com uma cadeira de Senador da República, mas o próprio Pimentel já havia ocupado o lugar de candidato.
Depois de perder a indicação para presidente, governador e senador, Patrus declarou a uma rádio de Bocaiúva, sua terra natal, que, com “muito orgulho” vai ser vice de Hélio Costa, esse sim candidato ao governo de Minas. Como o título da comédia, Patrus Ananias, quem diria, acabou em Irajá.
Nesse casos, é bom lembrar a implacável Lei de Murphy: tudo que é ruim pode piorar. Hoje, Patrus diz que tem “muito orgulho” de Hélio Costa. Amanhã, sabe-se lá o que estará dizendo. Será uma tristeza para os militantes petistas de base, que, em 2006, já tiveram que engolir o candidato Nilmário Miranda elogiando em público o aliado Newton Cardoso, de quem havia sido adversário tempos atrás.
No dia 22 de abril de 2010, Patrus escreveu no Twitter que a realização de prévias no PT era “para valer”. Não foi o que se viu, já que o partido escolheu Pimentel como candidato e teve que engolir Hélio Costa, empurrado goela abaixo pela direção nacional do PT. No dia 9 de junho, no mesmo Twitter, Patrus informou que sua intenção era “não disputar nenhum mandato este ano”: “Pretendo continuar militando intensamente nas bases do PT e movimentos sociais”, escreveu o ex-ministro no microblog. Em qual dos dois Patrus você acredita: no do Twitter ou no da vida real?
Fica claro, na verdade, que a indicação para vice de Hélio Costa foi uma espécie de prêmio de consolação para Patrus, cujos admiradores chegam a compará-lo a um santo. Desde já, a biografia do santo passa a estar associada à trajetória diabólica de alguns de seus aliados. No presente, no futuro e, até quem sabe, no dia do Juízo Final, Patrus Ananias terá que explicar como um socialista de convicções profundamente cristãs se juntou com a sua nova turma.
Confira os links no Twitter de @Patrus_Ananias
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