Queria saber a opinião do senhor sobre as prévias do partido, já que há muitos comentários de que o senhor vai abrir mão para o Serra. Queria também saber qual é o papel, na opinião do senhor, do ex-governador (de Pernambuco) Jarbas (Vasconcelos), se ele deve concorrer contra Eduardo Campos, que é muito próximo do senhor, ou se deve desempenhar outro papel nesta campanha?
Eu começo pelo final da sua pergunta. É preciso que mais uma vez vocês compreendam que as questões regionais têm que ser discutidas regionalmente. Existe uma grande afinidade, por exemplo, entre o presidente do meu partido, que é o senador Sérgio Guerra, com o senador Jarbas e o próprio governador Eduardo. Mas a seu tempo, em função da característica de cada unidade da federação, esses entendimentos se darão.
O importante é que o núcleo dessa nossa aliança permaneça. Por outro lado, sobre a primeira parte da sua indagação sobre as prévias, existem duas formas de se ver as prévias partidárias. Alguns a compreendem como um instrumento que possa levar a divisão do partido, outros, como eu, acreditam firmemente que as prévias são uma extraordinária possibilidade de você mobilizar o partido, mobilizar as bases, reencontrar-se com setores importantes da sociedade brasileira, que já estiveram muito mais próximos a nós do que estão hoje.
Portanto, as prévias seriam uma oportunidade para as lideranças do partido encontrando com as bases do partido construírem aquilo que eu considero mais importante do que a definição do candidato hoje: a definição do projeto. As pessoas precisam olhar para a nossa aliança e compreenderem o que ela apresenta de diferente, quais os avanços que ela apresenta com relação ao governo atual, no campo da gestão pública de qualidade, no campo das políticas de desenvolvimento regional, tão importantes para o Nordeste, as ações sociais que estão sendo aqui hoje discutidas, a nossa visão em relação à política exterior.
As prévias poderiam ser um grande momento para que o partido pudesse surgir com um candidato, no início já do próximo ano, mas mais do que com o nome, com um projeto. Essa é uma decisão que será tomada pela direção do partido, mas eu a estimulo e obviamente, o candidato a presidente da República não pode ser candidato de uma vontade pessoal. Uma candidatura à Presidência da República, para ter viabilidade, precisa ter necessariamente uma grande dose de naturalidade. Ela precisa ser percebida pelas pessoas como instrumento de transformações, de avanços. É natural que o meu nome, mesmo tendo a presença política no meu Estado já como governador por duas vezes, esteja à disposição do partido, mas jamais será uma candidatura de imposição.
Nós, do PSDB, temos a compreensão clara de que a nossa unidade é o mais vigoroso instrumentos que temos para vencer as eleições, ao lado das nossas alianças, em especial, com os Democratas, aqui representados pelo deputado Rodrigo Maia.Então, para desalento e desencanto de alguns adversários nossos, posso garantir hoje aqui, em João Pessoa, na Paraíba, que o PSDB estará absolutamente unido, empunhando novas bandeiras, dizendo o que nós queremos para o futuro do Brasil, e nos apresentando com proposições para coroar os avanços e fazendo com que esse Brasil tão diferente, esse Brasil ainda de situações sociais muito diversas dentro das próprias regiões, possa avançar.
Acho que esse seminário é a primeira grande oportunidade que nós vivemos. Não queremos apenas chegar ao poder. Queremos chegar ao poder para continuar transformando o Brasil como fizemos quando governamos com o presidente Fernando Henrique.
Resultado de pesquisas eleitorais.
Recebo com muita naturalidade os resultados que avaliam nomes que têm um nível de conhecimento absolutamente distinto. É bom para o PSDB que tenha um nome como José Serra, tão bem colocado na Paraíba e em outras regiões do país, mas é preciso que nós compreendamos, todos nós, que alguns dos nomes colocados na pesquisa tiveram já a oportunidade de demonstrarem o seu trabalho e de obter essa aprovação da população.
Acho que, a partir do momento que nós possamos fazer encontros como esse, no momento em que nós pudermos estar nos programas eleitorais discutindo os projetos para esse Brasil, poderemos ter outro tipo de indicador.A pesquisa é um instrumento importante para um determinado momento, mas ela obviamente está muito distante de representar aquilo que ocorrerá daqui a um ano e meio, quando estivermos efetivamente disputando as eleições, portanto, estou absolutamente tranqüilo porque vejo que existe hoje em torno do nosso projeto, do projeto do PSDB, dos Democratas, do PPS e, mais uma vez, faço uma referência à extraordinária liderança do senador Efraim Morais, absolutamente fundamental para essa aliança regional. Acho que, lá na frente, teremos não apenas bons indicadores nas pesquisas, mas muito potencial de crescimento para levar o nosso candidato à vitória.
Alianças regionais para as eleições de 2010.
As decisões têm que ser encaminhadas regionalmente. O Brasil é muito diferente entre si. As situações regionais são distintas. A direção nacional, obviamente, acompanha a construção dessas alianças, naturalmente também visando as eleições nacionais.
O PSDB conseguiu algo que é raro na política brasileira, um partido que deixa o poder depois de praticamente oito anos fora do poder central, continua a ser a principal alternativa de poder. Isso por si só já é uma constatação de que o PSDB continua atualizado e apresentando propostas importantes para o país.
O que eu acredito que virá a acorrer é que o PSDB montará palanques que não serão regionalmente os mesmos e cada um respeitará as circunstâncias de cada estado. Mas isso não pode ser contraditório entre si, é preciso que haja uma identidade programática, que seja a base dessas alianças, e quando nós discutimos, como estamos fazendo hoje aqui, as políticas sociais para o Brasil, quando estamos discutindo a gestão pública de qualidade, obviamente estamos contribuindo para um debate de ideias em torno de um programa.
O PSDB deve se preocupar tanto com a indicação de seu candidato, mas principalmente com a construção de um projeto para o Brasil. E aí sim, as alianças se construirão.
Alkmim perdeu em Minas. O senhor não conseguiu transferir votos?
Na verdade, talvez à distância essa avaliação não seja a mais correta em relação ao processo eleitoral de outros estados. Não apenas na eleição de Geraldo Alkmim, mas na eleição anterior, de José Serra, na eleição anterior do presidente Fernando Henrique, a primeira do presidente Fernando Henrique, houve um absoluto engajamento das lideranças do nosso grupo político em Minas Gerais.
Aproveito inclusive para comunicar e apresentar aos senhores, estão presentes aqui conosco o secretário-geral do partido, o deputado Rodrigo de Castro, de Minas Gerais; o presidente regional do nosso partido em Minas, o deputado Paulo Abi-Akel; o deputado Nárcio Rodrigues, ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, também deputado federal.
E nosso grupo político sempre se esforçou e se esforçará muito para defender as candidaturas que consideramos as mais adequadas. Mas é bom todos aqui compreender que havia um sentimento favorável à candidatura do presidente Lula.
Acho que você, como paraibano, percebe isso muito bem. Existem eleições e eleições. E o nosso desempenho foi exatamente o mesmo. Perdemos duas, vencemos duas. Espero que agora nós possamos ganhar.
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