O jornal Financial Times
pede um "choque de credibilidade" no Brasil. Em editorial publicado
nesta segunda-feira (05/05), a publicação afirma que se o governo de Dilma
Rousseff não mudar de rumo, as eleições presidenciais poderão resultar em uma
mudança.
Ao comentar rumores que
circulam no mercado, o editorial elogia a possibilidade de um Banco Central
independente em eventual segundo mandato de Dilma e a chance de indicação de
Alexandre Tombini para o lugar de Guido Mantega.
O editorial tem um tom duro
contra a presidente brasileira. "Pobre Dilma Rousseff’, inicia o texto.
Para o Financial Times, a presidente do Brasil projetava "uma aura tediosa
da eficiência de Angela Merkel", mas resulta em um trabalho mais parecido
com o dos comediantes Irmãos Marx.
"Os preparativos
atrasados para a Copa do Mundo já envergonham o país, enquanto o trabalho para
os Jogos Olímpicos de 2016 é classificado como 'o pior' que o Comitê
Internacional já viu. A economia também está em queda. O Brasil, uma vez o
queridinho do mercado, vê investidores caindo fora", diz o texto.
"O país precisa de um
choque de credibilidade. Se Dilma não entregá-lo, as eleições presidenciais de
outubro o farão", diz o texto que cita que o Brasil enfrenta três desafios
imediatos: o caso Pasadena da Petrobras, o fornecimento de energia elétrica
após a recente seca e a chance de protestos e insucesso da Copa do Mundo.
Apesar do forte tom duro, o
jornal dá um voto de confiança. "Dilma Rousseff é conhecida por falar em
vez de ouvir, mas há sinais de que ela mesmo está reconhecendo as
críticas", diz o texto.
"Fala-se que ela
poderia dar independência formal ao BC em um segundo mandato (originalmente,
uma ideia de oposição). Ela também pode recrutar o presidente do BC, Alexandre
Tombini, para substituir Guido Mantega, o desafortunado ministro da Fazenda.
Ambos movimentos seriam bem-vindos", diz o texto.
"Saber se a senhora
Rousseff que parece Merkel, mas resulta nos Irmãos Marx é realmente a pessoa
certa para colocar o Brasil de volta aos trilhos é outra questão. Afinal de
contas, sua primeira administração foi uma decepção. Mas, pelo menos, há sinais
de que os mercados do país estão trabalhando como deveriam através da
transmissão de uma preocupação generalizada e crescente. Estes estão agora
começando a empurrar o debate político em uma direção favorável aos
investidores. Isso só pode ser uma coisa boa", diz o texto.
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