Fonte: Folha de São Paulo
Depois de sentir no bolso a
escalada da inflação nas compras do supermercado ao longo de 2013, o consumidor
começa a adotar estratégias para compensar o aumento dos preços e evitar novas
surpresas neste ano.
A terapeuta Maria Elisa
Gothardi Soares, 71, tem apostado em compras uma vez por mês para tentar
reduzir o impacto das altas em seu orçamento doméstico. "Quando acaba
algum item, eu até apelo para o mercadinho do bairro, mas tento agora comprar
tudo de uma vez", afirma.
Outra tática da terapeuta é
comprar alguns itens em atacadistas, que geralmente cobram mais barato pelo
volume de produtos iguais adquiridos pelos clientes. De olho nos preços, ela
também varia o cardápio quando percebe que um produto está ficando mais caro.
"Se a carne está cara, vou para o peixe ou o frango", diz.
A aposentada Ivanir Sonner,
66, que fazia compras semanais com o marido, também passou a ir apenas uma vez
ao mês ao supermercado. "Faço agora compras mais pesadas para
economizar", afirma a aposentada, que sentiu principalmente o aumento do
preço dos laticínios.
Além disso, Ivanir resolveu
substituir algumas marcas por similares mais baratas. "Não me arrependo.
Às vezes você está tão acostumada com uma marca que nem percebe que há outras
melhores", diz.
Ana Lúcia Pais, 51, é outra
que apostou na substituição de alguns produtos. "Com a inflação, fiquei
mais atenta aos preços. Troquei algumas marcas, como a do sal e do óleo de
cozinha, e me surpreendi, pois a qualidade era bem próxima à dos produtos mais
caros", diz a dona de casa, que vai ao supermercado semanalmente.
"Assim ajusto a lista
de compras de acordo com as necessidades de cada semana e evito desperdícios em
casa", diz.
Menos Itens no Carrinho
De setembro para cá, a
representante comercial Regina Aparecida Martins Minha, 49, também viu suas
compras ficarem mais caras. "Os produtos de limpeza e de higiene pessoal
subiram muito em pouco tempo, mais até do que os artigos de primeira
necessidade", afirma. Para não se enrolar financeiramente, Regina resolveu
reduzir a quantidade de itens comprados.
"Se eu comprava cinco
litros de leite para durar uma semana, agora compro quatro. Mas não abro mão de
marca de qualidade", afirma a representante comercial, adepta das compras
mensais.
Foi a mesma decisão tomada
pelo aposentado Tarcísio Dorotheu Silva, 61. "Todo mês eu via um aumento
de 5% no total das compras. Então decidi cortar supérfluos e estou comprando
apenas coisas básicas. Estamos comprando menos para não inflacionar o
orçamento", diz.
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