O governo federal quer
afastar ao máximo a presidente Dilma Rousseff da grave crise que atinge os
sistemas prisionais do Maranhão e do Rio Grande do Sul. Os dois estados são
comandados por aliados de primeira hora da presidente, os governadores Roseana
Sarney e Tarso Genro, e são considerados fundamentais nas eleições deste ano.
Diante da gravidade da
situação nas prisões, a presidente não teria como fazer qualquer pronunciamento
acrítico. Por isso, a determinação do
governo é que caberá ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
pronunciar-se sobre o caso — o que ainda não havia ocorrido até o início da
noite de ontem. Até agora, o Planalto permanece calado.
Na terça-feira, chegou a ser
anunciada uma entrevista do ministro Cardozo para tratar de outros assuntos da
área, mas ele acabou mandando representante, depois de se reunir por cerca de
40 minutos com a presidente Dilma no Alvorada.
A única ministra a se
pronunciar até agora foi a chefe da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, Maria do Rosário, que emitiu nota oficial repudiando
“com veemência a barbárie e a banalização da vida”.
Apesar de não tratar
publicamente do assunto, a presidente se reuniu com Cardozo e com a ministra da
Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para discutir o tema. Em 2010, Dilma obteve no
Maranhão sua segunda maior vitória eleitoral, com 79% dos votos no segundo
turno, atrás apenas dos 80% obtidos no Amazonas.
Hoje, o objetivo da
presidente é garantir o apoio das duas forças que deverão disputar o governo do
Maranhão: o presidente da Embratur, Flávio Dino, e o candidato que vier a ser
indicado pela família Sarney.
O palanque duplo no estado é
um dos principais focos de animosidade entre peemedebistas e petistas. A
direção nacional do PMDB está considerando o apoio do PT no Maranhão como uma
pré-condição fundamental para que seja sacramentada a aliança nacional entre os
dois partidos.
Os militantes do PT no
estado, no entanto, são historicamente mais próximos de Flávio Dino. O
comunista, no entanto, já fechou um acordo com o presidenciável Eduardo Campos
e afirma, publicamente, que ele terá espaço em seu palanque independentemente
de também vir a receber ou não apoio do PT. (O Globo)
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