Relatório da Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), mostra que, de outubro de
2012 a setembro deste ano, foram registrados 136 casos de ameaças, atentados e
agressões, censura judicial e assassinatos contra jornalistas no exercício da
profissão. Um crescimento de 172% em relação aos 50 casos verificados nos 12
meses encerrados em setembro de 2012.
Para Diego Ecosteguy, editor
da revista Época e comentarista da rádio CBN, os números da Abert refletem a
violência que existe em nosso cotidiano, assim como a fragilidade do valor da
liberdade de expressão no país. Para Ecosteguy, esses dois fatores ganham nova
dimensão com o discurso de blogueiros petistas: “O ódio a imprensa, que permeia
o discurso de blogueiros petistas e é replicado por black blocs na internet e
nas ruas, demonstram esses dois traços. Então a gritaria histérica contra a
imprensa profissional acaba estimulando um ambiente de intimidação dos
jornalistas, que toma forma e violência nas ruas”.
O Brasil está entre os
países mais perigosos para o exercício da profissão de jornalista, que lida com
a questão social da violência, com a política de coronéis no interior do país e
agora com o novo fenômeno de incitamento feito pela internet. “Esse ambiente de
ódio que é incitado de forma proposital por blogueiros financiados pelo governo
na internet, cria um ambiente muito ruim para o exercício da profissão”, afirma
o comentarista da CBN.
O discurso do ódio na
internet ficou evidente durante a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez, que
evidenciou que o PT incitava atos de violência contra jornalistas, sob o
comando do presidente nacional do partido Rui Falcão e com as declarações do
ministro Gilberto Carvalho, que avisava que o bicho vai pegar" e que a
"violência está no ar".
Nas manifestações, o que se
via claramente era uma hostilidade declarada à cobertura feita pela imprensa,
que era agredida tanto por policiais, quanto por manifestantes. Foi o caso do
repórter da Globo News Júlio Molica, que foi duplamente atingido durante as
manifestações no Rio de Janeiro: pelo spray de pimenta da PM e por chutes de
manifestantes, que tentavam expulsá-lo do local.
Ouça AQUI o comentário de Diego Ecosteguy sobre a violência
contra os jornalistas
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