PROFESSOR DA FAMÍLIA GARANTE ASSISTÊNCIA EM CASA A ALUNO COM MAU DESEMPENHO
Fonte: Agência Minas
“A secretaria de Educação vai enviar um professor à casa de cada aluno que tenha um desempenho escolar ruim. E esse professor vai conversar com a família, com o aluno, e ver que tipo de reforço é necessário, que apoio o Estado pode dar.”
Antonio Anastasia
Este ano o governo está investindo nos Professores da Família. Como é que vai funcionar esse projeto, governador, e de que maneira vai ajudar a melhorar a educação no nosso estado?
Antonio Anastasia - Minas Gerais sempre teve uma educação de muito boa qualidade, inclusive e em especial a nossa educação pública. Conseguimos ser o primeiro estado do Brasil a colocar as crianças com menos de seis anos na escola, fizemos um grande esforço para que todas as nossas crianças estejam, aos oito anos, lendo e escrevendo bem. Minas Gerais, para nossa honra e orgulho, tem o primeiro lugar no Brasil na educação fundamental. Mas temos de continuar avançando, não podemos parar aí. Por isso estamos lançando agora esse novo projeto, chamado Professores da Família. Nós temos hoje o conhecimento, pela Secretaria de Educação, de onde está aquele aluno que teve um desempenho mais fraco, que foi mal em matemática, foi mal em ciências, foi mal em português. Há um acompanhamento permanente por escola, por série e por sala. Nós vamos começar pelas cidades com menos de 30 mil habitantes que têm baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) – ou seja, cidades mais pobres. Asecretaria de Educação vai enviar um professor à casa de cada aluno que tenha um desempenho escolar ruim. E esse professor vai conversar com a família, com o aluno, e ver que tipo de reforço é necessário, que apoio o Estado pode dar. É fundamental evitar a evasão escolar e fazer com que ele possa, de fato, ser um aluno com um bom rendimento. É um projeto muito inovador. Inicialmente são nove cidades neste projeto, no ano que vem vamos passar já para trinta e seis e vamos continuar aumentando permanentemente.
Um outro programa que tem conseguido resultados muito importantes é o Poupança Jovem, que já atende mais de 50 mil estudantes. Qual é a expectativa do senhor, o que é que o Governo do Estado espera para o Poupança Jovem neste ano, especificamente, e mais para adiante?
Antonio Anastasia - É bom lembrar aos mineiros que o Poupança Jovem é um projeto extremamente bem sucedido. Na realidade, pelas medições realizadas, é o programa que consegue evitar, com maior êxito, a evasão escolar no ensino médio. É um programa destinado aos alunos das escolas públicas do ensino médio do Estado. Esses estudantes recebem um grande estímulo: eles têm uma preparação própria, fazem cursos de cidadania, cursos de inclusão social, de capacitação e ao mesmo tempo se comprometem a não se envolver em atos irregulares, ter um bom comportamento escolar e, por conseqüência disso, recebem uma bolsa de mil reais por ano. Ao final, quando se formam, recebem os três mil reais, o que é um estímulo. Mas muito mais importante que o dinheiro, que o valor monetário, é o compromisso que têm esses jovens para alcançar as suas metas e formar o seu patrimônio moral para serem cidadãos plenos. Esse programa já está em oito municípios de Minas Gerais, este ano vamos expandir para mais um, Pouso Alegre, no sul de Minas. Ao todo, serão sessenta mil jovens atendidos neste ano. O nosso objetivo, ao longo dos anos, é que mais municípios possam aderir a esse sistema e nós tenhamos o Poupança Jovem cada vez mais consolidado. Tudo representa, na verdade, um investimento muito forte na formação do caráter e da cidadania, na formação dos jovens mineiros.
Minas Gerais é um estado muito grande, não é, governador? E, às vezes, a distância entre as comunidades traz dificuldade, a zona rural é muito extensa. Uma das preocupações é com o transporte escolar. Como tem sido e como será o investimento do Governo de Minas em transporte escolar neste ano?
Antonio Anastasia - Como você disse, Minas é um estado muito grande, é o quarto maior estado brasileiro em extensão geográfica. E é o maior estado em número de municípios, são 853. E tem alguns imensos, com mais de 100 quilômetros de distância entre a sede e alguns distritos. E as estradas chamadas vicinais, que são estradas locais que levam à zona rural, muitas vezes não têm boas condições. Então é importantíssimo que o aluno que antigamente vinha a pé, vinha de bicicleta, vinha no lombo do burro, vinha na canoa, vinha andando com as maiores dificuldades, possa ter um transporte público eficiente e gratuito. Isso é feito por meio de um convênio entre o Estado e as prefeituras, porque a prefeitura pega o aluno do Estado e pega o aluno da prefeitura. Este ano nós estamos aumentando os recursos, já aumentamos quase oitenta por cento. Também estamos aumentando em cinqüenta por cento o valor per capita, ou seja, o valor para transportar cada aluno – dinheiro, como eu disse, que nós repassamos aos municípios mineiros. É uma medida muito positiva porque nós estamos colocando mais recursos para que todo aluno da zona rural possa chegar sem problemas à escola. Eu sou professor, filho e neto de professoras do Estado, então tenho um respeito muito grande não só pela categoria da educação, mas muito mais pela educação em si. Sou o primeiro a reconhecer que sem a educação como instrumento de plena cidadania o país não vai avançar. Mas é fundamental que as famílias também participem de educação, é importante haver um grande esforço conjunto, governo federal, estados e municípios – e, claro, da sociedade, em favor da educação.
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