O valor de uma burocracia estável
O governador de Minas Gerais, Antônio Augusto Junho Anastasia, é um desses políticos que demonstram sinceridade quando falam na possibilidade de fazer mais do que parece estar ao alcance da administração pública. Secretário de Administração no primeiro mandato de Aécio Neves, ele foi um dos principais formuladores e articuladores do Choque de Gestão, que acabou se tornando a marca registrada do governo mineiro. Vice no segundo mandato, tornou-se governador quando Aécio se desincompatibilizou para disputar o Senado.
Em outubro passado, foi eleito governador com quase 63%dos votos -uma dasmargensmais expressivas em todo o país. Em quase uma hora de conversa emseu gabinete, no Palácio Tiradentes, um dos prédios da Cidade Administrativa inaugurada este ano em Belo Horizonte, na tarde da última segunda-feira, o governador expôs os motivos que, na sua opinião, estão por trás dos resultados positivos apresentados por Minas nos últimos anos. Nada de mirabolante. Uma das razões, de acordo com ele, é a formação de uma burocracia estável, que ocupa os postos da administração pública por mérito, e não por indicação política.
Funciona assim: os interessados se inscrevem no vestibular da Fundação João Pinheiro, uma das mais bem avaliadas academias de administração pública do país. Nos quatro anos do curso, eles estudam o que há de mais moderno em termos de governança, de responsabilidade fiscal e de políticas públicas. Após a conclusão, são distribuídos entre os diversos órgãos da administração e ingressam numa carreira com critérios claros de promoção e de remuneração. Um detalhe: desde que o governo adotou essa política, houve, além do ganho de qualidade no serviço público, a redução da influência dos políticos sobre as nomeações.
A ideia é, com o tempo, preencher todos os cargos técnicos do estado compessoas formadas pela João Pinheiro. ”São essas pessoas que tocam o estado. Nós só cuidamos da parte política”, diz Anastasia. Tomara que a moda pegue. Tomara.
Fonte: Ricardo Galuppo - Diretor de Redação – Brasil Econômico
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