quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cemig participa de conferência da ONU sobre biodiversidade


O programa Peixe Vivo, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), é um dos representantes do Brasil na 10ª edição da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre a Convenção da Diversidade Biológica (COP-10), que é realizada em Nagoia, no Japão, até esta sexta-feira (29).

O Peixe Vivo se destaca como um dos principais programas de conservação de biodiversidade do Brasil. Ele, que garante a conservação da ictiofauna dos rios de Minas Gerais, participa da Conferência por meio de dois cases durante o evento promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), intitulado Biodiversity: Brazilian Cases, nesta quinta-feira (28).

O Peixe Vivo foi organizado a fim de minimizar para as espécies de peixes ameaçadas de extinção o impacto resultante das mudanças ambientais causadas pela intervenção humana. Fluxo de rios alterados, construção de barragens, descarga de resíduos não tratados na água, desmatamento ciliar, pesca predatória e aumento das taxas de erosão são exemplos de tais modificações do meio ambiente.

Segundo o gerente de Responsabilidade Ambiental e Social da Cemig, Ricardo Prata Camargos, é muito importante a participação da Empresa na COP-10, pois é uma oportunidade de apresentar a experiência da Companhia para o mundo. “Merece destaque no Peixe Vivo a importância da parceria e o envolvimento dos públicos de interesse. Trata-se de uma nova forma de abordagem prática para iniciativas voltadas à conservação da biodiversidade que está buscando atender o compartilhamento dos benefícios da utilização dos recursos”, afirma Prata.

O COP-10 reúne 193 países que integram a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), que vão revisar o processo de implementação da convenção, considerar a adoção de um protocolo ABS (Regime de Acesso aos Recursos Genéticos), além de atualizar os programas de trabalho para atingir seus objetivos. O desafio é encontrar um caminho mais eficiente para a contenção das perdas de biodiversidade depois que as metas adotadas fracassaram. Estudos recentes apontam que 30% das espécies que existiam há 50 anos sumiram e 60% das existentes estão ameaçadas.

Cases

O primeiro case do Peixe Vivo será uma apresentação do programa criado para buscar medidas mais eficientes para a conservação da ictiofauna em rios onde a Cemig possui usinas. Implementada em junho de 2007, a iniciativa baseia-se no envolvimento das comunidades que usam recursos hídricos como fator de desenvolvimento.

O segundo case apresenta o projeto que prevê a pesquisa genética da ictiofauna nos rios Grande e Araguari para alimentar um banco de dados de biologia molecular da informação. Os estudos são conduzidos em áreas onde a Companhia faz negócios, e seu objetivo é preservar informações sobre as espécies, tais como o conhecimento histórico da diversidade genética. A iniciativa é considerada estratégica para orientar as práticas de repovoamento das espécies.

COP e CDB

O COP-10 é a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre a Convenção da Diversidade Biológica, em que os 193 países integrantes se reúnem para detalhar a convenção, avaliar as metas já estipuladas e elaborar novas formas de atuação para promover os objetivos da convenção. As COPs têm duas partes. A negociação oficial, que reúne representantes dos países que fazem parte da Convenção, e a parte não oficial, dedicada aos chamados eventos paralelos, em que países ou instituições apresentam propostas de palestras, publicações, estudos de casos e ferramentas relacionadas ao tema da conferência.

Já a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) é um tratado internacional em defesa da grande diversidade da vida no planeta. É o resultado de trabalho coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) a partir de 1988 e assinado por 168 países. O documento, com 42 artigos e três anexo, foi aberto para a assinatura dos países em 5 de junho de 1992 na Conferência da Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro. Ele entrou em vigor no dia 29 de dezembro de 1993 e o Brasil foi o primeiro país a assinar a convenção.


Fonte: Agência Minas

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